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Nos últimos anos, a população avançou na conscientização sobre assuntos relevantes. Entre eles, está a questão racial, um problema histórico e ainda evidente no Brasil e no mundo. Como isso é abordado no mercado de trabalho? Qual a importância desse debate? Confira agora, neste Conexão Ilimitada, da TV Nube!

O conceito de letramento se refere à capacidade de compreender, analisar e questionar aspectos relacionados à raça e suas dinâmicas na população. É um tipo de alfabetização social e busca promover a consciência crítica e o entendimento das estruturas, além de combater o racismo e suas manifestações. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a taxa de desemprego entre pretos, pardos e indígenas é de 14,5%, enquanto para brancos e amarelos, o índice é de 10,3%. Ainda, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas, há uma diferença salarial média de 68,7% entre esses dois públicos.

Isso vai além do conhecimento superficial sobre a diversidade e procura explorar as raízes históricas e culturais das desigualdades. Ele envolve a análise das bases e, bem como a compreensão das diferentes perspectivas e experiências dos grupos marginalizados. Uma pessoa com esse saber é capaz de reconhecer e desafiar estereótipos, entender as consequências do preconceito sistêmico e promover a equidade. Ela reconhece o valor de dar voz a esses indivíduos e lutar pela justiça. “É um processo de reeducação. Reúne informações e juntas formam um conjunto de práticas antirracistas”, define a advogada e consultora de treinamentos da Gestão Kairós, Fernanda Macedo.

Logo, esse debate também está relacionado à educação e à formação de professores. É fundamental os educadores desenvolverem habilidades nesse quesito para abordar em sala de aula, criar um ambiente inclusivo e oferecer oportunidades para todos os estudantes. Ademais, isso pode ser propagado por meio da literatura, da arte, do cinema e de outras formas de expressão cultural. O acesso a narrativas diversas e representativas é essencial para ampliar o entendimento das diferentes realidades no país.

No entanto, esse não é um processo individual e isolado. É necessário um comprometimento coletivo em reconhecer e enfrentar esse cenário. Governos, instituições educacionais e a comunidade como um todo devem trabalhar juntos para a missão ser bem sucedida. “A relevância desse movimento é imensurável. Ele permite um mergulho nas raízes mais profundas desse tema”, comenta a advogada.

Essa conscientização impacta diretamente no cotidiano das corporações. “Assim, as pessoas entendem a discriminação. As companhias precisam compreender seu papel. Afinal, nós aprendemos com nosso trabalho e levamos para nossas vidas pessoais. O lançamento de produtos, serviços e campanhas bem pensados, contratações equilibradas e remuneração igual para todos demonstra o engajamento do local nessa luta”, explica a CEO da Ebony English School, Marta Celestino. Ela ainda ressalta: “Quando não encontramos executivos negros nas grandes instituições, identificamos um dos impactos desse problema. Isso influencia na geração de riquezas e se torna uma ‘bola de neve’”.

O Governo Federal realizou mudanças no Estatuto da Igualdade Racial

 

Inclusive, o governo já toma medidas legislativas para mudar esse panorama. No dia 24 de abril, foram promulgadas duas modificações nos artigos 39 e 49 do Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288). A ação, tornada pública no Diário Oficial da União (DOU), estabelece diretrizes para a obtenção de índices sobre a distribuição étnica no ambiente de trabalho.

Assim, os documentos administrativos destinados aos setores público e privado devem incluir um campo para a identificação da raça do funcionário. Isso acontecerá por meio do critério de autodeclaração em grupos previamente estabelecidos. Conforme mencionado na sanção, a inclusão desse campo deve constar em registros semelhantes aos listados a seguir:

- Formulários de admissão e demissão no emprego;

- Formulários de acidente de trabalho;

- Documentos do Sistema Nacional de Emprego (Sine) ou outro sistema com a mesma finalidade;

- Relação Anual de Informações Sociais (Rais) ou outros documentos semelhantes criados posteriormente;

- Documentos destinados a inscrever segurados e dependentes no Regime Geral de Previdência Social;

- Questionários de pesquisas realizadas pelo IBGE ou por outra entidade responsável por suas atribuições.

De acordo com a sócia coordenadora de compliance da Silveiro Advogados, Ana Paula Ávila, essa novidade trará benefícios para o país. “Antes, esses dados eram opcionais. Agora, com a obrigatoriedade de preenchimento, proporcionará uma acurácia melhor para subsidiar as políticas públicas e ações afirmativas. Contra números não há argumentos”, celebra a especialista.

Ainda, o IBGE deve conduzir, a cada cinco anos, um levantamento com o objetivo de identificar a proporção de ocupação de cada grupo nos quadros de funcionários. Essa pesquisa terá como propósito auxiliar a implementação da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR). Na opinião de Ana Paula, reverter esse quadro é complexo e precisa da participação de todos. “Dependemos da colaboração dos parlamentares, empresários, educadores e cada um de nós”, destaca.

 

Portanto, obtenha conhecimento sobre esse tema e incentive todos ao seu redor a fazerem o mesmo. Afinal, uma cultura de apoio à diversidade e combate ao racismo traz benefícios corporativos, mas principalmente sociais. Quer saber mais sobre os assuntos em alta e largar na frente dos concorrentes por uma vaga de estágio? Em nosso site são publicados conteúdos todos os dias sobre o mundo laboral. Se você está em busca de um estagiário ou aprendiz para fortalecer ainda mais o seu negócio, entre em contato com o Nube! 

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