Ao concluir um curso, seja ele médio técnico ou graduação, é comum escolhermos um direcionamento. Contudo, com o passar do tempo, podemos redirecionar nossos gostos e trajetos. Sendo assim, como trocar de profissão? Descubra dicas agora, ao longo desta matéria!
Renovações nunca são uma tarefa fácil. Quando falamos em transferência de carreira, o nível de dificuldade pode ser ainda maior. Entretanto, isso não deve te desanimar. Talvez você tenha escolhido muito cedo, ou só considerou o salário e está infeliz hoje, ou simplesmente não está mais satisfeito com sua especialização.
Segundo o relatório Protegendo o Futuro do Trabalho, realizado pela consultoria de cibersegurança Kaspersky, 53% dos brasileiros querem alterar de profissão após a pandemia de Covid-19. Entre os motivos estão o equilíbrio entre vida pessoal e profissional (50%), o desejo por um salário mais alto (49%), a busca por uma função mais significativa (31%), reduzir a quantidade de tempo em jornada (31%) e trabalhar por prazer (14%).
Em todos esses casos, uma mudança pode ser a solução. Fato é: não é uma escolha fácil, principalmente porque envolve autoconhecimento, mas pode valer muito a pena. Por isso, reunimos fontes experientes para ajudá-lo nessa missão.
Quais sinais mostram a necessidade de mudar de carreira?
Na opinião de Karine Cavalcanti, empreendedora, especialista em comunicação não verbal e gente e gestão, são três os pilares evidenciadores dessa necessidade:
- Falta de motivação para engajar ou agir
A motivação está diretamente relacionada à satisfação e à produtividade das pessoas, afetando o desempenho e, principalmente, a manutenção das competências. Quando em falta, causa queda no engajamento e cria a sensação de não pertencimento ao local de trabalho.
- Ausência de afinidade com as atividades empenhadas
Nas palavras da empreendedora: “se você é da área comercial, por exemplo, mas em toda venda, prospecção ou atendimento, aquilo te violenta, deixando-o incomodado de alguma maneira, é um ponto de atenção”. Afinal, o trabalho deveria, apesar de tudo, ser prazeroso, certo?
- Esforço desproporcional a quantia recebida
Ou seja, quando você se sente muito desgastado, dando tudo de si, e mesmo fazendo verdadeiramente o seu melhor sente-se desvalorizado. Pois bem, pode ser um grande indicativo de insatisfação.
Segundo uma pesquisa do Nube, 39% dos entrevistados mudariam de profissão dependendo da proposta. Para 20%, não é uma opção. Já, 14% estão insatisfeitos com as perspectivas de futuro.
Como fazer uma transição segura?
Antes de mais nada, se você está decidido quanto a essa questão, existem algumas precauções a se tomar antes de dar qualquer passo. Um dos mais significativos é pensar sobre requalificação.
Isso significa aprender novas habilidades e competências, algo fora do seu ramo atual, para transitar de emprego. Essa é uma atitude essencial para quem quer garantir sua vaga no futuro. Isso porque, a ideia de reaprender novas técnicas está intimamente ligada ao uso da tecnologia nas mais diversas profissões.
Uma solução relativamente fácil e rápida é fazer um ou mais cursos sobre o assunto. Se você não tem tempo ou dinheiro, a Internet está cheia de cursos online e grátis capazes de suprir, e muito, essa necessidade.
Para Rafael Somera, fundador da Solutudo, o primeiro ponto para fazer essa mudança de maneira segura tem a ver com a sua reserva financeira. Em suas palavras: “é preciso se questionar se há condições de se manter enquanto realiza essa transição”. Somente assim é possível se organizar para estudar, se formar e criar novos contatos com pessoas da área.
Além disso, é preciso considerar imprevistos. Afinal, sua nova área pode não ser exatamente conforme você imagina, podendo até te decepcionar futuramente. Tudo isso pode e deve ser descoberto com antecedência pesquisando sobre essa esfera. Também leve em consideração qual é a remuneração praticada para essa posição, pois pode te ajudar a se programar financeiramente.
Na voz do especialista
Conforme relata Marco Santos, especialista em Inovação, Criatividade e Excelência Operacional: “você precisa ter planejamento para essa transição, afinal, talvez demore um pouco para conseguir essa nova posição”. Isso porque, a depender da área e mercado, as oportunidades de ingresso são altamente concorridas.
Por isso, é preciso começar a pensar nos contatos a se fazer para tornar o caminho mais fácil. Tente fazer networking com pessoas do setor para o qual você está interessado. Pesquise o máximo possível sobre as atividades diárias para determinar se é adequado para você. Tudo isso requer muito apoio emocional, então não hesite em confiar em seus amigos e familiares para aconselhá-lo.
O especialista também indica participar de fóruns correlatos, para observar as informações debatidas, desafios enfrentados e começar a pensar em como você poderia contribuir para diversificar o setor. Além de, é claro, mapear suas competências técnicas, comportamentais e experiências para formular um currículo condizente com a nova área.
O filósofo australiano Roman Krznaric disse, quando lançou seu livro “Como encontrar o trabalho da sua vida” (The School of Life), sobre como um dos maiores obstáculos às mudanças profissionais é ficar preso à rigidez do nosso círculo social conhecido. Isso porque, falar sobre as nossas dúvidas, inseguranças e curiosidades com quem já está acostumado a nos ver em um determinado papel, influencia diretamente as nossas possibilidades.
Portanto, conheça e celebre novas pessoas, sane dúvidas, interaja e veja os seus horizontes se ampliarem por completo. Não se esqueça, sua bagagem é um diferencial! Coloque essas dicas em prática e tenha certeza de uma transição mais tranquila!
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