O mês de junho é marcado pelo orgulho LGBTQIAP+. Felizmente, cada vez mais esse debate é debatido e inserido dentro das corporações. Entretanto, o grupo ainda enfrenta desafios para ingressar no mercado de trabalho. Porém, essas pessoas são responsáveis por trazerem olhares plurais, ideias diversas e muitos proveitos para as empresas. Você já sabe como receber bem esses profissionais? Entenda sobre o assunto agora, neste Conexão Ilimitada!
Incluir a comunidade LGBTQIAP+ é certeza de resultado com estratégias mais assertivas e olhares plurais!
Quando o assunto é abrir portas para a pluralidade, a sua empresa está preocupada com essa questão? Em uma pesquisa realizada pelo Nube (Núcleo Brasileiro de Estágio), com 25.505 indivíduos, 37,6% responderam “sim, mas ainda pode melhorar muito”. Ou seja, mesmo com a crescente dessa pauta, ainda é preciso aprimorar em distintos aspectos. Desse mesmo levantamento, 27% ressaltaram o quanto depende da companhia, afinal, nem todas demonstram cuidados com esse viés. Para 23,7% essa atenção já é perceptível em vários setores e se mostra cada vez mais presente.
Para Jo Raposo, coordenadora de marketing da Nohs Somos, é necessário oferecer espaço para o desenvolvimento de causas desse tipo. “A diversidade como um todo é muito importante dentro das organizações, trazendo inúmeros benefícios e impactos para os colaboradores. Como papel principal, acredito na convocação das pessoas, pois elas passam a se questionar sobre quais suas contribuições no combate à exclusão de grupos vulnerabilizados, por exemplo”, ressalta.
Ainda, os ganhos são como um todo. “Além de promover um espaço mais acolhedor e empático, posso também elencar diferenciais competitivos: indivíduos diversos podem contribuir com diferentes visões de mundo, automaticamente tornando as soluções mais plurais e inovadoras”, pontua a coordenadora de marketing da Nohs Somos. Com um quadro amplo, mais ideias podem surgir, ajudando a criar táticas em sinergia com o mundo contemporâneo.
Existem diversas vantagens ao incluir pessoas LGBTQIAP+ no ambiente de trabalho e nas demandas corporativas
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), instituições com essa filosofia nas suas lideranças relataram um crescimento de 10% a 15% nas receitas. “As companhias precisam ter uma busca ativa por esses grupos sociais minorizados, mas também é necessário se mostrarem atraentes”, pontua Jo. Ou seja, com materiais abrangentes, os usuários se identificam com a mensagem repassada e se sentem bem-vindos perante a entidade.
“Como a sua empresa está se comunicando para fora? Usa apenas pessoas brancas, cisgênero e heteronormativas para as suas publicações?”, questiona Jo. “O ambiente laboral, antes de contratar, precisa se preocupar com isso. Uma ideia é apostar em ações de conscientização, durante o ano todo, não só em junho para LGBTQIAP+ ou novembro para negros”, finaliza a coordenadora.
De acordo com o relatório Diversity Matters, produzido em 2020 pela McKinsey & Company, há uma probabilidade 152% maior de um funcionário propor alternativas e tentar novas formas de resolver necessidades estando em um espaço empresarial mais variado. Portanto, as estatísticas demonstram o quanto é positivo investir em medidas voltadas para essa questão.
Como atrair a comunidade LGBTQIAP+ e desenvolver ações voltadas para a recepção dessas pessoas?
Consoante à Edson Junior, talent director na Untold e consultor de carreiras, existem diversas maneiras de mudar o cenário vivido por esse grupo. “Ao tirar um retrato hoje da cidade de São Paulo ou mesmo de todo o Brasil, vendo qual o tamanho da comunidade LGBTQIAP+ e a quantidades de negros, é possivel notar como isso influencia dentro de uma organização”. Logo, é necessário fazer um balanço minucioso para tornar as táticas ainda mais efetivas.
“A partir disso, é fundamental desenvolver ações específicas, visando o desenvolvimento sério dos executivos e da gestão de RH (Recursos Humanos), os quais devem estar instruídos a promover e abrir vagas para esse público”, comenta o talent director na Untold. Ou seja, é essencial oferecer possibilidades para todos, visando sua inserção mais facilitada.
Em geral, é crucial todo o time estar em sinergia para alcançar esses objetivos. “Também é preciso trazer instruções para os colaboradores sobre como receber e tratar, para conseguir acolher essas pessoas. Atualmente, a gente sabe o quanto a diversidade está em alta e como isso traz qualidade e progresso corporativo”, afirma Junior. Para o consultor de carreiras, os maiores responsáveis por iniciar essas transformações internas são os gestores e profissionais do departamento de recrutamento e seleção.
Conheça os benefícios de incluir essas pessoas e dicas para tornar esse momento ainda mais efetivo
Para Caluã Eloi, escritor, videomaker e produtor cultural, a dimensão empresarial ainda é um desafio. “Atualmente, o mercado de trabalho tem exigido cada vez mais formações acadêmicas, habilidades e experiências. Porém, historicamente, por causa do bullying na escola, a população LGBTQIAP+ é uma das comunidades com o maior número de evasão escolar. Isso impede o acesso à graduação, à pós-graduação e, por consequência, temos perda de possibilidades formais. Então, muita gente está atuando informalmente, no subemprego e até mesmo na prostituição”, destaca.
Tendo em vista essa herança dos ancestrais, o caminho é árduo. “Por causa de toda essa bola de neve, as corporações ainda estão engatinhando para resolver esse gap deixado desde a educação”, expõe. Segundo o levantamento Demitindo Preconceitos, 38% das entidades apresentam algum tipo de restrição para contratar homossexuais. Além disso, 40% dos LGBTQIAP+ entrevistados afirmam já ter sofrido algum tipo de discriminação.
Para Eloi, existem proveitos para ambas as partes envolvidas nessa contratação. Confira:
- Está em busca de uma oportunidade e é LGBTQIAP+?
Quando encontrar uma oferta, é vital pesquisar sobre a entidade, seu ramo de atuação, tamanho e outras informações internas. “Descubra se a empresa tem um histórico de inclusão, diversidade e uma política voltada para isso. Ou mesmo se é uma companhia com casos de discriminação contra colaboradores e clientes. Porque não é apenas conseguir uma oportunidade, você precisa permanecer neste emprego. Um dos critérios para essa permanência é, obviamente, o seu bem-estar e a sua saúde mental. Você não vai querer estar em um espaço onde seu nome social não é respeitado, por exemplo. Então, não é só entrar, você precisa continuar em um meio acolhedor, no qual você terá o mínimo de dignidade para realizar suas atividades”, salienta o escritor.
- Procura contratar e incluir pessoas LGBTQIA+?
É essencial não deixar o mês de junho ser uma data pontual na busca por melhores condições nesse sentido. “Os LGBTs necessitam de emprego o ano todo, eles tem contas a pagar, precisam se alimentar. Então, invista de fato nessa integração, em condutas visando isso, para a marca não só abrir portas mas também se tornar uma aliada da causa, educando os funcionários e as lideranças. Bem como os profissionais de RH, para fazerem processos seletivos mais abrangentes, de modo a descontruir algum tipo de discriminação desde esse momento”, evidencia Eloi.
Para auxiliar nas estratégias, é possível procurar consultorias visando construir uma cultura organizacional plural para as pessoas realizarem suas atividades mais felizes e satisfeitas. “Isso não só vai melhorar a produtividade e qualidade de vida, mas também trará vantagens competitivas”, conclui o produtor cultural.
Por fim, é essencial levantar essas pautas durante o ano todo, como ressalta o videomaker. Assim como, englobar essa comunidade para transformar o meio corporativo, proporcionando equidade para todos. Com respeito a cada um, teremos um mundo muito melhor e, claro, um ambiente profissional ainda produtivo! Veja mais detalhes nesta reportagem do programa Conexão Ilimitada, da TV Nube!