O etarismo muitas vezes se manifesta durante o processo de contratação. Os candidatos mais velhos podem enfrentar discriminação pela idade. É preciso combater estigmas negativos, tais como afirmações sobre trabalhadores experientes serem menos produtivos e adaptáveis às mudanças ou terem menor capacidade de desenvolver novas habilidades.
O etarismo no mercado de trabalho
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a população idosa vem crescendo consistentemente. Em 2020, cerca de 29,9 milhões de brasileiros tinham 60 anos ou mais, representando 14,3% do total. “O crescimento desse grupo tem o potencial de transformar significativamente o processo de contratação no futuro. Conforme isso acontece, há uma quantidade maior de pessoas nesse perfil, com várias vivências e vasto conhecimento. As empresas precisarão reconhecer o valor delas e mudar suas políticas para se tornarem mais inclusivas. Podem oferecer treinamento contínuo e flexibilidade para atender diversas faixas etárias”, explica a gerente de desenvolvimento organizacional da Premium Essential Kitchen, Kelly Amorim.
De acordo com pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho - OIT, essa questão continua sendo uma realidade para muitos profissionais em todo o mundo. No Brasil, 42% dos trabalhadores com mais de 50 anos relataram terem enfrentado preconceitos no ambiente corporativo. Como combater esse problema e construir um local mais favorável para colaboradores de todas as idades?
“Deve-se começar pela liderança, pois essa conscientização é fundamental para a mudança cultural de um negócio. Para isso, os gestores precisam ser treinados, formados e entenderem a diversidade como uma prática capaz de gerar maior rentabilidade, inovação e mais abertura para novas ideias”, destaca o CEO da Silver Hub, Cristián Lazzaro.
Logo, esse movimento proporciona inúmeros benefícios para as organizações. “A troca de conhecimento entre as gerações resulta em novidades e criatividade. Os profissionais mais experientes também podem treinar e ajudar no desenvolvimento dos jovens iniciando a trajetória. As organizações ganham um aumento de produtividade, um ambiente diverso e compartilhamento de informações”, exalta a gerente de Gente e Gestão do Centro Universitário Newton Paiva, Adriana Oliveira Paiva.
Conforme o IBGE, a expectativa de vida aumentou bastante, alcançando 76,8 anos. A título de comparação, em 1940, esse índice era 45,5. Ainda, em 2031 a previsão é da maioria dos brasileiros ser composta por idosos. A integração desse grupo com a nova geração, naturalmente tecnológica, é um papel do alto escalão.
Portanto, esses indivíduos têm muito para oferecer e agregar no mundo corporativo. Nesse sentido, é fundamental os líderes estarem atualizados para extraírem o melhor de cada um deles. A formação de uma equipe com talentos de todas as faixas etárias é um diferencial para o sucesso.
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