Participar de uma entrevista de emprego pode ser sinônimo de nervosismo para muitas pessoas, sobretudo àquelas submetidas a essa vivência pela primeira vez. Muitos sentem-se inseguros com o seu currículo e apostam em cursos, intercâmbios e experiências pessoais para serem aprovados, mas esquecem-se de um fator extremamente relevante: o português.
Em pesquisa recente do Nube, o Núcleo Brasileiro de Estágio, realizada com 59.776 concorrentes, apenas 16,5%, cerca de 9.845 indivíduos, passaram adiante. Os outros 83,5% (49.931) foram desqualificados. O cenário mostra o impacto dos dois últimos anos de pandemia no desempenho escolar da maioria dos brasileiros: houve um aumento de 67% de reprovação em relação ao último dado divulgado, em 2019, quando o índice era de 50%.
Segundo Helenice Accioly, gerente de recrutamento e seleção do Nube, "Os processos seletivos são compostos por algumas etapas e grande parte delas envolvem o português". Seja diretamente, por provas de ortografia, redações, apresentações orais e vídeo entrevistas ou indiretamente, em outras avaliações nas quais é necessário ao candidato ter o mínimo de conhecimento e capacidade de interpretação de texto para compreender as instruções, cumprindo a proposta.
A capacidade comunicativa do proponente é avaliada em diversos momentos e não é atoa, pois desempenhará um papel fundamental quando empregado, tanto no relacionamento com os outros colaboradores, quanto em contato com superiores, clientes e etc. Por esse motivo, o descaso com esse fator pode ser comprometedor para a aprovação.
Ainda conforme o levantamento, os acadêmicos do ensino médio ou técnico tiveram uma das piores performances: cerca de 89% dos 6,3 mil avaliados não atingiram bons resultados no teste. Dos 21.715 universitários de Administração, 83,4% (18,1 mil) foram reprovados. No ramo do Direito, foi ainda pior: 85,8% dos 2.042 analisados tiveram uma eficiência abaixo do esperado. As Engenharias representam uma realidade um pouco melhor: a taxa de aprovação ficou em 26,7% entre os 1.991 em busca de uma oportunidade. Os matriculados em Letras têm como uma das principais bases de ensino a língua, mas mesmo assim, o rendimento para esses foi aquém da expectativa: 85,5% de eliminados. Cerca de 79,5% dos futuros jornalistas também não atingem o mínimo para serem contratados. Quem almeja pegar o diploma em Pedagogia tem como missão capacitar as crianças do país, contudo, apenas 6,5% desses graduandos alcançam o êxito.
A motivação desse fato pode ter sido em função das aulas remotas ocorrerem sem um acompanhamento eficiente. Isso somado ao parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovado em julho de 2020, o qual recomendou às escolas públicas e privadas evitarem a reprovação dos discentes por causa da pandemia do coronavírus. Ainda, uma avaliação realizada pela Secretaria da Educação e o Instituto Ayrton Senna revela: 33% dos alunos dizem hoje ter dificuldades de concentração sobre os assuntos transmitidos em classe.
Contudo, mesmo antes da crise sanitária mundial a maior parte das escolas já se limitava a cumprir o número mínimo de aulas de português estabelecidas por lei. Complementando esse fato, a matéria também foi abolida da grade curricular da maior parte das universidades. Com isso, os educandos se habituaram a considerá-la uma disciplina de menor importância, algo sem relação direta com a vida prática.
Para Thais Benedetti, coordenadora de redação no Tutor Mundi, "o desnível dos estudantes ficou muito grande para esse problema ser resolvido somente em sala de aula". Nesse sentido, a orientadora evidencia a necessidade de contar com o auxílio das tecnologias digitais para dinamizar os ensinamentos em andamento e viabilizar também o suporte para o colegial fora do ambiente escolar.
Por esse motivo, separamos algumas ferramentas gratuitas disponíveis na Internet para o estudo da nossa língua. Veja:
- Canal Português com Letícia
Acumulando mais de 20 milhões de visualizações e 700 mil inscritos, a mestra em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), possibilita o acesso democrático ao ensino da língua desde 2018 em seu perfil no Youtube.
- Portal Só Português
O site conta com conteúdos gratuitos e abertos à comunidade, além de elaborar e comercializar produtos educacionais, como videoaulas, jogos e CDs com materiais didáticos. Ou seja, é uma união perfeita entre pedagogia, informática e entretenimento.
Ideal para quem não se dá muito bem com métodos tradicionais de ensino. Por meio da gamificação, ele apresenta jogos de perguntas e respostas, é divertido, fácil de usar e você pode resolver questões de gramática e regras textuais, assim como perguntas envolvendo coerência e coesão. Logo, é uma ótima ferramenta tanto para melhorar e testar seus conhecimentos, quanto para estudar para provas.
O aplicativo da Porto Editora é uma ferramenta para o dia a dia, nele o aluno pode pesquisar desde definições e locuções até expressões idiomáticas e provérbios. Ainda, é possível pesquisar as palavras antes e depois do acordo ortográfico.
Em uma época digital de abreviações, a preguiça da formalidade e o corretor automático estão em destaque e o cérebro cada vez mais preguiçoso. Por isso, não existe momento mais apropriado para reforçar a importância de conteúdos de qualidade e, sobretudo, acessíveis.
Para Sonele Fábia Silva dos Santos, professora de Língua Portuguesa da ESAMC, "o importante da comunicação é saber articular e entender bem, compreender a linguagem como uma valiosa aquisição e manifestação do pensamento". A docente pontua o quanto não saber se expressar verbalmente e na escrita dificulta a sua inserção no mercado.
De pouco adianta ser um profissional bom tecnicamente, se não souber transcrever os seus pensamentos em realidade. Além dos benefícios em processos seletivos, aprimorar a expressão gera inúmeros proveitos para a redação, leitura, fala, interpretação, estudo, criatividade e senso crítico.
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