Inúmeras modificações assolaram a sociedade com a pandemia. Aspectos se consolidaram e tópicos antes já citados se estabeleceram com maior solidez. O universo laboral foi impactado diretamente com tal realidade, com o advento do home office ganhando força. Todavia, com a volta da normalidade, o retorno ao presencial tem sido algo recorrente, motivado pelo desejo dos líderes de se monitorar de perto as ações dos funcionários. Entenda mais agora todas as vertentes dessa situação e a atual realidade do mercado.
O futuro trará o fim do teletrabalho?
Uma das razões impulsionando o retorno aos escritórios é o surgimento do conceito de "férias silenciosas", com os liderados realizando suas tarefas em ambientes não convencionais Esse cenário gera, então, preocupações aos gestores em relação às entregas e desempenho. Consoante a RVshare, em 2023, 36% da Geração X e dos Millennials em ofícios assim já tinham viagens planejadas, por exemplo. No entanto, é imprescindível a ciência da corporação sobre a localização do colaborador durante a carga horária. “A falta de comunicação pode acarretar em complicações operacionais”, ressalta Luciana Lima, professora do Insper e especialista em liderança e gestão de pessoas.
Entre as posições de poder dos negócios, 60% se preocupam com a possibilidade de menor rendimento, mas 62% dos profissionais sentiam-se mais produtivos nesse molde, um restauro fruto de estudo da Owl Labs no ano passado. “Embora o termo possa envolver aspectos relacionados à eficácia, qualidade de vida e bem-estar, também há uma parte da responsabilidade do empregado em relação às suas atividades”, expõe a especialista. Assim, o levantamento ainda revela como 83% dos trabalhadores relatam operar no mesmo nível ou em níveis superiores nesse regime.
Nesse contexto, reformas de lugares de ocupação se tornaram comuns na busca por assertividade, pois, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 9,5 milhões de brasileiros atuam remotamente. Logo, montar um ambiente organizado é crucial para manter a eficiência. “Transformar um espaço em local de trabalho não se resume apenas a uma questão de conveniência, mas também de conforto”, comenta Soni Cassiano, co-fundadora da Viva Móveis.com. É interessante, então, ter em mente funcionalidade, aproveitamento do local, personalização, qualidade e durabilidade.
O ‘boom’ do modelo híbrido
Todavia, estar 100% à distância não é, hoje, tão comum. De acordo com a pesquisa “Anywhere office: novos modelos de trabalho no mundo pós-pandemia”, da KPMG, 62% das empresas brasileiras implementam o formato híbrido permanentemente, apesar da volta ao presencial ser a vontade de 80% das organizações. A razão disso, para 64%, vem da manutenção da cultura interna, englobando, ainda, o desenvolvimento e trabalho em equipe (58%), além da produtividade e eficiência (44%).
Por fim, 15% delas decidiram não retornar completamente ao físico, em parte devido ao tempo gasto com deslocamento, apontado por 49% da amostra. “Como os dados indicam, mesmo no início da revolução, as marcas já adotam novas formas de atuação. Essa tendência continuará conforme a flexibilidade se tornar uma parte integral das estratégias de talentos. Cada vez mais, as entidades exploram abordagens diferentes e inovadoras para a jornada, com o objetivo de atender às necessidades e anseios de suas equipes”, afirma Janine Goulart, sócia de People Services da KPMG no Brasil.
Nesse sentido, o bem-estar físico e mental da equipe é uma pauta levada em consideração, com a maioria (90%) das corporações tendo a pretensão de inserir programas direcionados ao tema, algo afirmado por 62% dos participantes. “Os resultados evidenciam o crescente foco na atração e retenção, tendo a base na flexibilização, com muitas já implementando projetos permanentes nesse viés”, finaliza a especialista.
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