O bullying ficou conhecido principalmente entre as crianças, mas no ambiente de trabalho é um problema crescente e impacta negativamente a saúde mental e a produtividade dos indivíduos. Caracterizada por comportamentos persistentes e repetitivos com intuito de humilhar, intimidar ou prejudicar alguém, essa prática pode se manifestar de diversas formas, incluindo agressões verbais, abuso psicológico e sabotagem profissional.
Esse problema é bastante comum
De acordo com estudo da Workplace Bullying Institute, cerca de 30% dos colaboradores já enfrentaram algum tipo de abuso ao longo de suas carreiras, resultando em sérios prejuízos tanto para as vítimas quanto para as organizações. “Esse tipo de comportamento não afeta apenas a vítima, mas toda a corporação, reduzindo a produtividade, aumentando o absenteísmo e criando um clima de medo e desconfiança”, explica a psicóloga Soraya Lopes.
Os líderes podem detectar o surgimento dessas situações por conta de alguns sinais, como mudanças de comportamento, afastamentos frequentes e sintomas físicos como dores de cabeça e insônia. Segundo Soraya, os impactos podem ser profundos, levando a depressão, ansiedade, estresse crônico e até síndrome de burnout. Para combater esses comportamentos, a psicóloga sugere a implementação de políticas claras, treinamentos regulares, canais de denúncia e apoio psicológico. “É essencial a criação de um ambiente no qual as pessoas se sintam seguras para expor acontecimentos e buscar ajuda”, afirma.
Conforme a pesquisa, no contexto corporativo, 62% dos agressores são homens e 58% dos alvos são mulheres. As moças afirmam ter provocado outras colaboradoras do gênero feminino em 80% dos casos. As violências mais comuns feitas contra as vítimas foram: apelidamento (52,5%), intrigas e fofocas (47,5%), brincadeiras de mau gosto (37,5%), humilhações (32,5%) e desprezo e exclusão (32,5%).
O bullying pode ser um problema para o negócio
Além dos efeitos individuais, esses casos podem comprometer a eficácia das equipes e a reputação da empresa. Um clima tóxico desencoraja a colaboração e a comunicação aberta, elementos cruciais para a inovação e resolução de problemas. “Quando os integrantes temem represálias ou humilhação, a confiança é corroída e a moral do time cai significativamente”, observa a especialista. Essa atmosfera negativa pode levar a uma alta rotatividade de pessoas, aumentando os custos com recrutamento e treinamento de novos colaboradores.
Por isso, essa deve ser uma preocupação dos gestores. “Os líderes têm um papel crucial em modelar comportamentos respeitosos e em estabelecer uma cultura de zero tolerância ao assédio”, afirma. Ela sugere capacitação específica para identificar e lidar com situações de maus-tratos, promovendo um ambiente inclusivo e solidário. Além disso, incentiva a adoção de programas de bem-estar abordando a saúde mental, oferecendo recursos como sessões de terapia e workshops sobre resiliência e gestão de estresse. “Ao investir nesses temas, as companhias não apenas previnem comportamentos prejudiciais, mas também promovem a prosperidade”, complementa.
A lei 13.185/2015 categoriza o bullying da seguinte forma:
- Físico: todo e qualquer tipo de agressão física;
- Material: esconder, roubar, furtar ou destruir os pertences da vítima;
- Moral: prática de difamação e proliferação de rumores;
- Psicológico: chantagem, manipulação e intimidação;
- Sexual: envolve o ato de assediar e cometer abusos;
- Social: acontece quando o indivíduo é isolado ou excluído;
- Verbal: inclui xingamentos, insultos e apelidos;
- Virtual: também é chamado de cyberbullying. Acontece por meio do compartilhamento de ofensas e material fotográfico ou de vídeo na Internet.
Logo, os gestores precisam ficar ligados nesse assunto para evitar problemas em seus negócios. Da mesma forma, quem sofrer com algumas dessas situações devem acionar o canal de denúncias ou relatar a um superior.
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