A presença feminina na alta cúpula das corporações está aumentando. Contudo, elas ainda sofrem bastante com obstáculos e preconceitos. Algumas dificuldades são impostas às mulheres apenas por questão de gênero e, para mudar esse panorama, é preciso uma transformação desde as estagiárias até as executivas. Portanto, confira como melhorar o ambiente de trabalho para as colaboradoras.
Muitas mulheres não estão felizes com a carreira
Conforme a pesquisa "Esgotadas: o empobrecimento, sobrecarga de cuidado e o sofrimento psíquico das mulheres", realizada pela Think Olga, 40% das profissionais expressam insatisfação em relação ao seu emprego. Outro aspecto abordado no estudo é a persistência da disparidade salarial em relação aos homens, em média, a remuneração é 78% menor, desempenhando as mesmas funções e em cargos iguais.
Para a fundadora do Instituto Bert, Daniela Bertoldo, embora ainda haja um longo percurso, já é possível perceber avanços significativos. O progresso se reflete em uma mentalidade colaborativa de capacitação. Segundo Daniela, as redes de apoio têm sido cruciais na construção de um ambiente mais equitativo. Sobre a importância das comunidades on-line e off-line, ela destaca: “são locais seguros onde podemos compartilhar experiências, buscar orientação e aprender umas com as outras”.
De acordo com a especialista, as instituições têm um papel chave também no lado pessoal. “O equilíbrio é uma questão universal, mas as líderes enfrentam desafios únicos devido às expectativas socioculturais. Por isso, é preciso valorizar o bem-estar e reconhecer a importância da vida saudável. Além disso, as também devem se atentar a esse aspecto, estabelecendo limites claros e priorizando o autocuidado em um mundo conectado e exigente”.
Diante desse contexto desafiador, a CEO da KIWI, Pâmella Stracke, elaborou uma série de iniciativas inspiradoras para as companhias, visando impactar positivamente a saúde mental das líderes.
Cultivar a empatia interna e externa:
Essa habilidade envolve se colocar no lugar do outro, reconhecendo e respeitando suas vivências e experiências. O propósito é reconhecer como as diferentes experiências e perspectivas ampliam a compreensão. "Os gestores têm a responsabilidade de zelar pelo bem-estar da equipe. Isso não apenas resulta em aumento de produtividade, mas também transcende o sucesso empresarial, afetando positivamente a sociedade como um todo, promovendo o desenvolvimento pessoal", destaca a CEO.
Adotar uma comunicação transparente:
A segunda recomendação está ligada à compreensão das emoções. Para isso, é fundamental a escuta ativa e comunicação franca, sem julgamentos. Pâmella enfatiza a necessidade de manter o tema em pauta, sem criar tabus. Os comandantes devem aprender a abordar esses assuntos de maneira sensível, humanizada e sem estigmatização. Além disso, é interessante promover práticas saudáveis, oferecer treinamento e suporte para lidarem com os desafios diários. “O ideal é disponibilizar apoio psicológico, como terapeutas”, aconselha.
Estabelecer condições de trabalho e remuneração equitativas:
Uma iniciativa eficaz é a implementação de licenças-parentais para incentivar a participação ativa dos responsáveis no cuidado dos filhos, evitando prejudicar a carreira das mães. Garantir salários e benefícios iguais é imprescindível. "Por meio do comprometimento das organizações, podemos criar um ambiente mais equitativo, saudável e produtivo para todas as colaboradoras. Investir nesse aspecto não apenas valoriza o time, mas também resulta em elevação de produtividade e retenção de talentos. Além disso, contribui para a construção de uma cultura de respeito e apoio mútuo", complementa a especialista.
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