Nos últimos anos, a diversidade no mundo corporativo é um tema bastante debatido e, felizmente, o cenário está mudando para melhor. No entanto, mesmo com esse movimento positivo, ainda estamos longe do ideal. Para alcançar o patamar desejado, os gestores precisam apostar nas mulheres em todos os âmbitos, desde estagiárias até os cargos mais altos da organização.
A atuação feminina no universo empresarial
Mesmo enfrentando uma dupla jornada diária de trabalho, as moças têm conquistado seu espaço nas corporações e o nível de ocupação delas no número de empregados alcançou 45,7% de acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Pnad. Assim, a realização profissional, a qualidade de vida e o bem-estar são preocupações frequentes, pois se questionam como podem lidar com suas carreiras nos dias de hoje.
Nesse contexto, o Todas Group e a Inside Consumer Insights, realizaram um estudo quantitativo e avaliaram as seguintes esferas: situação no trabalho, confiança e saúde mental, relacionamentos, saúde física e padrão de vida. Essas informações foram, em seguida, cruzadas com 12 indicadores de perfis, como faixas etária e salarial, tempo de empresa, área de atuação, tamanho da companhia, cargo e estado, entre outros.
De acordo com o levantamento, 74% das entrevistadas sentem orgulho da organização onde são colaboradoras e acreditam na possibilidade de crescimento e desenvolvimento. Em contrapartida, apenas 56% se sentem realizadas. Sobre saúde e bem-estar, 79% são gratas pela condição atual e 67% seguras para dar sua opinião. Contudo, como ponto de atenção, 63% se dizem tensas frequentemente pela pressão diária.
Além disso, o cenário de relacionamentos é um dos mais confortáveis. Para 70% das participantes, os chefes e colegas fazem bem a elas, deixando sua saúde social em dia, 64% consideram-se parte de grupos. Porém, 50% sentem falta de terem lideranças femininas reais por perto para aprenderem. “Esses pontos de atenção precisam ser investigados pelas diretorias, pois comprometem uma série de coisas, como a autoconfiança e a segurança psicológica. A partir da identificação real de um clima saudável, fica muito mais fácil para desenvolverem soluções”, explica a especialista em bem-estar, Viviane Leite.
A importância da diversidade nas lideranças
Segundo levantamento realizado pela Fundação Dom Cabral, o alto comando das instituições brasileiras ainda têm poucas executivas. A esse cenário somam-se outros temas da atualidade, como etarismo e inclusão LGBTQIAP+. Ainda de acordo com o relatório “Trajetória de CEOs no Brasil”, apenas 10% de mulheres ou negros ocupam a posição de diretoria no país.
Os ambientes corporativos seguem com o ESG (Environmental, Social and Governance) como assunto central para traçar o futuro, além de servir de termômetro para medir a reputação e gerar valores. Por conta disso, é comum o interesse pela pauta surgir por meio da pressão do mercado. Afinal, os consumidores e os colaboradores estão, cada vez mais, em busca de empreendimentos preocupados com os exercícios sociais e de proteção ao meio ambiente.
De acordo com estudo feito pela Associação Brasileiras das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais - Anbima, os critérios ESG mais observados são a transparência e a ética (92% cada). Em comum, esses dois pontos têm o G de Governança, a base de todas as iniciativas e projetos, garantindo coesão entre ações e objetivo do negócio.
Contudo, ao elaborar essas estratégias, os gestores devem pensar em ações concretas e se preparar, pois será exigido em termos de transformação. “É importante saber qual o momento da sua organização para traçar um plano de execução. Estabelecimentos familiares, por exemplo, precisam pensar primeiro na sua profissionalização. É difícil iniciar processos profundos se o comandante ainda esbarra em questões básicas de sucessão, por exemplo”, afirma a especialista em ESG, Claudia Elisa Soares.
Outro ponto relevante é entender e enxergar quem está por trás das discussões para a implantação das ações. A organização só seguirá na concretização de iniciativas sustentáveis e abraçando as diferentes pessoas, quando reunir uma equipe de gestão realmente diversa. “No Conselho, por exemplo, é legal ter representantes de áreas diferentes, mas também todas as idades, gêneros, perfis e personalidades. Essa é a única forma de construir algo realmente inovador, criar novas realidades e adotar atos transformadores em todas as esferas da sociedade”, destaca Claudia.
Evite algumas atitudes no cotidiano
De acordo com a pesquisa PoderData, realizada em 2021, para 80% dos homens há machismo no Brasil, mas só 8% afirmam ter esse preconceito. “Esse dado mostra como nós, enquanto indivíduos, enxergamos o problema no outro, mas não reconhecemos nossas próprias falas e atitudes”, destaca a psicanalista e fundadora do Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas - Ipefem, Ana Tomazelli.
Para Ana, mesmo com a luta diária por equidade, a discriminação está presente em inúmeras frentes. “Essa realidade existe em qualquer setor”, reforça. Segundo o Índice Regional de Assimetrias - Imobiliário & Construção, 90% das integrantes do segmento sofrem desse preconceito e, a maioria delas, 65%, de forma muito frequente.
Já consoante outro estudo, “A Mulher na Comunicação - sua força, seus desafios”, realizado pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial - Aberje, 72% das mulheres sofreram assédio na profissão. Para 50% das entrevistadas, a subestimação de suas capacidades as impede de chegar ao topo de suas carreiras ou muitas vezes não são nem consideradas para uma oportunidade. Em segundo lugar, com 47%, quando elas expressam suas opiniões e são julgadas por isso.
Nesse sentido, veja algumas condutas mais comuns para serem evitadas no dia a dia:
Manterrupting: interrupção masculina constantemente, de maneira desnecessária, impossibilitando a conclusão de uma fala ou raciocínio.
Mansplaining: quando um homem explica algo óbvio, de forma didática, como se não fosse difícil de entender.
TPM Mania: alguma reação ou imposição feminina vir acompanhada da possibilidade daquilo acontecer por estar no período de TPM.
Bropriating: quando um colega se apropria de uma ideia de uma colaboradora e leva os créditos por isso.
Gaslighting: sugerem um equívoco ou desequilíbrio de uma profissional, mas ela está correta.
Meritocracia Masculina: quando um rapaz, mesmo com menos qualificação, pega para ele a chance de uma mulher.
Portanto, evite essas atitudes em seu negócio e promova oportunidades para todos. Dessa forma, você terá uma equipe plural, terá mais possibilidades de sucesso e melhorará a sociedade como um todo. Se busca estagiárias para fortalecer seu grupo, entre em contato com o Nube. Esperamos por você!