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Liderança no século XXI: aprimore suas ações 

Notícia | 30/10/2023

Carolina Amaral

A responsabilidade de liderar um time é um desafio gigante para uma evolução de carreira. Conforme o mercado evolui, as tendências se destacam e o colaborador avança mais na trajetória institucional. Logo, é imprescindível estar ciente dessas transformações empresariais, visando oferecer o melhor tipo de atuação pessoal e para os subordinados. Aprimore-se agora e fique por dentro dessas atualizações.

 

Uma preparação pessoal e o cuidado com o time são cruciais

Segundo uma análise realizada pelo Nube, dos 26.551 respondentes, 39,34% se consideram aptos  a comandar um grupo até completar seu primeiro ano na instituição, devido ao potencial. Seguindo esse público, 28,40% enxergam um período ideal entre um e três anos e 16,39% precisam passar por muitas fases e experiências, isso só acontece entre três e cinco anos. A minoria, 8,93%, considera demandar mais vivência para conhecer bem um departamento e as atividades, sendo apenas após cinco anos. A menor parcela entrevistada (6,93%) não almeja esse tipo de função. Em todos os casos, fica nítida a necessidade de se estabelecer bem no local e estudar o campo antes de iniciar.

Conforme uma pesquisa divulgada pela revista Você RH, 83% dos gestores são demitidos no Brasil pelo comportamento e apenas 17% por motivos técnicos. Apesar dos conhecimentos técnicos serem relevantes, principalmente para chegar a uma posição de poder, para gerenciar equipes, fortalecer soft skills é fundamental. No geral, esse não é um cargo fácil, pois exige de competências adquiridas com a prática do dia a dia. Entre elas, estão: delegar tarefas, dar feedback, motivar pessoas, construir relações de confiança, conduzir um desligamento, contratar um profissional, escutar ativamente as necessidades de cada um, entre outras coisas. 

De acordo com um estudo realizado por pesquisadores do Boston College, da Harvard University e da University of Michigan, um grupo de trabalhadores com treinamento para essas habilidades específicas foi 12% mais produtivo se comparado a quem não recebeu. Isso ocorre porque elas ajudam a melhorar a capacidade de comando, resolução de problemas, trabalho em conjunto e tomada de decisão dos funcionários. Logo, com a amplificação de condutas disciplinares, há um aumento do rendimento. “O investimento na educação dos subordinados, especialmente quando falamos em futuros gestores, traz retorno para as entidades. Essa é, inclusive, uma das estratégias e premissas utilizadas pelas big techs”, explica Isabela Corrêa, CEO e co-fundadora da B.NOUS.

 

Uma mudança estrutural nos negócios

Houve uma mudança expressiva nos modelos de ofício e, hoje, os antigos não são mais efetivos como antes. A hierarquia responsável por sobrecarregar uma parte da empresa e desmotivar outra, prejudica o desempenho e a entrega, com reflexos diretos nos resultados do negócio. Dessa forma, é necessário rever o papel de liderança construído historicamente e disponibilizar ferramentas para o desenvolvimento das habilidades essenciais.

A dinâmica corporativa atual é volátil, incerta, complexa e ambígua, não sendo mais possível ter práticas tão estáticas. “O mundo era, até há pouco tempo, como um lago de águas razoavelmente calmas. Em algumas modalidades do remo, para guiar o caminho, um membro da equipe, virado para o rumo o qual o barco vai, dá o sentido e as orientações aos demais remando. Mas o globo não é mais este. Estamos em corredeiras, passando por pedras, ondas e redemoinhos. O esporte agora é o rafting, com um bote, também com remadores e um líder com o papel de auxiliar o time a atingir o objetivo, mas todos precisam ter muito mais autonomia e iniciativa, isso é, uma horizontalização do poder”, pontua Joacir Martinelli, diretor técnico e consultor da Duomo Aprendizagem Corporativa.

 

A construção de uma liderança humanizada e igualitária 

A falta da horizontalização do poder e da expansão plena da atitude protagonista de todos os subordinados gera incômodo e insatisfação. “Lidamos com problemas complexos e dificilmente um ou poucas pessoas da cúpula da organização conseguirão sozinhas achar as melhores soluções. A inovação plena e ágil advém de muito mais de um processo coletivo de concepção a capacidade criativa de um ou outro”, ressalta o especialista.

Por isso, ter uma administração horizontalizada, promovendo a autonomia dos subalternos e o aprimoramento pleno é indispensável dentro desse contexto de pressa e modificações constantes. “Uma empresa sem a geração de uma responsabilização plena a todos, não aproveitando o potencial completo, sofrendo com as falhas e demoras da comunicação nos processos decisórios rigidamente hierarquizados não é funcional”, pontua Martinelli.

Pensando nessas questões, o gestor faz um alerta geral. “Muitas corporações continuam tendo lucro e prosperando, mesmo com líderes e colaboradores agindo sob o mando do script ‘comando e controle’, mas o esforço para se ter este resultado deve estar sendo muito maior ao necessário e, possivelmente, algum concorrente já está avançando em relação à cultura adotada. Resumindo: ou a firma já está pagando um preço e/ou uma hora a conta irá chegar”.

Um estudo conduzido pela Gartner para o RH, denominado Top 5 Priorities for HR Leaders in 2023, apontou como a eficácia de quem está nas posições superiores é uma das principais prioridades para o planejamento estratégico neste ano. O levantamento aponta a relevância de uma coordenação humanizada, autêntica, empática e adaptativa. 

Ademais, o compromisso, a coragem e a confiança são características indispensáveis para atingir total eficácia, mas, ainda assim, é imprescindível reconhecer a sua humanidade, abordando barreiras emocionais como a dúvida, o medo e a incerteza. Seguindo esse viés, com uma preparação para tomar decisões em conjunto, essa deve ser uma das maiores preocupações das entidades, mas não a única. “Os gestores e liderados precisam mudar e compreender como a própria postura faz parte desta mudança. Cada um tem uma responsabilidade diferente e todos são igualmente responsáveis por entregar resultados”, finaliza Martinelli. 

 

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