Com a expansão de redes sociais como o TikTok, a presença on-line das marcas como criadoras de conteúdo digital se fortaleceu, sendo o carro chefe para chamar a atenção de estagiários e aprendizes. Isso fica claro na realização de dancinhas, vídeos descontraídos e a participação efetiva nas famosas “trends”, como um método de promover um nome ou artigo. Assim, essa se tornou uma ação constante, indo além de apenas de grandes momentos para o comércio, como a Black Friday e o Natal.
Todavia, normalmente, quem aparece nesse tipo de post são os próprios colaboradores, trazendo à tona um cuidado delicado o qual os empregadores devem ter com essa demanda. No geral, é interessante adotar certo limite nesse tipo de exigência laboral, visando fugir de indícios de atos abusivos ou de exposição ao ridículo. No entanto, existem aqueles se jogando nesse mundo virtual e faturando com isso. Conheça melhor esse cenário e tópicos para se precaver.
Cuidado ao expor a imagem do time!
É importante, antes de tudo, ter claro como a decisão de participar ou não de atitudes assim cabe ao trabalhador e não à empresa. “Há de se ter em mente como o uso da imagem do empregado, em geral, não está previsto no contrato, não inserido nas atividades normais dele. Portanto, a decisão é da pessoa exposta e só pode ser feito mediante expressa autorização”, informa a advogada trabalhista Flaviana Moreira Garcia, do escritório Moreira Garcia Advogados.
Além da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) estipular os direitos do chefe e do liderado, a Constituição Federal também destaca como a realização do ato sem consenso configura como ilícito. “Se uma fotografia ou vídeo for utilizado sem permissão, esse material será enquadrado como o uso indevido, podendo justificar indenização por parte da firma ao funcionário”, explica a advogada.
Nesse sentido, existem outras atividades as quais é aconselhado evitar, como manifestações religiosas, por exemplo. Esse é o caso de lugares com o costume de fazer orações, obrigando os subordinados rezarem. “A corporação tem de destinar aos assalariados às ações estritamente previstas no contrato, sob pena de correr o risco de ser acionada judicialmente no futuro. Estão dentro das tarefas vedadas por lei ainda algo visto recentemente com as eleições: quando algumas entidades manifestaram em quem os membros deviam votar”, aponta Flaviana. Todavia, nada impede do local inserir uma cláusula com esse tipo de atuação no documento, tornando tudo correto diante da legislação.
Atualmente, com a alta quantidade de usuários interagindo nas plataformas digitais, é, de fato, interessante para os negócios se manterem ativas nesse universo e, para isso, a busca por engajamento é acelerada. Nesse contexto, para adquirir esse tipo de proveito com a equipe, é indicado a organização destacar seus valores, metas e objetivos de forma direta, podendo ser participativa, mas dentro dos limites. “Com o dinamismo e a velocidade das redes, é mais seguro planejar eventos enriquecendo o convívio entre todos, seguindo, inclusive, o Código de Conduta interno. Projetos envolvendo os funcionários são mais produtivos porque aumentam o grau de pertencimento sem borrar as fronteiras do permitido ou não. Além disso, não colocam em risco a relação entre os envolvidos”, salienta a advogada.
Uma nova tendência: criadores de conteúdo voltados para empresas
Assim como parte da população economicamente ativa deseja se manter no anonimato quando se trata do trabalho, outra parcela quer brilhar nesse sentido. Recentemente, a Gombo divulgou os resultados de um estudo inédito desenvolvido, a “Pesquisa de Comportamento do Usuário do LinkedIn”, feita em parceria com a Lumen Academy. Assim como mostram programas internacionais, antecipando tendências do setor, os influenciadores especialistas estão cada vez mais na mira dos investimentos em publicidade das marcas. “Antes, esse perfil era um grupo mais presente no LinkedIn, pelo próprio perfil da rede. No entanto, o fenômeno tem chegado rápido a outras plataformas e influenciadores querendo manter sua relevância precisam estar atentos a isso”, conta Dimitri Vieira, Diretor de Conteúdo e cofundador da Gombo.
Uma publicação da plataforma Influencer Marketing Hub comprova essa análise, figurando na lista de 16 tendências para o futuro do marketing do âmbito. Segundo esse texto, a transformação rápida de comportamento das marcas no ambiente virtual é um pouco do reflexo da pandemia, quando esse pessoal teve de aprender a reverberar os conteúdos aos consumidores em isolamento. Nessa lista, os business influencers se destacam. “É como se um novo padrão de comportamento estivesse sendo moldado, ainda de forma tímida, dando um direcionamento diferente para o futuro do ramo. Na nossa visão, e na era da Creator Economy, a influência vazia não terá lugar na sociedade. É preciso ir além e, aparentemente, muita gente entendeu, se reposicionando nesse sentido”, conta Erih Carneiro, COO e cofundador da Gombo.
Business influencer: o que é e qual sua relevância?
Normalmente, quem trabalha com a audiência em apps como o Instagram, tende a fazer isso aliado ao próprio estilo de vida, mostrando a rotina. Nessa vertente específica, a ideia é a mesma, porém trazendo uma visão mais orientada para negócios em seu posicionamento. Essa categoria é altamente especializada em uma área, a ponto de serem vistos como autoridades, por conta de seu alto nível de conhecimento. Também mantém um portfólio de produtos e serviços para atender às companhias, facilitando a realização de negócios com pessoas (B2C), marcas (B2B) e se tornando independentes de publiposts para monetizar.
Assim, quem tem começado com esse perfil cresce rapidamente e tende a garantir um futuro assertivo na direção, pois é uma área nova em expansão e com progressos positivos. “O LinkedIn é uma das redes onde mais nasceram essas pessoas, pois é um aplicativo o qual sempre estimulou o compartilhamento de sabedoria especializada e, por isso, é lá onde estão os projetos buscando esse público de forma mais fiel, engajada e segmentada”, finaliza Carneiro.
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