O uso da Inteligência Artificial em diversas atividades econômicas é uma realidade cada vez mais consolidada. Atualmente, sua frequência na sociedade não se limita apenas a grandes companhias e projetos, apps de edição de imagem e vídeo, por exemplo, estão se popularizando entre a população. Tudo isso cria maior intimidade do público com a ferramenta, trazendo maior instalação e utilização no dia a dia.
Esse cenário traz à tona dúvidas e questionamentos sobre o uso da inovação no meio empresarial, gerando, inclusive, certo medo e receio por parte dos contratados. Assim, seria significativo e relevante um papel das entidades voltado para uma adaptação dos funcionários com esse universo tech, criando vínculos mais profundos e dando valor ao artifício, juntamente às ações humanas. Entenda mais a relevância de atitudes como essa e seus impactos.
A inclusão da IA nos postos de trabalho
De acordo com a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais, em cinco anos serão criados quase 800 mil novos postos de trabalho para profissionais no âmbito da IA. Porém, o Brasil forma cerca de 53 mil especialistas em tecnologia por ano, um déficit de 532 mil pessoas. Uma das soluções para o problema seria as próprias firmas investirem na capacitação de seus empregados, por meio de parcerias com universidades e outros cursos.
De forma geral, a capacitação é importante para a sobrevivência das empresas, de modo a lidar com as inovações tecnológicas surgidas. “Isso é uma vantagem competitiva em termos de negócios porque, com talentos devidamente qualificados, a empresa pode não apenas acompanhar as inovações, mas também ser protagonista. Ela pode apresentar ideias e soluções, entendendo os contextos e as especificidades de onde está inserida, com uma visão vinda apenas por meio de um colaborador. Soma-se a isso o fato de produtos e serviços tenderem a ter maior qualidade a partir da capacitação dos profissionais”, indica Uranio Bonoldi, palestrante e especialista em negócios e tomada de decisão.
Outra vantagem é a retenção de talentos, pois tende a haver uma maior valorização dos subordinados. Isso devido a criação de uma perspectiva de peça chave para o funcionamento, entendendo como existe uma aposta no potencial de cada um e assim, criando um maior alinhamento quanto aos planos de crescimento na carreira. “Como os cursos em geral são realizados em grupos, acabam estimulando a cooperação e o trabalho em conjunto. O clima organizacional torna-se mais positivo, pois a percepção dos profissionais sobre a corporação vai além de uma simples empregadora, mas uma instituição a qual, de fato, contribui para sua evolução”, explica o especialista.
O processo de união humana e tech precisa ser assertivo
É imprescindível às organizações criarem maneiras de tornar as capacitações viáveis, reconhecendo o seu valor e como o investido pode ter outras formas de retorno, mesmo não sendo repentino. “Se a qualificação reduzir a evasão de talentos, por exemplo, diminuirá, também, os custos com recrutamento, contratação e treinamento de novos profissionais. Quando bem feito, um programa assim, com certeza, trará benefícios no médio e longo prazo”, afirma o palestrante.
Todavia, de nada adianta estabelecer oportunidades de crescimento se não são bem absorvidas e aproveitadas pelos liderados. Nesse cenário, outro ponto relevante é atenção para haver um engajamento sincero de cada chance preparada. Pensando por esse lado, escolher sujeitos alinhados com os propósitos da marca, compartilhando dos mesmos valores e objetivos e vestindo a camisa pode ser uma excelente estratégia de inclusão.
Assim, todo o processo de integração com o novo precisa ser leve, sem gerar sobrecargas, exaustão ou desestímulo ao serviço. Logo, um acompanhamento para frisar essa questão e analisar o aproveitamento geral do ensino é fundamental. “Isso vai, até mesmo, sinalizar para os empresários se novas capacitações serão necessárias, quais melhorias poderão ser feitas, se deverão ser ampliadas, entre outros aspectos”, conclui Bonoldi.
Os lucros a partir da IA são significativos
A projeção de negócios globais, baseados em IA devem chegar a US$ 15,5 trilhões até 2030, de acordo com a consultoria PwC. O Google, por exemplo, lançou recentemente o Bard - ChatGPT. Esses investimentos geram um grande peso, crucial nas carreiras de diversos indivíduos. Por essa razão, a população economicamente ativa deve ser altamente atualizada, capaz de acompanhar as mudanças.
Novos cargos serão gerados e outros serão modificados, exigindo diferentes skills e expertise dos trabalhadores, como flexibilidade de rotina, facilidade de inovar e criatividade para solucionar problemas de forma rápida. “Toda evolução necessita de aprendizados e conhecimentos técnicos, com reflexo em todos os setores. Nesse novo mundo, sendo construído e gerado a partir da Inteligência Artificial, as profissões tendem a se modificar e as companhias requerem um novo perfil”, explica Gabriel Matias, CEO da CROWD.
Conforme o estudo Futuro do Trabalho, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, 23% das ocupações devem se modificar até 2027. As marcas estão optando por contratar quem tenha facilidade em adaptar seu cotidiano e escopo de ocupação, tendo em vista as modificações nas tarefas desempenhadas. “Não é algo essencialmente novo. Podemos ter como exemplo as mudanças de cargos e funções ocorridas desde a época da pandemia. As atuações, antes apenas presenciais, se transformaram em remotas e híbridas. Diversas pessoas tiveram de se adaptar à nova realidade. O mesmo está acontecendo com os avanços tech. É uma constante roda de evolução e adaptações”, explica Matias.
No entanto, a sapiência humana permanece indispensável, mesmo em meio à revolução deste tempo. As novas possibilidades exigem a contribuição de especialistas para serem implementadas de acordo com cada proposta. O objetivo central ainda é a otimização do tempo para o usuário, operador ou colaborador. “A tecnologia é aliada e possibilita vários cenários, mas a maestria de oferecer soluções rápidas, propor a modernização em diversos ambientes, realizar o gerenciamento de crises e campanhas só é possível por meio de um capacitado. Eles representam o maior desejo das companhias”, conclui o CEO.
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