Hoje, quase 100% das nossas ações e compromissos podem ser vinculados ao universo virtual, como a própria universidade, um programa de aprendizagem, estágio ou cargos efetivos. No entanto, esse uso constante da tecnologia tem provocado efeitos negativos no cotidiano dos indivíduos, os quais vem como resultado do fenômeno denominado sobrecarga digital. Contudo, como esses artifícios não podem ser deixados de lado, é primordial buscar maneiras de regular a utilização dos dispositivos eletrônicos. Então veja, nesta matéria, como melhorar a sua relação com esses recursos.
Entenda mais do sobrecarregamento digital
De acordo com os dados PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, em 2021, o número de domicílios com acesso à Internet no Brasil chegou a 90%. Nesse sentido, a maioria dos brasileiros consegue acompanhar a rapidez do universo virtual. “A sobrecarga digital é quando uma pessoa recebe com regularidade um grande volume de informações, as quais podem chegar de diferentes canais ou não. Essa quantidade de conteúdo costuma ser muito superior à possibilidade de assimilação - ou seja, nem tudo aquilo recebido por alguém consegue ser, de fato, absorvido e compreendido. O uso das redes sociais, o consumo de notícias on-line e as centenas de notificações fazem os indivíduos perderem completamente o controle sobre a assimilação desse aspecto no cotidiano”, explica Hugo Godinho, CEO da Dialog.
O celular é um instrumento influente quando se trata de gerar sobrecarga digital
Quando falamos sobre tecnologia, não podemos descartar o uso excessivo dos celulares em nossa rotina. Conforme aponta uma pesquisa realizada pelo próprio Núcleo Brasileiro de Estágios - Nube, os respondentes não conseguem ficar muito tempo afastados do aparelho. A apuração contou com cerca de 28 mil participantes, onde para 31,42% no máximo, um final de semana prolongado, 27,70% apontaram a capacidade de se afastar por um longo período, com a justificativa de não fazer falta e poderiam parar de usar, 27,14% diz aguentar até 24h, já 10,58% aponta ser impossível ficar mais de seis horas sem mexer nas telas e, apenas 3,16% aponta ser difícil! Então, só ficariam 30 minutos off-line.
Nessa mesma temática, outra análise feita pela Electronics Hub, coloca o Brasil como o 2º país com mais tempo exposto a uma tela no mundo. Os entrevistados passam mais da metade do período, as quais estão acordados, usando um computador ou celular. Ainda, nesse período, pelo menos 240 minutos são destinados para as redes sociais, como Facebook e Instagram. Em mais um estudo, para a Você RH mostrou como 63% dos 101 interrogados relacionam a grande utilização dos eletrônicos a sentimentos de estresse e ansiedade. Além disso, 77% afirmaram ficar nessa circunstância devido ao trabalho.
Veja como esse sobrecarregamento se manifesta no ambiente corporativo
Essa situação pode ser derivada de condições particulares, profissionais ou de ambas ao mesmo tempo. No entanto, Godinho orienta como ela se manifesta na vertente empresarial: “Nas empresas, a sobrecarga digital acontece quando a Comunicação Interna não é estruturada de forma estratégica nem conta com ferramentas adequadas. Quando a corporação costuma enviar dezenas de e-mails por dia e acionar os grupos de WhatsApp a todo momento, por exemplo, a informação perderá seu propósito e se tornará apenas mais uma distração. Isso tudo é resultado de um diálogo descentralizado. Essa alternância entre os meios comunicacionais representa um processo desarticulado onde, ao invés de informar, sobrecarrega quem precisa consumir a mensagem”, complementa.
Conforme um levantamento da Qualtrics, publicado em 2022, mostrou como os processos ruins e sistemas ineficientes aumentam o risco de Burnout. No território nacional, 18% dos brasileiros são vítimas dessa síndrome, sendo a maioria da população afetada com menos de 30 anos, de acordo com a avaliação feita pela faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Evite essa sensação de carregamento gerada pelo universo digital
Hoje é, de fato, impossível não se submeter aos mecanismos tecnológicos e as suas facilidades. Porém, como tudo na vida, ele deve ser regulado. Afinal, tudo quando é demais, tende a fazer mal. Portanto, veja quatro maneiras de tornar o seu relacionamento com os eletrônicos mais saudável:
Limite as horas de uso: com os conteúdos sendo transmitidos cada vez mais rapidamente, perdemos a noção do tempo dedicado a rolar a tela. Nesse sentido, limitar um período para ficar nos aplicativos pode melhorar a necessidade de estar sempre conectado.
Evite dormir próximo ao celular: conforme uma análise da OMS, 40% dos brasileiros sofrem de algum distúrbio de sono. Onde, nesse quesito, o smartphone ou outros dispositivos com luz e som, não é o melhor aliado. Por isso, deixar esses sistemas de lado antes de dormir, optar pela leitura de um livro ou demais ações, conseguem fazer a diferença nesse instante de descanso.
Consuma o conteúdo necessário: aprenda a filtrar os conteúdos de seu interesse, tanto no entretenimento quanto nos meios laborais. É relevante estar informado e absorver conhecimento, porém, pesquisar é algo díspar de levar em consideração todos os materiais entregues pelo algoritmo, por exemplo.
Busque outras atividades: nas horas vagas procure outras alternativas para se distrair, saia das redes sociais e explore outras programações.
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