A revolução no mercado de trabalho tem sido um tema central nos últimos anos, impulsionado pelo rápido avanço da tecnologia, mudanças nas demandas dos consumidores e transformações sociais. Ela causa impactos significativos para colaboradores, empresas e economias em todo o mundo. Uma das principais causas desse movimento é a automação. A inteligência artificial e a robótica têm se desenvolvido a passos largos, substituindo cada vez mais tarefas antes desempenhadas por indivíduos. Máquinas e algoritmos estão sendo capazes de realizar desde tarefas manuais repetitivas até atividades intelectuais complexas.
Além disso, as modificações nas preferências dos cidadãos e o surgimento de novos modelos de negócios também possuem papel determinante. Com a digitalização e o avanço da Internet, o comércio eletrônico ganha cada vez mais espaço, levando ao declínio do varejo tradicional, aumentando a necessidade de desenvolvedores de software, especialistas em marketing digital e analistas de dados. Para ter um time forte e solidificado por muito tempo, uma opção é contar com estagiários e aprendizes desde já, para lapidá-los conforme a cultura do local, com o intuito de exercerem cargos decisivos daqui alguns anos.
Outro aspecto importante é a flexibilização. As corporações estão adotando os modelos remoto ou híbrido, permitindo aos funcionários realizarem suas tarefas de qualquer lugar do mundo. Essa tendência, impulsionada pela pandemia, proporciona maior liberdade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mas também gera desafios, como a necessidade de adaptação e a integração dos colegas a distância.
Com isso, há uma reconfiguração das habilidades exigidas pelas contratantes. Enquanto algumas carreiras se tornam obsoletas, outras surgem e se expandem. Características como pensamento crítico, resolução de problemas, criatividade, colaboração e adaptabilidade são bastante valorizadas. As chamadas soft skills.
O impacto da inteligência artificial no mercado
A interação entre seres humanos, modernidade, sociedade e mercado ocasiona em uma série de alterações nas relações, comportamentos e lifestyle. O avanço tecnológico, o aumento da expectativa de vida, o surgimento de novas soluções e as mudanças nas prioridades e comportamentos de cada geração são questões determinantes.
As carreiras tradicionais também passam por evoluções. Médicos, advogados, engenheiros, jornalistas, todos precisaram se adaptar e buscar constantemente por aprendizado para não ficarem obsoletos. O perfil do profissional do futuro será influenciado pela presença da inteligência artificial (IA), pela simplificação de tarefas e a criação de novos cargos. De acordo com o vice-presidente comercial e de marketing na Semantix, Maurice Mello, o surgimento dessas ocupações segue um processo cíclico. “É identificada uma nova necessidade e, com ela, vêm a demanda por mão de obra e a realização de contratações para desenvolver ferramentas e inovações”.
Conforme relatório do Fórum Econômico Mundial, a IA, a conectividade móvel, a coleta massiva de dados e a computação em nuvem são os principais pilares para os próximos anos. O uso estratégico desses elementos requer a busca por sinergia entre as inovações. “Nesse contexto, é essencial pensar em uma abordagem de sociedade para todos se beneficiarem das migrações”, comenta Mello.
O local de trabalho também enfrenta mudanças
A concepção tradicional do ambiente organizacional como um espaço físico é desafiada há algum tempo, com a virtualização do trabalho ganhando força antes mesmo da interrupção causada pela Covid-19. No entanto, essa pausa acelerou a necessidade de as companhias repensarem rapidamente como conectar e envolver os funcionários em ambientes virtuais. “Velhos hábitos são difíceis de quebrar. Observamos alguns retrocessos devido a definições desatualizadas e percepções ultrapassadas sobre produtividade e cultura organizacional”, lamenta o vice-presidente Go-To-Market América Latina da Access, Marcelo Carreira.
Os líderes devem focar na questão essencial. De acordo com a pesquisa Global Human Capital Trends 2023, da Deloitte, as pessoas desejam locais para atender suas demandas e bem-estar. Muita gente agora considera o direito de atuar remotamente como algo fundamental. Segundo o levantamento, 64% dos entrevistados já consideram o procurar um novo emprego se o gestor exigisse o retorno ao escritório em período integral.
Ainda, a grande maioria dos líderes (87%) reconhece a importância de desenvolver o formato adequado para o sucesso de suas corporações. No entanto, apenas 24% deles sentem seu empreendimento preparado para lidar com essa tendência. Enquanto isso, 78% estão empenhados em criar um ambiente organizacional futuro no qual os membros possam prosperar, redesenhando seus processos existentes ou reimaginando completamente seus serviços.
É preciso fazer o máximo possível para alinhar, ou pelo menos equilibrar, suas demandas com as expectativas e desejos de todo o time. Agora, há a oportunidade de ousar nos experimentos para encontrar o equilíbrio. Além disso, essa abordagem também pode gerar benefícios ESG (Environmental, Social and Governance). “Quanto mais esse aspecto é reconhecido, existe uma melhor compreensão de como isso mudará o universo laboral”, ressalta o vice-presidente da Access.
Os fatores ESG exercem um impacto crucial. O impulso por práticas mais sustentáveis reduz o desperdício. Políticas socialmente conscientes promovem um clima mais saudável e, aprimorar a governança, oferece transparência e maior diversidade. Assim, aumenta a chance de fortalecer sua marca, atrair talentos e melhorar os resultados. No entanto, as tendências estão sempre evoluindo e, por isso, os executivos devem se manter sempre atualizados.
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