Infelizmente, a discriminação de grupos minorizados ainda é algo recorrente na sociedade. Nesse coletivo, estão inclusos segmentos sociais, étnicos, gênero, entre outros com baixa representatividade política, social e econômica, independente da quantidade de integrantes. Nos últimos anos, o sexismo em relação às mulheres, o racismo contra as pessoas negras, homofobia e transfobia foram tópicos amplamente abordados em eventos de alcance nacional, como a Parada do Orgulho LGBTQIAP+ e programas da TV aberta, como é o caso do Big Brother Brasil. Todavia, o debate acerca da inclusão das pessoas com deficiência ainda é diminuto. Sendo assim, compreenda a importância de investir na diversidade das instituições.
O capacitismo é prejudicial para todos
A palavra refere-se a discriminação de pessoas com deficiência, tendo como tradução para o inglês “ableism”. O termo é pautado pela existência de um corpo padrão, desprovido de limitações, denominado “normal” e da subestimação do potencial e competência dos indivíduos devido às suas características particulares.
Nesse contexto, a grande problemática da atual sociedade está na falta de acessibilidade em inúmeras esferas, juntamente de um olhar mais plural sobre a existência humana. “Embora muitas pessoas ainda desconheçam o seu significado, o debate acerca do tema precisa ganhar mais espaço e trazer reflexões sobre os impactos das expressões e comentários naturalizados no dia a dia”, explica Leizer Pereira, fundador da comunidade Empodera.
Mesmo com a existência de algumas leis voltadas para integração dessa comunidade, muitos ainda enfrentam desafios intensos para viver plenamente sua vida, como o direito de ir e vir. No Brasil, a LBI (Lei Brasileira de Inclusão) contempla o acolhimento em estabelecimentos, ambiente virtual, educação e trabalho. Além de punir as pessoas físicas e jurídicas desrespeitadoras e agressoras desse público.
Ainda assim, muita gente ainda não tem o devido esclarecimento sobre o assunto, pouco se fala sobre o descumprimento da legislação nesse quesito. Por essa razão, perpetua-se a crença desses indivíduos serem incapazes de atuar ativamente na sociedade. No entanto, esse é um grande equívoco porque acaba criando o senso de heroísmo, ou seja, supervalorização da realização de uma atividade básica, por exemplo. “É preciso amadurecer a pauta anticapacitista e transformar a comunicação junto a esse grupo”, reforça Pereira.
A importância de acolher todos os colaboradores
Segundo um levantamento da LCA Consultores, baseado nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Brasil constantemente bate os próprios recordes de demissão, com um marco de 6.595.634 solicitações de desligamento no final de 2022. Esse movimento se mostrou comum desde o início da pandemia, tendo em vista a priorização da saúde, inexistência de um plano de carreira e desalinhamento de valores com a empresa.
Nesse cenário, percebe-se como o mundo corporativo é diretamente influenciado pelas pautas coletivas, sendo impossível ir contra a ética e legalidade nas contratações. “O método de trabalho, aliado à nossa participação em projetos sociais, engajam os colaboradores. Isso, de certa forma, ajuda a promover a retenção de talentos e o sentimento de pertencimento”, pontua Luciana Pompilio, diretora de Recursos Humanos da Lubrizol.
Além disso, é preciso implementar medidas contra o turnover, fenômeno em constante crescimento pelo mundo e repleto de desafios. Nesses casos, oferecer um plano de desenvolvimento robusto e incentivo profissionais é uma excelente estratégia para deixar a imagem da marca moderna e bem posicionada no mercado. Outro ponto interessante para manter a cultura organizacional em dia, é optar pela diversidade na admissão de novos integrantes nos times.
A diversificação do time é essencial!
A inclusão é um termo amplamente difundido pelo globo e resume-se ao senso comum de separar e rotular. Esse tipo de consulta deve ser repensada para um dia conseguirmos alcançar uma nação mais igualitária e respeitosa. Para atingir esse objetivo, é preciso seguir o caminho da humanização e abrir-se para qualquer tipo de vivência.
No meio laboral, saber lidar com as diferenças é fundamental para a ampliação do olhar para as particularidades de cada um. Logo, compreender as variadas realidades existentes é o primeiro passo para aprimorar o acolhimento entre os colaboradores. Afinal de contas, somente quando estamos abertos para o próximo conseguimos criar laços verdadeiros. “Hoje em dia, os profissionais buscam trabalhar em empresas com um propósito real de melhorar a vida das pessoas”, conclui Luciana.
Em suma, é impossível sustentar uma cultura a longo prazo apenas com apoio no campo do discurso e sem um investimento prático consistente. Por essa razão, é fundamental instaurar campanhas de D&I (Diversidade e inclusão), nas empregadoras e, principalmente, cumpri-las de fato. Desse modo, o convívio e interação com as mais variadas personalidades permitirá um engajamento maior e melhor eficiência da criatividade, por meio de novas perspectivas, potencializando os resultados de uma entidade.
Portanto, a empatia e consciência são indispensáveis para um bom convívio social. Com isso, é possível transformar a concepção dos trabalhadores do futuro. Em um país plural como o Brasil, é necessário ter como marca registrada a aceitação. Assim, evita-se as injustiças e todos conseguem desfrutar igualmente das oportunidades.
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