Uma atmosfera organizacional estável, com uma boa convivência mútua entre o time, é fundamental para a realização das demandas de maneira saudável e harmônica. Contudo, nem sempre é assim. Apesar de muitos esforços, existem circunstâncias onde a equipe não se encaixa de maneira harmônica, levando a atitudes desagradáveis, agressão verbal e, em alguns casos, física. Saiba como lidar com situações como essa e agir com relação a pessoas tóxicas.
Como se define uma pessoa prejudicial no meio profissional?
Ações maléficas e cotidianas podem afetar diretamente as atividades dos colaboradores. Nesse sentido, funcionários tóxicos tendem a fazer elogios falsos, criar problemas com questões pessoais, disseminar negatividade e desconfiança por meio de mágoa, medo e raiva entre os colegas. Ademais, não costumam assumir as próprias responsabilidades, preferem transferir a culpa de suas falhas aos demais, sem empatia pelos problemas alheios. “Podem ser inconvenientes na forma como se dirigem aos parceiros, humilhando-os, utilizando sarcasmo, apontando os erros e repreendendo-os na presença dos demais colegas e ou clientes, sem se preocuparem com as consequências de suas atitudes. Não se mostram felizes com o sucesso e destaque dos outros, sentindo-se preterido e prejudicado”, explica a psicóloga e professora, Dra. Célia Regina da Silva Rocha.
Segundo ela, há um prazer envolvido em criar intrigas, dificultar e estragar o dia de quem está ao redor, possuindo uma grande capacidade de manipular os outros, causando emoções e contextos nocivos. “Geralmente, esse tipo de colaborador dramatiza situações para se sobressair em relação as outras”, pontua a docente.
Um estudo populacional conduzido por pesquisadores da University of South Australia revelou como enfrentar um local com características como essa aumenta o risco de depressão em 300%. Conforme os dados, subordinados de organizações sem a saúde mental vista como prioridade têm um risco três vezes maior de desenvolver a doença, se comparado a outros trabalhadores. “Normalmente, é esperado haver um clima e relações saudáveis. No entanto, isso nem sempre acontece por conta dos indivíduos tóxicos. A forma como eles agem beneficia o desfavorável, sobrecarregando as relações interpessoais, permeado pela insegurança e medo, gerando ansiedade, estresse e depressão”, destaca a professora.
Abalos emocionais prejudicam a saúde
Os transtornos mentais viraram uma das maiores preocupações de saúde para quase metade dos brasileiros, uma taxa a qual cresceu cerca de três vezes em apenas quatro anos. Esses são alguns dos principais achados da mais recente pesquisa Global Health Service Monitor, feita pela empresas Ipsos em 34 países espalhados por todos os continentes.No Brasil, o estudo contou com a participação de mil pessoas, representando todas as classes sociais e regiões do país.
No levantamento, chama a atenção o impacto de temas psicológicos relacionados ao bem estar. Em 2018, apenas 18% dos brasileiros diziam ter tópicos como depressão e ansiedade como fontes de inquietude. Esse número subiu para 27% em 2019, 40% em 2021 e 49% em 2022, um salto de 2,7 vezes em um período de quatro anos.
Colocando esse contexto inserido no local de ofício, é lá onde os trabalhadores passam a maior parte do seu dia, ocupando a mente e interagindo com outros consortes. Assim sendo, tendo em vista como a situação emocional da população já se encontra desgastada, é preciso tomar cuidado e ter atenção com companhias, ações e dizerem com o poder de piorar ainda mais essa circunstância. Nesse sentido, é essencial saber lidar bem em circunstâncias difíceis e companhias desagradáveis para se estabelecer melhor e não se deixar abalar.
Como lidar com esse tipo de pessoa?
Apesar de criarem circunstâncias constrangedoras e ruins, Célia afirma o fato desses sujeitos não serem comumente denunciados por medo de represálias, principalmente quando ocupam posições acima, cargos mais elevados. “Como poderíamos definir a personalidade e o temperamento de alguém assim? Talvez seus traços mais distintivos sejam serem tão narcisistas, egoístas ou desonestos”, comenta Kélida Marques, espiritualista e mística.
Todavia, tendo em mente como cartar contato, no caso de um parceiro de ofício, muitas vezes não é uma opção, é interessante buscar formas melhores de lidar com esse tipo de impasse. Nesse sentido, Célia dá três dicas:
- Busque ter uma relação estritamente profissional, convivendo e respeitando;
- Procure se afastar de comentários negativos sobre a entidade ou aos companheiros;
- Diferencie a vida pessoal da sua ocupação. Não leve os desafios do escritório para casa nem permita intervirem na sua atuação empregatícia.
Além disso, Kélida também dá uma indicação: “limite as conversas para não se deixar manipular e fique calmo a todo custo, não cedendo a chantagens ou vitimismo”. A especialista também chama a atenção para alguns traços de personalidade, como reclamações constantes, egocentrismo e péssimas tomadas de decisões. “Em todos os casos, elas podem sugar muito sua energia”, finaliza a mística.
Mesmo assim é pertinente lembrar como, nem sempre um indivíduo difícil de lidar é ruim ou tem péssimas intenções. Por isso, é importante se atentar aos sinais demonstrados. Ciente disso, os funcionários precisam estar atentos aos sentimentos diante deles, das situações vivenciadas e enfrentadas no dia a dia e de como o comportamento do agressor consegue afetá-lo. “Isso poderá auxiliar na interação com esse tipo de colega, na medida o qual você diferencia os sujeitos e, principalmente, conhece a si mesmo e estabelece os seus próprios limites”, finaliza.
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