Como um todo, nos últimos tempos, debates sobre a participação e o aumento da presença feminina no local corporativo estão ganhando cada vez mais voz. Contudo, de acordo com um estudo da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), atualmente os homens ainda ocupam 67% das posições mais altas nas companhias de tecnologia, enquanto elas, apenas 33%.
É perceptível a responsabilidade das entidades em fomentar a diversidade, principalmente no setor tech, no qual a presença costuma ser menor. Conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o lucro das corporações comandadas por mulheres é 15% superior ao das lideradas por figuras masculinas. No entanto, apenas 39,4% delas estão em cargos de chefia atualmente. É interessante, então, nessas circunstâncias, analisar o estado e situação delas no meio empresarial e âmbito de empreendedorismo. Saiba mais sobre o cenário agora!
A discriminação e empecilhos em números
De acordo com dados do Instituto Rede Mulher, o Brasil ocupa a sétima posição no ranking mundial de empreendedorismo feminino. No geral, ingressar no mercado de trabalho, quando se trata delas, é sinônimo de enfrentar desafios, como baixo faturamento, dupla jornada e o preconceito, implicando em consequências diretas no retorno financeiro. Nesse sentido, números da Rede Mulher Empreendedora revelaram como 50% dos homens no país recebem valores superiores a R$ 10 mil reais, enquanto 63% das brasileiras empreendedoras possuem um retorno de até R$ 2.500 por mês.
Apesar do cenário díspar, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), constatou, entre os segundos trimestres de 2019 e 2022, a taxa de desemprego entre as mulheres negras neste ano, ficando em 13,9%. Entre as brancas, a desocupação encontrada foi de 8,9%; e os homens brancos, 6,1%, a menor taxa entre os grupos.
No quarto trimestre de 2021, a participação feminina na esfera dos negócios correspondeu a 34% no mesmo estudo, com elas gerindo 10,1 milhões de empreendimentos no Brasil. A busca pela independência financeira, o almejo pela ascensão profissional e a realização pessoal e familiar são alguns dos fatores impulsionadores do aumento dessa presença no âmbito. “Nossa competência também costuma ser subjugada à aparência física e como nos vestimos. As chefias precisam ser mais unidas, porque ser uma líder, por si só, já é um caminho solitário. Fazer mentorias, aprender com elas e compartilhar o meu conhecimento são coisas feitas por mim com frequência para nos fortalecer”, esclarece Jordana Souza, cofundadora e diretora comercial da VOLL..
Mulheres investindo em seu próprio negócio
Com a pandemia da Covid-19, apesar de ter sido um período de dificuldades econômicas para alguns setores, houve uma melhora promissora para o gênero. Conforme levantamentos da Rede Mulher Empreendedora (RME), o desemprego e a falta de renda estimularam 26% das brasileiras a iniciar seu negócio, resultando em um percentual de 77% das autodenominadas parcialmente ou totalmente independentes financeiramente.
Consoante o estudo realizado pela Associação de Investimento em Capital Privado na América Latina (LAVCA) em parceria com a Microsoft e a Bertha Capital, esse tipo de investimento entre elas no Brasil se destaca quando pensamos no mercado de Venture Capital do país e também da América Latina. A pesquisa "LAVCA VC & Tech Mid-Year Trends" mostrou como a aplicação de capitais em startups com gestoras no poder nesse região quase dobraram, passando de 16% em 2019, para 31% em 2022. Na nação, o aumento foi expressivo, saindo de 15% para 30% no mesmo período.
Tais dados mostram como a frase “o futuro é feminino” está em progresso de, efetivamente, se concretizar. Contudo, segundo o Fórum Econômico Mundial, seguindo o ritmo atual, o mundo levará 132 anos para alcançar a paridade entre os sexos. No mercado de trabalho, apenas 37% dos cargos de liderança são ocupados por elas nos dias de hoje. "Quando entrei no mundo das startups, o setor era relativamente novo no mercado, eu era uma das únicas mulheres, afinal, estávamos falando de finanças e tecnologia. Cheguei lá sendo uma jovem e grávida em um ambiente totalmente masculino. Por muito tempo, tentei masculinizar minha postura para ser respeitada, mas hoje entendo como o movimento deve ser oposto: precisamos reforçar nossa capacidade enquanto mulheres. Sou conhecida por ser extremamente assertiva, mas usando um bom salto alto”, expõe Raissa Florence, co- fundadora e conselheira da Korú.
As portas abertas paras elas no mercado
Visando criar um lugar com credibilidade, é primordial a prática de ações, abrindo oportunidades de contratações e criação de comitês com o propósito de promover um lugar de discussão e uma rede de apoio. Isso tudo com o objetivo de mostrar e comprovar a importância dessa luta, principalmente em lugares com a predominância do sexo oposto. Nesse sentido, é significativo ressaltar como a atenção em relação a mobilização para oferecer salários igualitários é um forte incentivo, ciente de como, segundo uma pesquisa de 2021 do IDados, elas ainda ganham 20% a menos se comparado a um homem.
Outro fator crucial é a execução de programas de desenvolvimento. Independentemente do nível, se é para gestão, vendas ou para a área tech, as firmas devem investir e apoiar a evolução de aprendizado e conquistas de seus funcionários. Especialmente quando se trata dos grupos minoritários. Essa é uma forma de fortalecer planos de carreira e aumentar a confiança do profissional.
No geral, pequenos passos já fazem muita diferença nesse processo de busca por direitos e tratamentos iguais. “O mundo empresarial ainda é majoritariamente masculino. Ser empreendedora nesse meio é um desafio enorme, pois temos de provar nossa competência constantemente. Já ouvi até mesmo outros dizendo não tratar de negócios com mulher, vindo de um investidor o qual preferiu conversar com um integrante homem da minha equipe. Para ser ouvida, minha postura e minha fala têm de ser cravadas, porque se eu não me posicionar, ninguém vai fazer isso por mim. Por isso, dar espaço para elas na Fábrica de Graffiti é fundamental e faço questão. No time fixo e no de artistas de cada projeto, ao menos 50% é formado por elas com muita diversidade: negras, pardas, brancas, indígenas, LGBTQIA+... todas são muito bem-vindas e valorizadas", finaliza Paula Mesquita Lage, idealizadora e produtora executiva da Fábrica de Graffiti.
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