O empreendedorismo é uma área em ascensão, principalmente depois do avanço do coronavírus e a quarentena imposta nos últimos dois anos. Entre as mulheres, por exemplo, cada vez mais estão almejando essa meta. De acordo com uma pesquisa feita pela 99 e Consumateca, 44% das brasileiras têm como maior sonho trabalhar por conta própria. Todavia, o caminho até essa realização pode ser árduo quando não se detém a sabedoria necessária para efetivá-lo de maneira assertiva. Nesse sentido, o estudo, desde a infância, apresenta frutos significativos. Saiba mais sobre o tema!
O empreendedorismo no Brasil
Com a pandemia, a taxa de desemprego no Brasil bateu um recorde, encerrando setembro de 2020 com um contingente de 13,5 milhões de desempregados, cerca de 3,4 milhões a mais do registrado em maio. Isso representa uma alta de 33,1% no período. Com esse aumento, o índice passou de 13,6% em agosto para 14% no nono mês, a maior de toda a temporada. Já a população ocupada diminuiu em 1,5 milhão. Toda essa situação pode ser explicada pelo maior número de sujeitos voltando a procurar emprego diante da flexibilização do isolamento social.
Contudo, de acordo com dados mais recentes, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no último mês, o mercado de trabalho brasileiro superou, ao final de 2022, o patamar pré-pandemia. A proporção de desemprego no ano foi de 9,3%, a menor desde 2015. No quarto trimestre, encerrado em dezembro, houve um recuo para 7,9%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.
Nesse sentido, atuar por conta própria tomou conta da nação pela precisão. Conforme uma pesquisa da GEM (Global Entrepreneurship Monitor), em 2020, o país ocupava a 13ª posição no ranking mundial de empreendedorismo no mundo. No ano passado, a colocação estava em sétimo lugar.
No entanto, segundo um levantamento do IBGE, 48% das empresas brasileiras fecham em até três anos. O principal motivo para isso é exatamente a falta de administração eficiente. “Grande parte das mulheres decidem empreender pela necessidade e o maior desafio é exatamente entender a gestão de um negócio, tendo em vista como muitas não tiveram essa vivência ou aprendizado ao longo da vida”, comenta Márcia Machado, empreendedora e diretora do Espaço Colaborativo Amor de Mãe.
Por essa razão, o principal para quem está começando é sempre estudar. “Quando tiver a oportunidade de se inteirar mais o seu segmento, não deixe para depois. O conhecimento é o bem mais valioso para ajudar sua marca a crescer de verdade”, destaca a especialista.
As mulheres inseridas nesse setor
Segundo um levantamento da PNAD, em 2022, cerca de 10 milhões de mulheres eram empreendedoras no Brasil. Os números revelaram como a maioria começou um negócio por impulso e, atualmente, representam 34% do território.
Outro estudo, da sétima edição da pesquisa “Mulheres Empreendedoras e seus Negócios", revelou o perfil delas sendo majoritariamente composto por negras, mães e da classe C. O percentual de quem começou por necessidade é o mesmo das por oportunidade (46%), mas as realidades são bem diferentes. Das 67% por chances são das posições A e B, 64% têm ensino superior, 55% estão no mercado há mais de cinco anos e 54% são pretas. Já as por precisão correspondem a 71% dos graus D e E, 56% têm ensino fundamental, 52% são pretas e 51% têm estabelecimentos de até dois anos.
Hoje é possível encontrá-las investindo em diferentes segmentos, desde aqueles voltados para o ramo da beleza e saúde até o de carros e reparos automotivos. Um setor também bastante explorado é o pet. De acordo com o Sebrae, entre os anos de 2020 e 2021 foram criados cerca de 22,9 mil CNPJ em atividades ligadas ao campo. “Eu me tornei dona do meu próprio negócio por acaso, pois eu tinha uma cachorra com um problema de saúde e enfrentando um cio muito prolongado, então eu procurei uma fralda para pets nas lojas especializadas e não encontrei”, afirma Carol Vaz, criadora da Dog´s Care. Por conta da frustração de não achar, ela decidiu fazer uma em casa.
Mesmo com a desconfiança de alguns e os empecilhos do início do projeto, Carol decidiu seguir em frente e buscou se aprimorar, ouvindo os conselhos de profissionais mais experientes. “Nunca tinham visto uma fralda feita para cachorros e isso gerou um certo impacto nos consumidores. Sendo assim, decidi ampliar o portfólio e apostar em produtos mais tradicionais, como os tapetes higiênicos”, revela.
Além de enfrentar os desafios já esperados, a empresária teve o seu primeiro filho em 2012 e passou a conciliar seu dia a dia com os cuidados maternos. “No começo é um pouco complexo, mas com o tempo consegui equacionar minha rotina e as coisas foram se encaixando”, ressalta.
No geral, atualmente, seu objetivo também engloba ajudar jovens como ela. “Quero inspirar outras mulheres com esse desejo e mostrar como é possível ser bem sucedida, apostando em suas ambições, ter tempo para curtir com a família e cuidar de si mesma. É viável ser próspera e ter uma vida espiritual e mental equilibrada”, finaliza Carol.
Os conhecimentos do ramo podem vir ainda quando criança
Por vivenciarem tais empasses, muitas mães compreendem o fato do conhecimento sobre o assunto pode começar na infância. “Isso já cria um senso de responsabilidade e autonomia muito benéfico para os pequenos. Eles aprendem a importância de se organizar, priorizar seus propósitos para o futuro. Junto com a educação financeira, esse tipo de aprendizado pode mudar os horizontes dos nossos filhos e profissionais", reflete Márcia.
Logo, esse tipo de ação pode começar com coisas bem simples, a partir de entretenimentos, recreações e jogos. “Nesse momento as coisas devem ser mais leves, então use e abuse da imaginação. Ofereça brincadeiras com o intuito de estimular essa dinâmica, aproveite para presentear com o primeiro cofrinho onde eles poderão guardar um certo valor da mesada. Quando forem ficando mais velhos, também podem começar a acompanhar algumas tarefas da sua empresa, fazer cursos de educação financeira e por aí vai”, indica a executiva.
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