Neste início de ano, muita gente busca novos desafios e maneiras de atingir seus objetivos profissionais. Cada vez mais, o mundo corporativo muda o seu olhar para os colaboradores e as empresas buscam características diferentes e modernas para formar suas equipes. Dessa forma, é fundamental estar antenado e preparado de acordo com as demandas atuais para se destacar no mercado.
O equilíbrio entre hard e soft skills é essencial
Com um mundo tão globalizado, conectar-se com pessoas e culturas se tornou fácil. Hoje, é possível trabalhar para uma empresa localizada em outro país. Nesse contexto, ter uma segunda língua ou formação superior não são mais diferenciais. As soft skills ganharam relevância, como, por exemplo: inteligência emocional, cultura, comunicação, flexibilidade, versatilidade, bom gerenciamento de tempo, pensamento crítico, entre outros.
O Relatório do Futuro dos Empregos, do Fórum Econômico Mundial, mapeou as mudanças até 2025 e destacou as competências comportamentais mais necessárias para o universo laboral. Essas habilidades ganharam força na pandemia e seguem entre as mais valorizadas pelos recrutadores e líderes.
Para a supervisora do OpetLab, Raphaella Caçapava, é essencial acelerar carreiras, promover a cultura da transformação e conectar a população às necessidades do mercado. A aproximação dos estudantes com as corporações é determinante. Afinal, a partir da vivência vocacional, os acadêmicos compreendem a dinâmica do ambiente profissional. “Na outra ponta, a contratante tem a oportunidade de aperfeiçoar competências e habilidades das quais carece e, assim, implementar ações focadas na qualificação”.
Segundo a especialista, para encarar os efeitos da globalização, as organizações precisam se dedicar à busca contínua de diferenciais para conquistar vantagem competitiva. “A principal maneira é contar com o talento humano e formar equipes de alta performance com indivíduos competentes para alcançar os objetivos desejados. Nesse contexto, as instituições educadoras devem agir não só como formadoras dos futuros colaboradores, mas também como facilitadoras na conexão com empreendimentos”.
Autorresponsabilidade faz a diferença nos dias atuais
Autorresponsabilidade é uma das habilidades de desenvolvimento com maior impacto na vida pessoal e profissional e, por isso, ela é fundamental para tornar os seres humanos mais realizados. Porém, entender esse conceito e como aplicá-lo ainda é um desafio para muita gente.
Para a diretora da Febracis Paraná, Daniella Kirsten, transferir a culpa é uma atitude muito comum e a maioria das pessoas pratica sem perceber. “Nossa mente é programada para terceirizar os acontecimentos, principalmente quando é algo negativo, como uma demissão ou final de casamento, por exemplo. Entretanto, este não é um comportamento saudável, atrapalha a enxergarmos nossos pontos fracos e o processo reflexivo acerca de como podemos fazer melhor”.
Essa skill é a capacidade de reconhecer as coisas positivas e negativas. “Para algumas pessoas é algo intrínseco, mas para outros o caminho mais fácil é culpar terceiros pelos seus fracassos. Porém, ao assumir as responsabilidades, o indivíduo passa a ter controle da própria vida. Todo mundo erra, mas só segue em frente quem consegue analisar os equívocos e fazer melhor da próxima vez”, explica Daniella.
Ou seja, isso é sinônimo de controle da vida, ponto crucial para ser bem sucedido em todas as áreas. “Assim, é possível olhar a situação de diversos ângulos, acolhendo seus erros como pontos a serem melhorados. Assim, a curva de aprendizado é enorme, possibilitando o aumento do seu autoconhecimento”, afirma a diretora.
Nada acontece da noite para o dia, mas é crucial ter noção da importância da jornada. “O caminho será sempre contínuo e o aprendizado constante. Com isso em mente, devemos avaliar as ocasiões de forma crítica, refletindo sobre as nossas decisões, atitudes e comportamentos”, complementa.
Ela ainda deixa algumas dicas de como assumir a autorresponsabilidade:
- Avalie as suas decisões, atitudes e comportamentos;
- Identifique em quais delas você está culpando alguém;
- Crie e exercite essa autoconsciência para assumir as suas responsabilidades;
- Tenha proatividade para mudar os hábitos;
- Possua uma visão sistêmica dos seus costumes para evitar qualquer deslize e fortalecer a sua disciplina para agir de maneira diferente;
- Foque nos resultados e aprenda com eles, assim você será capaz de realizar os seus sonhos e sentir a mudança dentro de você acontecer.
Saiba trabalhar em equipe
É comum gestores criarem ambientes hostis e competitivos dentro da equipe e isso pode ser o fim das conquistas mais valorosas para os negócios. Segundo o especialista em comportamento humano, Luiz Gaziri, quando alguém se destaca, ajuda o próximo e gera confiança, com certeza, ganhará o respeito de todos ao seu redor, aproveitando de todos os frutos do grupo.
Ainda, Gaziri traz estudos realizados pelos cientistas Karl Sigmund (Universidade de Viena) e Martin Nowak (Harward), mostrando como quem está preocupado apenas com o crescimento pessoal, são indivíduos fadados à extinção dentro de uma instituição. A pesquisa foi a feita partir de milhões de combinações entre os relacionamentos de colaboradores cooperativos e trapaceiros e, segundo o especialista, as conclusões sobre as melhores estratégias para manter um grupo de não familiares vivo são as seguintes:
- Sempre começar uma relação cooperando
- Continuar ajudando a outra pessoa
- Se alguém fizer algo errado com você, não retribua
- Após uma sequência de momentos ruins, tente estabelecer uma conexão de novo. Na maioria das oportunidades, o comportamento altruísta retorna
Por fim, Gaziri comenta: “na maioria das nossas parcerias, não ‘negociamos’ apenas uma vez com os colegas. Portanto, mesmo quando a trapaça seja o movimento para trazer o maior lucro instantâneo, no longo prazo ela afastará os outros indivíduos de você, o levando ao fracasso na carreira”. Logo, fazer o bem e criar amizades é sempre o melhor caminho.
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