Conforme uma pesquisa inédita da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), intitulada de “A Diversidade e Inclusão nas Organizações no Brasil”, dentre as 124 empresas levantadas, 63% possui um programa de Diversidade e Inclusão. Nesse meio estão abrangidos pessoas com deficiência (96%) e identidade de gênero (83%). Além de cor/etnia (78%) e orientação sexual (74%). Fica nítido, portanto, como as organizações estão investindo nos processos de recrutamento e seleção, comunicação, treinamento e desenvolvimento. Sendo assim, compreenda como esse movimento é importante para a sociedade e impacta diretamente o mercado de trabalho.
Um olhar atento para diversidade e inclusão
O debate acerca do assunto é crescente tanto nas redes sociais quanto no meio laboral. Com isso, o mercado de ações tem valorizado cada vez mais as companhias verdadeiramente interessadas em apostar na transformação da inovação. Nos mais variados setores, o acolhimento às individualidades é primordial para formar uma equipe coesa e criativa.
Nesse contexto, percebemos como questões historicamente complexas estão passando por mudanças no olhar coletivo, sendo esse um grande marco para toda a sociedade. “É notória a maior preocupação com a Equidade de Gêneros, Raça & Etnia, inclusão das pessoas com deficiência (PcDs), dentre outras, por parte dos cidadãos, consumidores, colaboradores das empresas, fornecedores e investidores”, analisa Mara Turolla, Gerente de Learning & Development e D&I na LHH.
Outro ponto interessante é o fato da equidade de gênero ser uma das ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) inseridos no Pacto Global da ONU, sendo esse equilíbrio entre homem e mulher responsável por aumentar em 21% os lucros dos estabelecimentos. Além, é claro, de promover a sua imagem para o público. “Estamos falando de geração de valor, seja para a marca, empresa, cadeia produtiva, etc”, acrescenta a especialista.
A conjuntura brasileira na temática
A população brasileira é composta por 50% de mulheres e 56% de negros. Como bem sabemos, a trajetória dessas parcelas sociais foi desafiadora em meio aos preconceitos e injustiças presentes até mesmo na antiga legislação. Por essa razão, a reparação histórica é algo tão comentado e gera movimentos expressivos nos tempos modernos. Afinal, a equidade é a peça-chave para um mundo mais igualitário.
Logo, é compreensível a dificuldade de algumas pessoas, pois essa é uma questão cultural e milenar na qual ainda precisa de muito entendimento, trabalho e atenção. Justamente por isso, é extremamente pertinente a discussão constante até o alcance da naturalização sobre o tema entre o povo e o meio laboral. Seja nos períodos de crise ou instabilidade, a agenda de D&I deve ser mantida em prol do incentivo de um real apoio à causa.
Desse modo, o envolvimento com essa iniciativa é coletivo, engajando tanto o quadro interno quanto possíveis talentos a procura de uma novas oportunidades em um local acolhedor. “Estudos demonstram como as equipes diversas e inclusivas geram 6% mais receita, 15% mais conquista de clientes e criam uma participação no mercado significativamente maior”, conclui Mara.
Mantenha a constância das ações organizacionais!
De acordo com uma pesquisa recente da Workmonitor, 48% dos trabalhadores brasileiros não estão interessados em atuar em uma firma desalinhada com com os valores sociais e sustentáveis, enquanto a margem global é de 52%. Nessa conjuntura, percebemos como a conscientização faz a diferença nos índices de procura por um emprego ou até mesmo permanência em um cargo.
A sensibilização e sistematização no decorrer do tempo é crucial para manter a causa viva entre os colaboradores. Por meio de conversas e palestras sobre o tópico, é possível ensinar e aprender com todo o staff. “Para criar uma cultura inclusiva, nós precisamos ir muito além da representatividade e de empregar pessoas desses grupos. É necessário mobilizar toda a companhia durante o ano inteiro”, comenta Leizer Vaz, fundador da comunidade Empodera.
Além disso, podemos observar como livros, filmes, documentários, podcasts e redes sociais desempenham um papel essencial na divulgação dessa pauta. “Estamos felizes em ver essa mudança porque, como um empreendimento formado por pessoas das quais viveram na pele os desafios da diversidade, é muito gratificante testemunhar as entidades cada vez mais interessadas em adotar ações de DE&I e profissionais dispostos a contribuir somente com corporações interessadas nesses temas”, ressalta Vaz.
Ainda assim, para implementar as boas práticas é preciso começar por um diagnóstico. Com isso, é preciso entender a atual conjuntura e de onde vem essa demanda. Em seguida, a sensibilização de alta gestão e dos colaboradores influencia diretamente a visão do público sobre o estabelecimento. Desse modo, conquista-se afinidades e aliados nos pilares a serem seguidos.
A partir de uma reavaliação das políticas e processos de RH, é preciso desenvolver as estratégias. Ao compartilhar os resultados com o time, uma análise sobre os avanços e pontos de melhoria pode ser feita. Afinal, tudo está mudando muito rápido e, por isso, é tão relevante se manter antenado sobre as notícias do mundo. Para não se tornar uma entidade anacrônica, é essencial estar ciente dos acontecimentos pelo globo.
Torna-se evidente, portanto, a pluralidade presente no Brasil e a indispensabilidade de cultivá-la. Assim sendo, a prática da empatia, respeito e inclusão devem ser trabalhadas todos os dias. “Com a necessidade premente de inovação e transformação, um time diverso e legitimamente participativo faz toda a diferença”, finaliza a Gerente de Learning & Development e D&I.
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