A sociedade vive em constante transformação, quanto às suas crenças, valores, prioridades, objetivos e outras ações. Nesse sentido, quando cortamos para o ecossistema empresarial, as relações também são passíveis de mudança, afinal, um cenário prontamente compõe o outro. Dessa maneira, as organizações precisam estar a par dos recursos visados pelos colaboradores, de todos os níveis – seja ele aprendizagem, estágio ou efetivo – afinal, eles compõem o quadro responsável por movimentar um nome e também os investidores. Então confira, nesta matéria, quais são as tendências estipuladas para a temporada e porquê agrega-lás em sua entidade.
Por que as noções foram modificadas no mercado?
Ao começar pelo advento mais marcante dos últimos dois anos, a pandemia da Covid-19 afetou a população por completo no início de 2020. Apesar da sua estabilidade no Brasil, algumas medidas fundadas no período de isolamento social permaneceram inclusas em nosso cotidiano, como por exemplo o home office.
Além da crise sanitária, a tecnologia em crescente inovação e integração ao meio laboral têm modificado os ofícios e as maneiras de contribuição. “Diante do novo cenário, a agenda do RH passou a ter outros focos, dentre eles o bem-estar, saúde emocional, segurança, desenvolvimento e produtividade. Os primeiros passos foram dados com a implementação de uma série de alterações, principalmente com a digitalização de processos, antes burocráticos e a criação de iniciativas para um relacionamento cada vez mais humanizado”, complementa Robson Campos, diretor de produtos RH da Totvs.
Quais as perspectivas para o semestre?
Para as companhias se preparem ainda mais em função de renovar os seus mecanismos e assim, proporcionar uma atmosfera favorável ao desenvolvimento da marca no mundo dos negócios, o CEO da Korú, Daniel Spolaor, indica quatro tendências para ficar atento e adequar os processos ainda em 2023:
Redesenho organizacional: em 2022 houve uma onda de cortes com gastos, desligamentos em massa (layoffs) e cancelamento de vagas. Isso ocorreu, principalmente, na área de tecnologia, pois, ao não encontrarem novos investidores, precisaram controlar a queima de caixa e ter rentabilidade como objetivo.
O ano passado foi um momento de ajuste urgente, já neste, as instituições devem se voltar para o redesenho organizacional, para alcançar mais eficiência. “Agora, entidades podem parar e analisar onde estão os gargalos e os desperdícios. Existe ainda uma tendência ao controle de custos, por isso não veremos um aquecimento brutal de mercado acontecendo. No entanto, vão começar a nascer, a partir desse instante, melhores estruturas organizacionais e ‘seniorização’ dos times. Ou seja, podemos esperar um amadurecimento das estratégias”, explica.
Saúde mental: há um crescimento no interesse e nas pesquisas sobre o tema após a pandemia de Covid-19. Afinal, esse período causou o aumento da ansiedade e depressão em 25% por todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, as ações das organizações correspondentes a isso são fracas. A maioria dos programas de benefícios são centrados em saúde física, mesmo entre grandes corporações”. A saúde mental ainda é um dos maiores tabus e motivos de desalinhamento entre pessoas e organizações", afirma o especialista.
De acordo com a OMS e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em um relatório publicado ano passado, estima-se uma perda de 12 bilhões de dias de trabalho anualmente devido aos problemas de saúde mental. Esse quesito custa para a economia global quase um trilhão de dólares. “Investir nesse âmbito significa manter uma equipe mais equilibrada, focada, feliz e, consequentemente, mais produtiva”, diz.
Outra movimentação importante é a ação das health techs voltada para o tema psicológico. Assim como oferecerem soluções para as empresas. “O desenho de programas de saúde mental está se intensificando no mercado e isso vai contribuir para elevar o nível de aprendizado das corporações sobre o assunto, ajudando na forma como o RH lida com os problemas de bem-estar dos funcionários”, alerta.
Turnover e retenção: a partir do período pandêmico, as companhias viram um movimento muito forte de desligamentos voluntários (mesmo em um cenário de crise econômica), conhecido como a Grande Renúncia. Esse não é um movimento generalizado, sendo mais forte no Brasil, nos Estados Unidos e na Inglaterra. Em de janeiro a maio de 2022, o país registrou 2,9 milhões de pedidos de demissão dos trabalhadores com carteira assinada, segundo o levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
O CEO comenta os efeitos desse acontecimento. “O índice de turnover [taxa de rotatividade de colaboradores] foi nas alturas, consumindo mais dinheiro, tempo e energia para novas contratações. As organizações estão acordando para a questão: reter pessoas é muito mais importante quando comparado com contratar novas. Antes o RH estava focado na admissão. Agora, observamos a sua atenção se voltar para o turnover e a criação de projetos para a manter os talentos”, reflete.
ESG - Environmental, Social and Governance: as políticas de ESG são uma pauta permanente. Sendo a consolidação da discussão sobre sustentabilidade feita anos atrás. "O RH, até então, estava pouco incluído nessa discussão, agora se vê no centro dela quando a 'sustentabilidade' evolui para 'ESG'. O assunto será cada vez mais forte e, com certeza, uma tendência, afinal, é se tornou questão de sobrevivência", garante o especialista da Korú.
Então, o setor de recursos humanos deverá focar, especialmente, em diversidade, inclusão, empregabilidade e renda. Em suma, os pontos são relevantes tanto para a atração e retenção de talentos quanto para o posicionamento de marca. "Os consumidores e colaboradores não vão mais se enganar e se identificar com quem não representa suas realidades individuais, então é preciso entrar de cabeça nessa vertente", finaliza Spolaor.
Gostou das sugestões? Quer saber mais sobre as tendências do mercado e como colocá-las em prática na sua posição ou vida pessoal? Acompanhe o Nube! Estamos prontos para te atualizar sobre assuntos em alta no meio corporativo, diariamente, pelo blog e nas redes sociais. Siga o @nubevagas no Twitter, Instagram, Linkedin, TikTok, Youtube e Facebook e não perca nenhuma novidade. Baixe também o aplicativo Nube Vagas disponível para Android ou IOS.