Você já ouviu falar nesse termo? Ele ganhou uma significativa popularidade no Tik Tok e os vídeos relacionados ao tema acumulou um total de 354 milhões de visualizações. Algumas das características citadas acerca do fenômeno são a recusa a responder e-mails durante a noite ou fins de semana e o escape das tarefas extras fora dos encargos principais. Nos EUA, também atribuem essa reação a denominada cultura da agitação, formada por um padrão de rotina das startups na qual o trabalhador fica ativo 24h horas por dia nos sete dias da semana. Após a Grande Demissão ocorrida no ano passado e o seu impacto no ciclo econômico, a moda do segundo semestre de 2022 foi a demissão silenciosa, principalmente entre a Geração Z. Na prática, mesmo desempenhando as devidas funções, não há mais a agitação e o comum posicionamento do trabalho no ranking da vida dos indivíduos. Sendo assim, compreenda a diferença entre estabelecer limites e não assumir as demandas no trabalho.
Quiet Quitting em pauta!
Existe um questionamento central acerca do assunto: seria ele um pedido de demissão real ou um movimento cauteloso constituído de reivindicações por uma demarcação saudável para produzir aquilo previsto no contrato? Como nunca, as companhias necessitam analisar cuidadosamente a divisão das responsabilidades de cada equipe. Apesar desse ser um tema polêmico, está longe de ser algo negativo. A partir dessa reflexão, é possível evitar imprevistos e se preparar para essa nova realidade.
A fim de estimular o funcionário a cumprir suas obrigações acordadas, é preciso entender o quanto é esperado dele e controlar as expectativas para não ultrapassar o combinado. “Lidar com o problema depende de um olhar sistêmico para cada colaborador e cada time. Não há resposta pronta. O primeiro diagnóstico é a inexistência de uma solução a ser aplicada a todos os casos. Não podemos ignorar particularidades em uma tentativa de sintetizar um conceito e resolver a questão”, esclarece Mariana Achutti, CEO da Sputnik.
Ademais, não podemos nos esquecer do cenário pós-pandêmico no qual estamos inseridos. Como esperado, novas dinâmicas laborais e pessoais surgiram e é preciso se adaptar a elas para fazer o negócio funcionar. “O mapeamento de indicadores é uma ferramenta potente nesse sentido. Estabelecer OKRs (Objective and Key Results, objetivos e resultados-chave) e KPIs (Key Performance Indicators, indicadores-chave de desempenho) permite o alinhamento entre líder e liderado, e ajusta desvios de rota. Além disso, encontra as métricas adequadas para mensuração de desempenho. Por consequência, mantém a fluência e a harmonia do trabalho”, complementa Mariana.
Como lidar com essa nova realidade?
De acordo com o relatório Employee Stress Check 2022, publicado pela Talkspace, 50% dos trabalhadores se sentem esgotados e 57% dos entrevistados valorizariam ainda mais o seu atual emprego se oferecessem mais auxílios e incentivos voltados para a saúde mental. Pensando nisso, Graziele Piva, CEO da Youniq e Headhunter da b2finance, elencou algumas dicas para se manter engajado e não se deixar levar pela onda do quiet quitting. Confira!
seja eficiente: a procura pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional é necessária, mas, quando se alcança esse estado, o engajamento na função deve ser mantido sem impactar as entregas. Mesmo com certo desinteresse pelo cargo, é preciso continuar atuando como o profissional contratado pela direção. Criar delimitações não significa deixar de realizar as tarefas.
Se você adotar algum tipo de desistência silenciosa", então as horas gastas em seu expediente devem ser maximizadas e eficientes. Dessa forma, você continuara crescendo e desenvolvendo as habilidades oferecias por outras pessoas com mais experiência e conhecimento, além de explorar sua criatividade e paixões passíveis a mais felicidade", orienta.
Assuma a prioridade: para superar essa fase complicada, é indispensável realizar uma análise sobre quais fatores estão levando o indivíduo ao esgotamento e o porquê de recorrer a esse hábito. Uma grande aliada nessas horas é a comunicação e o bom relacionamento tanto com os colegas quanto a supervisão, tendo em vista a busca por melhorias e não decisões extremas.
"Os desistores silenciosaos se tornam "amargos e ressentidos" com seus empregadores, usando isso como uma maneira de se vingar da empresa", explica. Entretanto, o fenômeno decorre de uma dor momentânea por consequência da subestimação e sobrecargas. "Ninguém gosta de ser assim. Isso não é uma condição humana na qual essas pessoas querem estar. Ainda, tal atitufr não será sustentável a longo prazo, pois não da um sentido maior de valorização no ofício", acrescenta.
Fale com o seu gestor, não nas redes sociais: é comum ver perfis na Internet desabafando sobre suas vidas. Entretanto, divulgar impressões negatiovas no ambiente de atuação é algo extremamente perigoso, considerando a possibilidade de chagar até os ouvidos dos outros colaboradores da maneira errada. Além disso, é interessante revconhecer a expectativa humana de esperar o entendimento e empatia do próximo sobre nossos sentimentos e necessidades. Todavia, para conquistar uma possível compreensão, é necessário ao menos tentar dialogar e expressar seus sentimentos com quem pode te ajudar.
Nesse quesito, é de se estranhar pessoas do seu escritório não saberem das suas aflições enquanto indivíduos de qualquer lugar do mundo estão por dentro de todos os acontecimentos da sua vida. "Se nunca tiver essas conversas e apenas verificar quietamente, a agulha nunca se moverá. Poderia ser dito: "Eu não tenho a sensação de estar fazendo um bom trabalho e entregando o esperado. Entãon quando isso acontecer, você pode me avisar, Na hora de dar feedback, também é relevante ser realmente específico", ressalta.
Os líderes também desempenham um papel: lidar com esse tipo de esgotamento entre os integrantes da equipe é uma responsabilidade de gerência. A partir das devolutivas do quadro, é exigida uma abordagem humana na adoção de políticas locais e o reconhecimento dos novos tempos pós-pandemia. O meio laboral sofreu significativas mudanças nesse período e é necessário se atualizae sobre a realidade de todos. "O papel dos líderes é érguntar aos funcionários quais metodologias não estão funcionando para eles se estiverem desengajados, em vez de fazer suposições ou entrar "entrar com mão de ferro". O comportamento em questão é, acima de tudo, um pedido de ajuda. O essencial, então, é prestar atenção ao feedback e tomar medidas significativas, sobretudo com acompanhamento a longo prazo", pontua.
orna-se evidente, portanto, a necessidade de se manter atualizado sobre as tendências do mercado. A partir da conversa e liberdade de expressão é viável encontrar motivações para continuar o bom trabalho. De qualquer forma, o tema deve ser encarado como uma oportunidade de rever dinâmicas falhas. “Afinal, tanto o funcionário quiet quitter, quanto a liderança quiet firer e a companhia acabam infelizes nesse caso. Primordialmente, depende da intencionalidade e da disposição para aprender o melhor caminho juntos”, finaliza a CEO da Sputnik.
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