O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) está chegando e, com ele, o nervosismo, ansiedade e estresse de milhares de estudantes. Nos dias 13 e 20 de novembro acontecerá, em todo o país, uma série de provas englobando conhecimentos em exatas, humanas, linguagens e biológicas, trazendo consigo a expectativa em seguir uma profissão a partir do ensino superior. Por conta disso, há um compilado forte de emoções envolvidas, sendo importante controlá-las, algo o qual exige unir um preparo tanto acadêmico, quanto psicológico. Veja agora alguns pontos com necessidade de um cuidado maior.
O descanso é essencial para um bom desempenho
A avalanche de sentimentos do período prévio ao Enem pode atrapalhar o descanso, além da ideia de não ter estudado o suficiente, trazendo consigo a vontade de passar noites revisando as matérias. No entanto, mesmo parecendo difícil, especialmente no dia anterior, é preciso dormir o suficiente para se preparar. “Como a duração da prova em si é muito longa, uma pausa é fundamental para o estudante conseguir estar bem fisicamente e emocionalmente. É o momento de fazer atividades do próprio gosto, relaxar e de apreciar o dia, para estar pronto”, argumenta a professora doutora Bárbara Bezerra Arruda Câmara, do curso de Psicologia do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê.
A psicóloga diz como é importante o aluno continuar se dedicando ao aprendizado, mas não deixar de prestar atenção quando o corpo pede uma folga. “Dedicar momentos para estar junto de familiares e amigos, com ocupações prazerosas é fundamental na reta final para a manutenção da saúde psíquica nesta fase”, afirma.
As emoções têm influência direta!
O nervosismo também é um fator de alto índice de negatividade na performance. “Muitas vezes, a ansiedade vem acompanhada de sudorese, taquicardia e tremores. Percebe-se, portanto, como ela tem elementos fisiológicos associados. Então, além de poder levar o aluno a perder tempo na execução da prova, em excesso pode ocasionar o ‘branco’, bem como interferir diretamente nos níveis atencionais”, explica Bárbara.
Tendo em vista isso, uma boa dica é manter o foco e a confiança em si mesmo na hora de responder às questões. Segundo a professora, lembrar da dedicação e esforço aplicados na jornada até aquele momento também é fundamental. Contudo, caso as emoções subam à cabeça, a indicação é fazer a respiração diafragmática, com o poder de auxiliar também quando o nível de estresse aumentar.
Além disso, uma ótima indicação diz respeito ao uso da inteligência emocional aplicada à avaliação, auxiliando a manter a calma, serenidade, atenção e a concentração, assim como a organização da gestão do tempo e o planejamento. Não permitindo, assim, o nível de aflição elevado demais, interferindo nos processos.
Ademais, a docente lembra como é interessante realizar treinos refazendo edições anteriores e simulados, identificando os assuntos mais recorrentes. Logo, pode ser útil também entender o formato de pontuação, por meio da Teoria de Resposta ao Item (TRI). “Replicar os exames anteriores, delimitar o tempo de resolução de questões (levando em consideração três minutos para cada uma delas, em média), reconhecer quais são os tópicos fáceis, intermediários e difíceis e identificar qual a melhor estratégia de execução são alguns elementos com o poder de potencializar a pontuação final do estudante", indica.
Aperfeiçoamento da correção do exame em 2022
De forma geral, é indispensável estar preparado para a redação do teste e é preciso se atentar ao aperfeiçoamento da correção da mesma. Depois de alguns acontecimentos, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) / MEC alterou o treinamento dos corretores, o qual se tornou mais criterioso, gerando regras com o intuito de garantir àquele aluno de fato merecer a nota aferida e evitar possíveis confusões, acarretando discrepâncias. “Não houve alteração na essência das competências, mas frequentemente surgem detalhes determinando se o candidato merece ou não a nota mil”, afirma o professor de redação Vinícius Oliveira, conhecido na Internet como o Profinho.
De acordo com o profissional, existem cinco competências dominantes nessa reta final, entre elas, a primeira avalia se há um domínio das normas gramaticais. Todavia, a ausência de desvios não garante o resultado máximo, é preciso inverter a ordem das frases pelo menos uma vez para merecer 200. Isso é denominado “oração intercalada”.
A segunda diz respeito a um conhecimento da estrutura básica da dissertação. Caso o texto fique incompleto (sem conclusão, por exemplo), ele perderá entre 80 e 120 pontos. Ainda, se for mencionada uma pesquisa mas não a especifique (“pesquisas apontam...”), essa referência não será considerada um repertório válido.
Já a C3 é uma das mais difíceis para gabaritar. Recentemente o Inep criou a regra do “foco temático”, onde cada parágrafo deve tratar, simultaneamente, de todos os itens do tema. Se houver um esquecimento de algum, será entendido como perda do enfoque e merecerá severos descontos na C2.
A competência 4 passou a exigir apresentação de algumas palavras específicas para iniciar cada parte de desenvolvimento e finalização. Esses termos são os chamados conectivos operadores argumentativos, onde, além de ligar o texto, também agregam sentido na leitura. Para iniciar esses parágrafos, o Profinho sugere o uso dos conectivos “diante desse cenário”, “nesse sentido” e “portanto”.
Por último, a C5 exige uma proposta de solução para o problema trazido, apresentando cinco elementos nessa construção. Recentemente, foi liberado o manual dos corretores, onde deixa claro algo específico: noções de tempo e de lugar não poderão compor as obrigatoriedades. Por exemplo, caso o aluno inclua as expressões “nos dias atuais” ou “na sociedade brasileira”, elas não serão contabilizadas. “É indispensável entender quais detalhes fazem a diferença no processo da avaliação da redação. Sem dúvida, o mais inteligente a se fazer é escrever algo totalmente alinhado com as regras procuradas pelos corretores naturalmente”, indica Profinho.
Finalizando, as discentes Monalisa Di Lauro e Yasmin Magrine, detentoras de um mil na edição de 2021, dão dez dicas:
- Escrever toda semana com base nos assuntos mais importantes da atualidade;
- Corrigir os erros a partir das cinco competências;
- Estudar por “eixos temáticos”, ou seja, focar no assunto e não no tema em si;
- Rever as normas de vírgula e crase, porque, caso desrespeitadas, prejudicam muito a nota da competência 1;
- Começar a introdução com um repertório sociocultural interessante, como a Constituição Federal, por exemplo;
- Escolher três conectivos para iniciar os dois parágrafos do desenvolvimento e a conclusão. Monalisa sugere “diante desse cenário”, “ademais” e “portanto”;
- Aprofundar a argumentação utilizando palavras com juízo de valor. Isso é capaz de mostrar a opinião do candidato e melhora o desenvolvimento;
- Usar sinônimos dos termos do título em todos os parágrafos para evitar a fuga temática;
- Na proposta de intervenção, apresentar os cinco elementos obrigatórios de forma organizada, sem escrever frases longas e desconexas;
- Usar uma frase de efeito impactante para causar boa impressão no final da leitura.
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Confiamos em você para se sair bem no Enem 2022!
