O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 vai ser aplicado nos dias 13 e 20 de novembro em todo o país, mas para muitos jovens, organizar e seguir uma rotina de estudos tem sido desafiador. Esse é, principalmente, um resultado da pandemia, a qual causou um atraso devastador na educação brasileira trazendo, assim, prejuízos aos aprendizes pela interrupção das lições devido à emergência sanitária. Nesse sentido, estão tendo diversos obstáculos para se preparar para a prova, veja mais sobre o assunto agora.
Circunstâncias contribuintes para a dificuldade
Os primeiros anos da doença foram complicados em muitos fatores. Contudo, no quesito pedagógico, a situação piorou em 2022, quando a defasagem educacional se transformou em um abismo. Os alunos aptos a realizar essa edição são as crianças do 9º ano do ensino fundamental, as quais ficaram em casa nos últimos dois anos, tendo de lidar com os próprios recursos didáticos e agora se veem obrigadas a fazer o teste mais concorrido do Brasil.
Desse modo, Vinícius Oliveira, conhecido popularmente como Profinho e o 1º Professor nota mil no Enem, hoje se dedica a preparar iniciantes para conquistar a pontuação máxima na avaliação e precisou adaptar seu trabalho para se adequar às novas demandas. Entretanto, além das técnicas para melhorar e aprofundar a argumentação na redação, os discentes têm buscado apoio e orientação para lidar com o impacto dos momentos árduos. “O Enem deste ano será o mais difícil da história justamente porque será aplicado para milhares de estudantes, principalmente de escolas públicas, onde, em tempos de escolas sem encontros presenciais, não tiveram acesso facilitado a um computador e à Internet”, afirma.
No contexto de expansão do vírus, parte da população se viu predisposta a transtornos psicológicos com a necessidade do isolamento. A falta do convívio social gerou avanço dos problemas mentais. “Reinventei as minhas aulas porque percebi como tinham empecilhos para além do conteúdo: eles traziam ansiedades, medos e, o mais grave, desinteresse”, relata o professor.
De acordo com a pesquisa realizada pela Área de Inteligência de Mercado do Grupo Abril, em parceria com a MindMiners, 47% dos entrevistados sentiam dificuldade para descansar e 23% não estavam mais conseguindo dormir bem. Isso pode ser resultado das diversas preocupações, como o pavor do contágio de Covid-19 pelos familiares, a angústia com os cortes nas empresas, em razão da crise econômica atual, e o estresse geral.
Em outubro do ano passado, um estudo publicado na revista científica The Lancet mostrou os índices de depressão aumentados em 28% em 2020, assim como a ansiedade, elevada para 26%. Como um todo, as mulheres foram ainda mais afetadas em comparação aos homens. O mesmo acontece com os mais novos em relação aos idosos. O estudo foi o primeiro a avaliar o impacto da doeça em tais quadros clínicos, divididos por idade, sexo e localização em 204 países e territórios.
A acadêmica Beatriz, de 27 anos, foi uma dessas afetadas, tendo lidado, inclusive, com a fibromialgia, agravada após o falecimento de sua mãe. Contudo, seguiu se esforçando com o intuito de ingressar na universidade. “A minha dificuldade estava sendo a concentração, eu não conseguia focar, absorver e aproveitar o conteúdo. Eu faço tratamento e terapia toda semana, tomo remédio para depressão e ansiedade. No início eu me questionava muito porque estava acontecendo tudo isso comigo. Essas doenças invisíveis são bastante complicadas”, explica.
Além dela, grande parcela da população também sofreu com esse empasses. Atualmente, quase 5% da sociedade do globo, cerca de 330 milhões de indivíduos, convive com a depressão e suas repercussões no cotidiano. Infelizmente, o Brasil ocupa uma posição de destaque nesse contexto. Estima-se estar aqui a maior taxa da doença no continente latino-americano, impactando cerca de 12 milhões de pessoas, segundo um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde). “Eu comecei a estudar focada no vestibular de medicina quando estava fazendo o 3º ano do ensino médio, e me formei em 2019. No ano seguinte iniciei a saga dos cursinhos e fiz um período completo de presencial. No 2º ano veio a pandemia e os maiores desafios. O primeiro foi manter a saúde mental, conciliar o medo, a pressão de estudar sozinha sem saber se daria tão certo, a questão do isolamento durante um bom tempo e a disciplina em casa”, relata Esther Jacob, 20 anos.
A partir dessa nova realidade, Vinícius adotou novas estratégias para não perder a conexão com os interessados, manter a aprendizagem e dar a discípulos de todo o Brasil a confiança necessária para continuar na busca do sonho de ingressar na faculdade. Dentre suas técnicas abordadas, cinco ganham destaque:
- Troca do quadro pelas telas de computadores e redes sociais.
- Criação de grupos no WhatsApp para entrega de materiais gratuitos, como vídeos gravados, listas de exercícios e equipamentos em PDF sobre a escrita. Além disso, esse método teve um papel ainda mais importante: ouvir as dificuldades de cada um e manter o contato mais próximo.
- Realização de lives gratuitas toda semana para minimizar a defasagem.
- Efetivação de encontros no Zoom para os ouvintes ficarem livres para falar sobre seus empecilhos.
- Adaptação dos ensinamentos para adequar os tópicos ao descompasso decorrente do afastamento.
A partir dessas mudanças, o educador propunha alcançar seu objetivo de auxílio nesse meio pedagógico. “É muito triste ver alunos sem esperança de ter um futuro melhor. Minha missão é minimizar o déficit causado no aprendizado e democratizar o acesso à faculdade, principalmente para os estudantes de escolas públicas os quais vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio”, finaliza.
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