Ontem, 20 de novembro, domingo, encerrou-se a edição 2022 do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), constituído em quatro cadernos de matérias e dois dias de realização. No primeiro domingo, 13, foram abordados temas relativos a linguagens, códigos e suas tecnologias (abrangendo português, artes, educação física e língua estrangeira) e ciências humanas (história, geografia, filosofia e sociologia), além da produção de uma redação dissertativa-argumentativa. Já no segundo final de semana, os assuntos derivaram de matemática e suas tecnologias e ciências da natureza (biologia, física e química). A prova contou com 3.396.597 inscrições esse ano, o segundo menor número desde 2005, apesar do Ministério da Educação comemorar um aumento de 10% em relação a 2021, com 3.109.762 participantes. Apesar de ser um momento importante para o futuro, manter a calma e enxergar o teste como aprendizado pode auxiliar na realização. Aprenda sobre isso!
Sendo responsável por facilitar o ingresso dos estudantes brasileiros nas universidades públicas e particulares, por meio de programas como o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), Prouni (Programa Universidade Para Todos) e Fies (Financiamento Estudantil), o Enem causa certo pânico em diversos discentes, principalmente os interessados em ingressar no ensino superior no ano seguinte. De maneira geral, tomar decisões não é fácil, ainda mais quando se é jovem e precisa definir algo para o resto da vida. Esse é um dos maiores motivos de ser tão estressante passar por um vestibular. Decidir qual graduação fazer e consequentemente qual carreira profissional seguir, é um processo muitas vezes penoso para os discentes, especialmente para aqueles concluindo o ensino médio e sem muita clareza de quais são suas aspirações. Uma determinação dessa magnitude pode até mesmo causar mal-estar.
Todavia, para o especialista em tomada de decisão Uranio Bonoldi, os indivíduos não devem se privar de escolher um rumo, mesmo sem ter 100% de certeza de qual caminho seguir. Para o escritor, o importante é se dispor a viver experiências dando base para decisões mais maduras posteriormente. “Certamente existem muitas formas de se escolher um curso assertivamente, atendendo a um anseio interno trazendo realmente sentido à sua carreira. Contudo, a vida não é uma ciência exata, é totalmente possível optar pela profissão dos sonhos e mesmo assim se arrepender”, pontua o escritor. Segundo Bonoldi, um dos processos mais cruciais para se aprender a deliberar é a prática. “É indispensável refletir e cuidar para as escolhas serem feitas de maneira racional, mas não tenha medo de assumir riscos. Queremos errar o mínimo possível, porém temos de reconhecer o quanto crescemos quando nos deparamos com imprevistos”, opina.
O autor do livro, "Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”, traz seu próprio método para auxiliar profissionais em momentos complexos. Ele pondera haver diferentes caminhos para dar aos indecisos um norte de qual jornada seguir, sendo o primeiro deles o autoconhecimento. “Testes vocacionais, pesquisas, entre outros meios podem ajudar, mas é fundamental conhecer mais a si mesmo para fazer uma escolha mais precisa. O que gosta ou não de fazer? O que não gosta? Quais sonhos tem? O que faria mesmo se fosse por hobby? A partir daí, ir buscando possibilidades adequadas aos seus desejos, aspirações e condições”, analisa. Outra dica é tentar se imaginar, intuir estar na carreira desejada e procurar dissecá-la em todos seus aspectos. “Avalie pontos positivos e negativos, como se estivesse exercendo-a”, orienta.
Entretanto, às vezes, mesmo com atenção e cuidado, a reflexão pode não mostrar um percurso totalmente seguro e isso não deve causar certo impedimento de experimentar. “Não precisamos mais nos prender àquela ideia de ter uma única ocupação a vida toda. Hoje em dia as coisas são mais maleáveis e você pode usar isso a seu favor”, explica. Logo, Bonoldi aconselha correr riscos, veja o quanto você se encaixa no curso preterido e leve toda a sua vivência como aprendizado. “Steve Jobs fez um curso de caligrafia o qual o ajudou no desenvolvimento do design e funcionalidade simples do primeiro iPhone. Os melhores profissionais são aqueles com a capacidade de ver o lado positivo até mesmo de situações adversas ou sem conferir muito sentido à primeira vista”, afirma o escritor.
Mesmo parecendo complicado lidar com mudanças, há uma pressão envolvida em exames como o Enem para ingressar na faculdade. Nesse sentido, torna-se relevante o Nube Talks “Iniciei a graduação e não gostei. E agora?”, com Elizabete Leite Scheibmayr, sócia fundadora da Uzoma Diversidade Cultura e Educação, presente na Feira de Estágios Nube 2022. “A gente tem a nossa formação, seja acadêmica, o curso universitário escolhido e há também a carreira, a soma dos nossos aprendizados da vida, competências e habilidades. Daí seguimos profissionalmente e ela pode mudar”, esclarece a especialista. “Você pode buscar estágios em outras áreas, ou pensar, se continua naquela graduação ou se faz outra. É preciso entender o seguinte: não necessariamente seguiremos o feito no início”, comenta. Ela deixa claro como esse é um processo natural e comum, a qual não se deve colocar problema. O restante da fala de Elizabete está disponível gratuitamente e on-line no canal do Youtube Nube Vagas, com uma média de quase 3 mil visualizações.
“Autoconhecimento é importante para nossas escolhas. Práticas de vida são, muitas vezes, base para tal, gerando um círculo virtuoso de conhecimento e ganho de sabedoria. Não é de se surpreender isso faltar aos mais jovens. Portanto, podemos auxiliar nas reflexões, de fato importantes, mas abrir espaço para escolherem, errando e acertando, aproveitando as oportunidades e assim aprendendo, se desenvolvendo e evoluindo”, finaliza Bonoldi.
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