Como você tem percebido os processos de demissão na sua empresa? Segundo uma pesquisa realizada pela agência de engajamento e gestão, Pulses, 54% dos empregados expressam frustração quanto ao seu trabalho. Esse fator é, por muitas vezes, atribuído à sobrecarga de demandas e ao desgaste emocional no ecossistema de ocupação. Com um cenário desfavorável ao funcionário, notou-se, em ato reflexo, uma tendência de desligamentos ativos nas companhias. A partir da disseminação desse costume maléfico aos escritórios, criou-se o conceito de quiet quitting (demissão silenciosa, traduzido do inglês). Quer conhecer melhor a origem e consequências desse fenômeno? Acompanhe a matéria a seguir e confira!
Reações do mercado aos anos pandêmicos
De acordo com o levantamento citado, cerca de 51% dos entrevistados sentem dificuldade ao realizar suas atividades laborais. Isso demonstra um desencontro frequente entre o exigido e o factível. Ao afastar o trabalhador de sua zona de conforto, a labuta torna-se um desafio pesado e, em certos pontos, amedrontador. Esse rompimento desarticula o vínculo do indivíduo com a organização e fragiliza o seu empenho. O resultado é visto nas chamadas demissões silenciosas. Elas baseiam-se na atitude de um encarregado em fazer, única e exclusivamente, o necessário, sem mais esforços para agradar um chefe ou somar para a corporação.
Nos últimos tempos, devido à insurgência da pandemia de Covid-19, no início de 2020, o mundo empresarial foi colocado de cabeça para baixo. Com a reclusão da população em suas casas e a aderência das organizações ao meio on-line, os parâmetros de atuação foram drasticamente alterados. O home office deu ao ofício a comodidade do lar. Porém, retirou do domicílio seu espaço de lazer e tranquilidade. A partir disso, tem se vivenciado um movimento das dispensas autônomas, considerado libertador para muitos colaboradores.
Tido como um fenômeno de escala global no campo de serviços, marcou seu início nos Estados Unidos. Ele foi primeiramente notado, justamente, durante o período pós pandêmico, com o retorno das atividades presenciais. A reação prática mostrou-se por meio de uma onda de pedidos de demissão. Do dia para noite, ninguém mais parecia estar feliz com a sua rotina. Por isso, acredita-se encontrar o segredo desse mistério na satisfação pessoal com as atividades ocupacionais desenvolvidas. Esse processo configurou um novo momento nas relações do emprego, agora cada vez mais atentas para o equilíbrio entre o íntimo e laborativo.
Uma válvula de escape ou tiro pela culatra
Nessa nova análise da jornada, as projeções de carreira foram, enfim, colocadas na balança. A partir disso, inúmeras atribulações correntes ao expediente romperam a barreira do anonimato e vieram à tona. Os desdobramentos revelaram-se por meio de quem decidiu abrir mão de seus cargos e repensar o futuro. No entanto, por trás dessa atitude, houve, sempre, um disparate comum. Junto a ela, ficou evidenciado um comportamento padrão a quem abandonou suas posições: o desinteresse pelos afazeres e a entrega do básico, sem requintes nem complementos. A intenção manifesta seria "cavar", a longo prazo, uma demissão, porém sem ferir normas ou praticar ilegalidades.
Há quem entenda essa mudança repentina de postura como uma válvula de escape para o estresse ou decepção. Seria uma espécie de caminho para fugir de síndromes como o burnout, conhecida por esgotar a pessoa, e boreout, definida pelo tédio e monotonia vigente à rotina. Em outras palavras, essa conduta penosa e alternativa teria como princípio, na verdade, a busca por uma rota capaz de guiar até o estado de saúde emocional. No entanto, apesar de à primeira vista parecer uma solução ideal, para muitos especialistas, essa via pode representar riscos aos subordinados e, claro, à produtividade dos empreendimentos.
Existe uma espaçosa fronteira entre tirar uma semana sabática para descansar e colocar suas obrigações para escanteio e pretender relaxar. Além de comprometer metas básicas de desempenho, o descanso forçado nunca será pleno como o adquirido. "Quando adotamos uma postura de fazer apenas o substancial e 'empurrar com a barriga' o restante, na tentativa de provocar uma demissão, corremos sérios riscos de manchar nossa reputação profissional. Ademais, esse comportamento também é danoso para quem contrata. Dispor de um estagiário menos engajado, por exemplo, confere prejuízos ao próprio clima organizacional. Dessa forma, perde-se motivação e engajamento entre os associados", pontua Janaína Machado, gerente do Unit Carreiras.
Uma questão geracional
Em meio ao debate, é interessante perceber como essa prática ganhou seu espaço à luz somente imersa na Geração Z. "Ou seja, o desencadeamento desse movimento está evidente entre os jovens no início de suas carreiras. Trata-se de uma conduta, por vezes, curiosa, adquirida por quem passa por suas primeiras experiências no mercado de trabalho", indaga Janaína. Esse cenário, entretanto, não foi comum aos aspirantes de outras épocas e, por isso, tem provocado um verdadeiro choque de gerações. Gestores, empresários e RHs mais experientes encontram, hoje, dificuldades para manter contato de maneira límpida e fluida com os mais novos.
A resposta à problemática, como dito, pode residir na distinção geracional. Quem prende seus conceitos no passado, naturalmente, terá dificuldades para compreender as dinâmicas do presente. "Enquanto os cargos de comando, formados - em sua maioria - por integrantes da Geração X, seguem uma cultura baseada no lema 'meu trabalho é minha vida', os demais, compostos pela Geração Z, apresentam-se quase às avessas, pautados na máxima 'a minha vida não é somente o meu trabalho'. Nesse contexto, o conflito provoca um certo nervosismo, pois propõe o desafio às firmas de atrair e manter pessoas, bem como promover uma cultura organizacional de desenvolvimento de competências e carreira", finaliza Janaína.
Gostou das curiosidades acerca do tema? Então, atualize-se, reflita, procure dispor de um melhor ambiente de atuação e, claro, compartilhe com os amigos! A hora para atentar-se às novidades, tomar precauções e mudar o entorno é agora, basta ter iniciativa e permanecer aberto para aprender. Quer mais toques como esse? Continue nos acompanhando em nosso blog e nas redes sociais. Ah! Não esqueça de conferir o aplicativo Nube Vagas, disponível para Android e iOS. Para aproveitá-lo, deixe sempre as notificações ligadas e não perca nenhuma novidade.
O Nube torce pela sua saúde e aposta no seu sucesso!