Mais de um ano de trabalho remoto já se passou e, com o avanço da vacinação contra a Covid-19 no país, a consequente redução de números de casos e óbitos provocados pela doença, já se torna possível desenhar um cenário de volta ao ambiente de trabalho. Porém, depois de tantas mudanças, novas incertezas permeiam a mente dos colaboradores: como será esse retorno?
Segundo a Dra. Ana Carolina Peuker, CEO e fundadora da Bee Touch, não será tão simples assim passar por outro processo de mudanças. Para ajudar com as dúvidas e com mais uma adaptação em nossas vidas, a profissional dá dicas para preparar a saúde mental para o tão aguardado reencontro.
1 - O medo é normal
Tudo considerado novo necessita de um intervalo de tempo para adaptação. Foi assim no início da pandemia e não será diferente agora. “Depois de tanto ficarmos em casa, sentir receio em retomar hábitos já deixados para trás é absolutamente normal, afinal, envolve questões como o medo do coronavírus, desfazer os laços entre filhos, casa, família e trabalho e das situações da rotina do ambiente corporativo”.
2 - Dê tempo ao tempo
Esse momento de transições traz dificuldades e é preciso respeitar seus limites e espaço, tanto em casa, no momento da separação dos entes queridos, animais de estimação e etc., mas também com a vida social. “Até porque, querendo ou não, ficamos destreinados. As pessoas estão mais sensíveis a palavras, a tons de voz, contrariedades, estímulos e assim como tivemos alguns meses para a adequação ao home office, também vamos precisar de um para o presencial. Aceite a realidade como ela é. Olhe para frente levando todos os aprendizados obtidos e não se fixe no passado”.
3 - Prepare a mente
Ajustar a rotina como se já estivesse no escritório é uma boa forma de sentir menos o impacto, para a ansiedade ser diminuída quando a ida ao trabalho ou estágio acontecer. “Começar a seguir os horários parecidos com aqueles praticados anteriormente e, claro, entender como é muito possível não dar conta de todas as atividades, assim como antes da crise sanitária”.
4 - Busque ajuda profissional
Muitos colaboradores buscaram auxílio junto a especialistas em saúde mental quando a quarentena começou. “É importante continuar o tratamento para lidar com essa transição da melhor forma. Lembre-se como o corpo e a mente nos dão sinais se as coisas não vão bem, fique atento a isso e busque alguém apto tecnicamente para lhe apoiar”.
5 - Empatia com o próximo também auxilia
O convívio é favorecido. “Rever os colegas, voltar a atuar em grupo, dividir angústias, medos e a rotina do dia a dia será agregador para o contexto físico e pode facilitar na hora de deixar um pouco de lado as suas próprias dificuldades”.
6 - Confie na sua capacidade de resiliência
Temos essa capacidade de nos reinventar. “A maior prova disso foi a adaptação do mundo ao virtual, em março de 2020, quando o físico foi transportado para o modo remoto. Nós sobrevivemos e é hora de confiar na sua própria capacidade de se renovar, mais uma vez”, diz.
7 - Conte com a tecnologia para melhorar a saúde mental
A tecnologia não só pode como deve ser a nossa aliada quando falamos de prevenção de problemas mentais e promoção do bem-estar. “Essa é apenas uma das formas pelas quais a tecnologia previne o agravamento de distúrbios psicológicos e promove, de maneira consistente, estratégias para o cuidado em saúde. Recursos voltados ao autocuidado mostram o seu potencial de alcançar mais pessoas com menos recursos”.
Letícia Oliveira iniciou 2020 conquistando uma oportunidade de estágio na área de administração e, hoje, como efetiva, voltou recentemente a atuar no escritório da organização. “Estamos em uma rotina híbrida e eu tive certos receios de início, mas é importante acreditar nas nossas capacidades e ter esperança, também. Isso pode ajudar a ter uma transição tranquila”, conta.