Excesso de trabalho é realidade para muita gente em todo o mundo, principalmente com o home office. As razões são diversas e muitas vezes não estão ligadas simplesmente à sobrevivência. Na maioria dos casos, a pessoa escolhe colocar o serviço acima de todos os outros aspectos de sua vida.
Consequências perigosas!
Para o especialista em cargos de alta gestão, Uranio Bonoldi, uma parcela considerável de quem labuta demais é composta pelos workaholics - indivíduos viciados no ofício e sem nunca tirar o emprego da cabeça. “Esse hábito é extremamente negativo, não só para a saúde mental, mas para a física também”, analisa.
Esse tipo de profissional é muito comum em cargos de liderança, no qual o número de casos de acidente vascular cerebral (AVC) ou derrame e afecção arterial coronariana é frequente. Isso devido ao ritmo intenso de atividades e demandas, as quais muitas vezes não respeitam o horário comercial.
De acordo com pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), jornadas em excesso causam cerca de 750 mil mortes por ano. Além disso, essa é a principal causa de enfermidades associadas a essas funções de responsabilidade, elas vão desde estresse e hipertensão, até casos extremos, com complicações cardíacas.
A má gestão dos riscos psicossociais é contraproducente tanto aos colaboradores quanto à corporação. “Isso impacta em custos mais altos em termos de saúde e segurança dos contratados, para a instituição e para a sociedade em geral. As despesas relativas a isso podem ser muitas e variadas e surgem direta ou indiretamente com o maior absenteísmo e a rotatividade, turnover, doenças ocupacionais, etc.”, analisa a psicóloga e CEO da Bee Touch, Ana Carolina Peuker, de Porto Alegre (RS).
Por isso, é crucial sabermos balancear as demandas com horários de lazer e tempo com a família ou amigos. “Não ter limites pode ser até contraproducente e aumentar a chance de Burnout ou a síndrome de esgotamento profissional. Entre os sintomas estão a dificuldade de concentração, insônia, exaustão, pressão alta e dores de cabeça”, complementa Bonoldi.
Mude seus hábitos já!
Contudo, a quantidade de colaboradores atuando exageradamente só está aumentando. Por isso, é fundamental criar uma relação saudável com o labor, respeitando a si mesmo.
Nesse sentido, o especialista elencou algumas dicas para serem incorporadas diariamente para deixá-lo mais leve e produtivo. Veja:
Faça uma pequena lista dos afazeres do dia: “no começo da jornada identifique quais são suas prioridades (nada além de cinco itens). Dessa forma você conseguirá focar nas urgências e, no final do expediente, avaliar as entregas”, comenta o consultor.
Foque em apenas uma função de cada vez: segundo ele, temos o hábito de nos ocupar com diversas demandas simultaneamente. No entanto, isso pode prejudicar o nosso rendimento. É interessante pegar uma tarefa e focar apenas nela até finalizar.
Pequenas pausas durante o expediente: “o corpo precisa de momentos de descompressão, por isso, é crucial fazer intervalos, seja para simplesmente descansar ou para o lazer e a família. Parece simples, mas isso ajuda muito na produtividade”, finaliza Bonoldi.
Portanto, há uma grande oportunidade de melhoria na gestão de saúde corporativa. “Os gestores de RH devem incluir no ‘radar’ a atenção primária a esse bem-estar. Dessa forma, trarão vantagem competitiva ao negócio, além de promoverem um ambiente ‘psicologicamente seguro’ ao time”, conclui Ana.
Acompanhe nosso blog e as redes sociais, pois publicamos conteúdos diariamente e temos opiniões de diferentes especialistas. Dessa forma, você se destaca no universo corporativo. Conte com o Nube!
Sua companhia tem essa preocupação?