Estamos presenciando uma onda de protestos anti-racistas em várias partes do mundo. No Brasil, muitas pessoas aderiram também a tag "vidas negras importam" (ou black lives matter, em inglês) e agora cabe à toda sociedade levar essa conscientização adiante. A desigualdade racial deve ser pauta constante nas empresas, na mídia e nas rodas de conversa se quisermos finalmente vencer o preconceito. Por isso, continue lendo e entenda melhor sobre o assunto!
Pense fora da caixa!
Segundo a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 29,9% dos cargos gerenciais são ocupados por pessoas pretas ou pardas e eles ainda ganham menos em relação às brancas. De acordo com o Instituto Ethos, 4,7% dos cargos de liderança são compostos por negros.
Logo, é preciso incentivar esses indivíduos a assumirem seus lugares, com mais espaço em universidades e nos cargos de gestão e liderança no mundo corporativo. Por isso, também, o Nube foi convidado pelo MPT - Ministério Público do Trabalho a fazer parte do pacto social para melhorar a inclusão desses jovens universitários no mercado.
Pensando nos aspectos positivos desse incentivo e inserção, a CEO da CKZ Diversidade, Cris Kerr, apresenta fatos para sua organização começar a contratar mais pretos e pardos. Veja:
35% a mais de retorno financeiro
Conforme a pesquisa ‘Diversidade é Importante’, realizada pela McKinsey com 366 corporações no Canadá, América Latina, Reino Unido e Estados Unidos, aquelas com diversidade são 35% mais propensas a obter retornos financeiros.
Em especial, nos Estados Unidos, o levantamento identificou uma relação linear entre pluralidade racial e étnica e o rendimento da companhia: para cada 10% de aumento na multiplicidade entre os executivos seniores, o EBIT (lucro antes dos juros e impostos) aumenta 0,8%.
São pessoas qualificadas
O velho argumento: “não temos negros qualificados para posições estratégicas” caiu por terra. Segundo estudo do IBGE, o número desse público com ensino superior triplicou nos últimos dez anos. Assim, “vemos as políticas governamentais fortalecendo o acesso à educação. Contudo, o aumento correspondente nas corporações continua sendo um grande desafio”, explica Cris.
O pilar de raça ainda enfrenta grande resistência pelas instituições, dificultando a mudança no cenário da desigualdade. “Muitas vezes a pessoa tem competência, mas as desculpas estão relacionadas à forma como a vestimenta ou até o tipo de cabelo em ‘desacordo’ com a entidade. Então, precisamos desconstruir, urgentemente, esses preconceitos e estereótipos”, complementa a CEO.
Outro impasse é o viés inconsciente de afinidade, o qual demonstra a tendência de aproximação de sujeitos semelhantes. Esse também é um fator propulsor de homens brancos, a maioria nos cargos de liderança, a contratarem e promoverem somente outros iguais.
Para o líder de projetos em sustentabilidade, diversidade e inclusão na MCM Brand Group, Raphael Pagotto, nada é do dia para a noite e não existem soluções prontas quando falamos de cultura organizacional e gestão de mudanças. “Em meio a uma pandemia múltipla e biopsicossocial, na qual corpos e relações adoecem, compreender o ecossistema é essencial para reforçar nossa Im(h)u(ma)nidade. O contágio despertou a consciência da importância da cadeia de valor e qual o nosso protagonismo como agentes da mudança. No entanto, ainda estamos lidando com a realidade sem alterar a perspectiva”, analisa.
Portanto, quebre barreiras e desenvolva sua mente!. Acompanhe nosso blog e as redes sociais, pois publicamos conteúdos diariamente e temos opiniões de diferentes especialistas. Quantos negros na sua empresa estão em posição de liderança?