Para os 30 milhões de brasileiros com idade a partir de 60 anos, ficar isolado sempre foi um desafio. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há mais de mais de quatro milhões de idosos vivendo sozinhos. Por isso, o hábito de ir às compras e realizar atividades presenciais faziam parte de seu cotidiano e eram muito apreciados. Hoje, com a pandemia, muitos precisaram se adequar à conexão virtual.
Em 2018, ainda segundo o IBGE, 40% dos seniors já estavam conectados virtualmente. Hoje, devido à quarentena, a inclusão digital deve apresentar um salto gigante. Aprender a fazer compras, administrar as contas, trabalhar, assistir aulas e se manter conectado com a família e amigos pela Internet foi condição de sobrevivência para essas pessoas. Carlos Barbosa, 81 anos, empreendedor é um exemplo de idoso conectado. Ele sempre trabalhou como executivo e ficou muito preocupado com quadros depressivos em aposentados, por isso criou um programa on-line para ajudá-los a empreender também.
Segundo pesquisa realizada no início da pandemia pela startup Janno, em parceria com a MindMiners e Hype50+, os brasileiros com mais de 45 anos esperam das empresas respeito e compreensão para atender suas necessidades. As maiores expectativas estão no campo do atendimento e relacionamento. Contam ainda com práticas capazes de resolver solicitações e reclamações com eficiência e posturas especializadas para a faixa etária.
Para a psicóloga Fernanda Tochetto, os negócios precisam estar focados nos consumidores em um apoio humanizado. "A empresa não pode aparecer apenas no momento de vender o produto. Ela precisa cuidar do cliente, auxiliá-lo, facilitar o processo, gerando oportunidades a ele", recomenda.
A Akousis, rede de lojas de aparelhos auditivos em São Paulo, tem como público alvo clientes idosos e durante o período de março a junho, teve 20% de crescimento no índice de satisfação dos clientes. “Nós aumentamos os nossos canais de atendimento porque ficamos preocupados com o isolamento social de nossos consumidores. Muitos moram sozinhos e oferecemos o nosso atendimento por telefone e WhatsApp” comenta Paulo, diretor da empresa.
Público alvo
A fonoaudióloga, Luciana Machado, ressalta a importância das empresas entenderem as dificuldades de seu público alvo. “Nós criamos vídeos e roteiros para ligações e videoconferência. O mais emocionante é perceber como o nosso trabalho é essencial. Em meus atendimentos pude perceber como é importante para a terceira idade poder conversar, desabafar, ser apoiado, ainda mais nesse período de isolamento social”, ressalta.
Para ela, a experiência tem sido enriquecedora: “eu tenho aprendido muito com essa troca. São pessoas experientes e criativas, nos inspiram a inovar sempre. Além disso, o mais marcante são as palavras de gratidão, apoio e carinho recebidos diariamente. É muito satisfatório estar cumprindo a nossa missão de garantir aos nossos clientes o direito de se manter ativos por meio da comunicação”, comenta a especialista.
Carlos Barbosa, 81 anos, empreendedor é um exemplo de idoso conectado. Ele sempre trabalhou como executivo e ficou muito preocupado as pessoas que aposentam e ficam sem fazer nada. Ele acredita que isso pode acarretar depressão e outras doenças. Por isso resolveu criar um programa online que ajuda aposentados a empreender. Ele considera a internet a principal ferramenta de trabalho, usa celular e aplicativos.
Pensar no mercado, nas marcas e nos negócios também passa pela preocupação com o próximo e com as inovações atingindo novos públicos e espaços. Acompanhe os conteúdos do Nube para dicas e tendências. Leia também a matéria “Terceira idade no ambiente profissional”.