Qualquer sociedade para se regular depende de organização. Para chegarmos ao modelo atual, na qual os cidadãos assinam um contrato virtual com o Estado, a fim dele garantir segurança e proteções contra o arbítrio de terceiros, leva tempo. E assim, exatamente, ocorre em qualquer empresa. Ninguém consegue crescer e se desenvolver sozinho. Já dizia Aristóteles: “o homem é um animal político” e, como tal, depende da convivência com as demais pessoas para sobreviver e alcançar a felicidade.
Trazendo esse prisma para o mundo empreendedor, essa é justamente uma das grandes dificuldades das companhias: dar autonomia sem perder a soberania. “Delegar, portanto, é uma arte, difícil, mas necessária, a qual requer técnica, processo e talento para levar a corporação ao caminho do crescimento”, explica Angelina Stockler, mentora da InovAtiva Brasil e da Endeavor, também com atuação no Rio de Janeiro.
Muitos chefes, erroneamente, têm por hábito solicitar a tarefa e induzir o funcionário na prática da atividade sem conceder-lhe independência para realizá-la. “Infelizmente, é uma ilusão onde todos perdem: o gestor, o liderado e a empresa, pois liberdade não significa só ensinar, mas mostrar ao outro, claramente, a competência esperada para dar sequência àquele projeto ou atividade e, sobretudo, confiar no outro”, enfatiza a especialista.
Em geral, empregado pouco ativo é sintoma de falta de motivação e, por vezes, de um gerente muito centralizador. O primeiro, nesses casos, não sente autossuficiência e tem pouca opinião sobre fazer ou acontecer. “E isso é uma fotografia do empreendimento estar no caminho ruim: num círculo vicioso, e não virtuoso”, comenta Angelina.
Entre as competências do bom líder, empoderar é uma das principais: chamar a responsabilidade para si, conhecer-se e avaliar quais tarefas é capaz de realizar e quais podem e devem ser repassadas, escolhendo, entre as habilidades e perfis de funcionários, aquele capaz de executar a ação plenamente. “Desse modo, é fundamental reconhecer seus pontos fortes e fracos, capacitar , criar confiança no time e dar autonomia para os profissionais tomarem decisões e caminhos pertinentes para alcançar o objetivo final”, assegura a mentora.
O resultado de uma organização é de responsabilidade do time como um todo; mas a evolução do grupo é reflexo do superior, o qual enxerga erros e acertos, por meio de capacitação, treino, acompanhamento, metragem e é um guia para o caminho do sucesso profissional de sua equipe.
“É um pacote: escolher corretamente o profissional, desenvolver, delegar e confiar, acompanhando a execução e avaliando o resultado. Não basta, contudo, conhecer essa virtuosidade, deve-se tentar também possuí-la e colocá-la em prática”, finaliza Angelina.
E você, está agindo corretamente?
Veja também: