Conciliar maternidade e carreira é um desafio, mas também uma chance de evolução. Conforme um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) com 247 mil entrevistadas, entre 25 e 35 anos, cerca de 50% delas estavam fora do mercado formal após a licença-maternidade. A maioria das demissões ocorreu por iniciativa do empregador, sem justa causa, demonstrando a persistência dessas barreiras.
“Sim, para as mulheres é possível equilibrar carreira e maternidade. Embora exista aquele estigma de, ao se tornarem mães e se dedicarem menos ao trabalho, isso oferece uma oportunidade de crescimento tanto pessoal, quanto profissional”, aponta Luciana Cattony, fundadora do Maternidade nas Empresas.
O desenvolvimento de políticas mais inclusivas, como flexibilidade de horários e possibilidade de atuar remotamente, tem se mostrado fundamental para a permanência delas em suas ocupações sem abrir mão do maternar. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam: a taxa de participação feminina nas corporações cresceu para 54,3% em 2022. Esse avanço reflete, em parte, iniciativas voltadas à equidade de gênero nas empresas.
As habilidades desenvolvidas na maternidade impulsionam a carreira
“Se tornar mãe desenvolve habilidades como, por exemplo, gestão de tempo, resiliência, empatia e capacidade de tomar decisões. Competências essenciais para o sucesso em diversas áreas da vida. Ela também redefine prioridades e amplia a visão sobre as verdadeiras importâncias. Traz uma maturidade única, muitas vezes levando a escolhas mais conscientes e alinhadas aos nossos valores. Esse processo de reflexão é intensificado pela perspectiva de legado, de deixar algo significativo para o mundo, reforçado pela responsabilidade de educar os filhos e pelo impacto das nossas ações no futuro”, finaliza a especialista. Essas skills são altamente valorizadas por companhias na busca por líderes mais humanizados e eficientes.
A inserção e estabilidade das genitoras na profissão é um tema essencial para o progresso econômico e social. Com projetos adequados e mudanças na cultura corporativa, é cabível conciliar ambas áreas da vida de maneira sustentável, beneficiando tanto as profissionais quanto as organizações e, é claro, a sociedade como um todo.
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