As fake news são informações cujo conteúdo não representa os fatos. Porém, são espalhadas como se fossem verídicas. Segundo pesquisa do Instituto Ipsos, entre 27 países, o Brasil tem o maior número de pessoas as quais já acreditaram em uma notícia falsa. Esse tipo de atitude pode comprometer a imagem de um profissional. As bases inverídicas têm ainda mais consequências em cenários de pandemia, nos quais um dado pode salvar ou acabar com uma vida.
Legislação
Com o advento das redes sociais, divulgar mensagens nunca foi tão fácil. Apesar de serem uma alternativa à mídia tradicional, nos meios digitais também é possível espalhar farsas e tentar manipular a realidade em prol de algum objetivo. De acordo com o levantamento, 62% dos brasileiros já confiaram em um boato disfarçado de furo jornalístico.
“Atualmente, não existe uma legislação regulamentando esse tema. Há um projeto de lei de nº 2.630, de 2020, tramitando no Congresso, justamente para poder inserir regras e trazer mais responsabilidade e transparência para as informações divulgadas na Internet. Será um instrumento importantíssimo para a normalização desse assunto”, explica Sandro Caldeira, professor de direito criminal.
Boatos disfarçados
Na visão de Isadora Camargo, jornalista e professora da Universidade São Judas, o formato desses conteúdos também afeta a maneira como são recebidos. “As fake news têm uma roupagem e se assemelham muito às notícias e aos padrões de dados jornalísticos ou de instituições oficiais. Por isso, as pessoas as tratam como algo verdadeiro e não mentiroso”, pontua.
Golpes
Paula Cristiane Fernandes teve o Whatsapp clonado por causa de informações falsas recebidas. “Recebi a notícia de uma instituição de ensino avisando sobre um circuito de palestras, cliquei no link e fui direcionada para o formato Business do aplicativo. Falei com a pessoa responsável e ela confirmou o padrão de contato naquele formato. Em seguida pediu um código, o qual eu passei. Logo depois, meu Whatsapp sumiu da tela. Então os golpistas tiveram acesso à minha lista de contatos e começaram a pedir dinheiro para meus conhecidos”, conta.
Fake news culposas x dolosas
Existem dois tipos de comunicações ilegítimas. As dolosas, criadas com maldade com intuito de propagar o caos, e as culposas, espalhadas por pessoas com desejo de se prevenir, mas sem o cuidado de checar a fonte. As primeiras são geradas por indivíduos com a necessidade de espalhar o mal e, para isso, criam discursos e informações falsas para gerar pânico, medo e luto, sensações presentes no mundo todo nos últimos meses. Quando elas ganham força e disseminação suficiente, se tornam parecidas com a verdade e então chega o momento das fake news culposas, provocadas por multiplicadores dessas mensagens.
Dicas
Veja cinco orientações para não cair nessa armadilha:
- Leia a matéria inteira e suspeite das manchetes.
- Verifique atentamente a formatação da redação.
- Cheque as datas de publicação.
- Confira a comunicação em sites conhecidos e de credibilidade.
- Jamais transmita uma notícia em caso de dúvida.
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