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Lívia Adorno compara sua experiência com job rotation ao conto “A Ilha Desconhecida”, do escritor português José Saramago: “como é possível conhecer uma ilha de uma maneira holística e completa se não sairmos para velejar e observá-la a partir de um referencial externo?”

Foi assim que a estudante de 23 anos de Relações Internacionais da Universidade Estadual Paulista (Unesp) enxergou a oportunidade de, no seu segundo ano de estágio na Pepsico, no programa First Gen, passar pelo processo de job rotation. Ela deixou a área em que ingressou, como estagiária de Recursos Humanos na área de Business Partner, para se aventurar no processo seletivo interno à vaga de Organizational Development, onde oferece suporte às áreas de Cultura, Diversidade & Inclusão, Employee Value Proposition e Talent Management.

Apesar do “friozinho na barriga”, ela relata ter sido uma experiência positiva e fundamental para dar seu próximo passo como trainee de Recursos Humanos, também na Pepsico, no programa chamado de Next Gen:

“Foi um momento em que me vi fora da minha zona de conforto, mas que, ao mesmo tempo, me proporcionou muito amadurecimento, aprendizado e desenvolvimento de algumas habilidades importantes para o ambiente corporativo, como liderança, gestão de tempo, priorização de agendas, empatia e networking”, afirma a jovem.

Conforme explica Thaisa Thomaz, diretora de Cultura, EVP e Diversidade da PepsiCo, na empresa os estagiários tem a oportunidade de migrar para uma área diferente da sua, como foi o caso da estudante de RI. Já no programa de trainee, a rotação acontece no primeiro semestre do programa.

Você já sabe como funciona um programa de aprendizagem que envolve job rotation?

O que é job rotation?

Segundo a coordenadora de treinamento do Nube, Yolanda Brandão, uma das preocupações recentes das organizações consiste na gestão de conhecimento. Ela explica que alguns modelos de aprendizado são estruturados na proporção 70/20/10. Funciona assim:

  • 70% do tempo de formação do profissional em uma empresa deve ser oriunda do trabalho, de situações reais, nas quais ele poderá aprender enquanto faz (learning on the job)
  • 20% destinados ao feedback. Ou seja, aprendizado por intermédio de especialistas na função ou no trabalho desenvolvido. Além de avaliar, o profissional discutirá com o aprendiz qual maneira, estratégia e abordagem mais eficiente ou apropriada nas situações e problemas enfrentados por ele.
  • 10% para treinamento formal estruturado (cursos presenciais, livros, e-learning, etc).

No caso do job rotation, estratégia visando a aceleração da aprendizagem e se inclui à proporção 70. O modelo de rotação, conforme Lívia relata ter sentido, propõe ao colaborador a visão holística do negócio. Ele também pode aumentar a influência, o capital político - ao conhecer uma quantidade maior de áreas e pessoas - e, até mesmo, trazer mais satisfação ao trabalho.

A especialista em Recursos Humanos da Cia de Talentos, Ligia Oliveira, considera que o job rotation proporciona ao colaborador melhor adaptação à mudanças nos negócios ou até mesmo facilidade para assumir outras tarefas no futuro. Além disso, ela também acrescenta como vantagens:

  • Visão mais sistêmica do negócio da organização
  • Visibilidade
  • Exposição a outros times
  • Networking na organização

Via de regra, o processo de job rotation costuma ser aplicado em programas de estágio e trainee. Isso acontece porque ele costuma ser implementado quando a empresa costuma perceber a necessidade de aceleração no desenvolvimento dos seus colaboradores. Também pode servir para o desenvolvimento de lideranças.
Em casos de programas de estágio e trainee, costuma ocupar o primeiro ano na empresa, sendo o segundo mais focado em fixar o profissional em uma área ou projeto. Da parte do colaborador, ele exige:

  • Interagir com diversas pessoas
  • Construir relacionamentos
  • Entender o dia a dia de cada área

Já da parte da empresa, é esperado que o RH possa estruturar um bom projeto. “Contudo, sem o patrocínio dos dirigentes do negócio e o engajamento das lideranças desde a concepção isso tende a não trazer bons resultados.”, alerta Yolanda Brandão.

Outras etapas fundamentais também são:

  • Acordar com o colaborador qual será sua trilha
  • Preparar as áreas que receberão o profissional (sobretudo os mentores)
  • Estabelecer avaliações periódicas sobre o processo com todos os envolvidos

Quais as vantagens e desvantagens do job rotation?

Especialmente nos programas de estágio, trabalhar em diversas áreas oportuniza inclusive testar possibilidades de carreiras e de áreas a serem investidas ao final da graduação, afirma Yolanda Brandão. Além disso, também proporciona que o estudante tenha mais chances de efetivação, na medida que está habilitado para exercer diferentes funções e aumenta sua rede de contatos por conhecer mais pessoas dentro da empresa.

No caso da Pepsico, a empresa também estende o job rotation a um programa regional que possibilita atuação em projetos em outras áreas e de outros países da América Latina, em paralelo à função do colaborador. Isso permite que todos conheçam outras áreas da companhia, aplicando-se assim não apenas a trainees e estagiários.

No entanto, um risco possível é o de se ter um conhecimento superficial de cada área, na medida que se passa pouco tempo em cada uma. Também há a possibilidade de o relacionamento com a equipe não se desenvolver adequadamente.

Para Lívia, viver o job rotation no First Gen proporcionou que ela ampliasse o seu horizonte e pavimentasse caminhos, tanto de forma mais generalista quanto na área de Recursos Humanos, a primeira que ingressou e onde segue para sua etapa como trainee.

“Todas as minhas expectativas iniciais foram atendidas e até superadas durante este processo, porque fui criando uma colcha de retalhos com todos os aprendizados que as pessoas compartilhavam comigo de uma forma aberta, solícita e genuína”, afirma a jovem.

Ela acredita que a experiência com o job rotation seja como uma porta entreaberta: a pessoa pode acabar a fechando, com medo da nova dinâmica, de cometer erros e não se adaptar, ou abri-la, cultivando vontade em aprender, curiosidade e uma postura de "mente aberta" ao que vier.

É essa reflexão, de se abrir para o novo de maneira leve e verdadeira, que a ajudou a olhar os caminhos do futuro de uma nova forma. Com o fim do estágio em job rotation, ela pretende agora levar essa visão e aprendizados para o futuro. "O meu ciclo de estágio com job rotation está chegando ao fim, mas me sinto energizada em saber que o próximo está apenas começando", garante.

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