Conquistar um estágio e receber por ele é o que muitos estudantes almejam, seja para ajudar a bancar os estudos, seja para seus gastos pessoais. No entanto, nem todos os estágios oferecem remuneração. Algumas empresas preferem oferecer outros tipos de benefícios ao jovem.
Para decidir se vale a pena ou não iniciar um estágio sem a bolsa-auxílio, o estudante deve primeiro saber que existem dois tipos de estágio: o obrigatório, que é pré-requisito para que o estudante conseguir se formar, e o não obrigatório.
Quando o estágio não é obrigatório, a empresa deve, por lei, pagar bolsa-auxílio ou conceder ao estudante outra forma de contraprestação, conforme esclarece o artigo 12 da Lei de Estágio nº 11.788/08, que diz, ainda, que esta deve ser acordada, sendo compulsória sua concessão, bem como do auxílio-transporte.
De acordo com a gerente de treinamento do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), Carmen Alonso, estas formas de contraprestação podem ser, por exemplo, parte do pagamento da mensalidade do curso universitário, assistência médica ou a realização de cursos extras, dentre outros benefícios.
Para saber se a proposta é boa, segundo a especialista, o jovem deve avaliar o todo e saber que o estágio é uma etapa, algo transitório que vai oferecer aprendizado. "O maior ganho não será o financeiro. Isso é uma decorrência", frisa Carmen.
Para ela, é importante que o estagiário leve em conta o conhecimento a ser adquirido, se terá contato com a prática na área que está estudando e os relacionamentos que vai firmar, já que a palavra da moda é network. Mesmo que não seja tão importante para o estudante, ele pode ganhar credibilidade com o estágio. "É o conhecimento teórico aplicado à prática. E o que vai dar força para tudo isso, é a atitude", completa.
Além disso, a especialista aponta outros quesitos que devem ser considerados, como a distância de casa para o estágio, se a empresa tem um plano de desenvolvimento de carreira, ou seja, se existe a perspectiva de crescimento dentro da organização, as condições de infraestrutura, o acesso a ferramentas importantes e interessantes, e o contato com outras culturas. "Dependendo do segmento, o principal não é a remuneração, mas a experiência para o currículo", revela.
Vantagens
Dentre as vantagens do estágio sem remuneração, Carmen cita ainda o ganho de experiência, a prática do network, a cultura organizacional que o estagiário conhecerá, assim como a hierarquia da empresa e a habilidade política e de negociação da mesma. "O estágio, remunerado ou não, acelera a carreira do jovem, que, desde cedo, vai testar caminhos e chegar mais perto do que realmente sonhou", salienta a gerente.
Mesmo se não oferecer a bolsa-auxílio, contudo, é bom que o estudante saiba que a empresa tem de conceder outros benefícios, como auxílio-transporte, seguro de acidentes pessoais e férias remuneradas.
