As instituições passaram a reconhecer como as habilidades emocionais, tais como empatia, autoconsciência, autogerenciamento e relacionamentos interpessoais, por exemplo, são importantes para o bom ambiente organizacional e desempenho profissional. Isso porque, um escritório onde as únicas dádivas são capacitações técnicas (hard skills), a convivência entre os indivíduos e a cultura organizacional se tornam defasadas. Nesse sentido, as soft skills entram em alta, chamando a atenção dos recrutadores. Esse tema afeta aprendizes, estagiários e profissionais no geral. Entenda mais sobre elas e sua importância para ter sucesso no mercado!
O que são soft skills?
Traduzido do inglês como “habilidades interpessoais”, esse é um termo usado por especialistas de Recursos Humanos para identificar características específicas de um sujeito. Dentre fortes exemplos de aptidões ligadas ao termo, algumas destacam: inteligência emocional; resiliência; comunicação assertiva; trabalho em equipe; princípios éticos; confiança; atitude positiva; motivação; organização e gestão do tempo; capacidade de atuar sob pressão; flexibilidade; e segurança.
Os benefícios de contar com tais sapiências inseridas no time incluem uma cultura saudável, de bem estar e produtividade e motivação constantes. Contudo, caso esse não seja o forte do grupo, existem formas de se desenvolver por meio de ações vindas da gestão. Entre elas, palestras e workshops, plano de aprimoramento pessoal e e-learning são ferramentas efetivas. Todavia, é imprescindível um conhecimento claro a respeito da expressão e como é crucial nos dias atuais.
A mudança na mentalidade empresarial
Variados setores presentes no meio empregatício estão cada vez mais interessados em contratar pessoas detentoras, não apenas de ótimas formações, mas também saibam conviver de forma sadia com o próximo. Em processos seletivos atuais, elas vêm considerando não somente um currículo impecável e lotado de conhecimento na hora da admissão. O gerenciamento das emoções e uma maior compreensão dos sentimentos alheios são elementos primordiais para o ser humano estabelecer relacionamentos saudáveis e, consequentemente, uma melhor interação pessoal e profissional com o próximo.
Nesse contexto, as maestrias socioemocionais, mais difíceis de serem quantificadas, são marcadas por desempenhar um papel fundamental no âmbito profissional e na interação com os outros, ganhando espaço na hora da escolha dos candidatos. A razão disso pode vir de diversas questões, mas, no geral, ocorre porque são vistas como um indicador de como o sujeito lida com o estresse, trabalho em equipe e adaptação às mudanças. “Um melhor clima organizacional, maior colaboração e engajamento, resolução de conflitos eficaz, elevação da criatividade e inovação, desempenho geral, redução de absenteísmo, presenteísmo e turnover, lideranças mais empáticas e humanizadas, melhoria na tomada de decisão”, pontua Camila Alves, consultora especialista em desenvolvimento de líderes e em inteligência emocional e professora da Unyleya.
Todavia, as hard skills e as soft skills são complementares, pois não adianta ter apenas os conhecimentos específicos e não saber lidar com problemas, por exemplo. Por outro lado, dependendo do nível de experiência exigido pela função, a parte teórica é fundamental. Logo, a proporção levada em conta é de 40% para a primeira e 60% para a segunda, de acordo com Aline Sousa, especialista em gestão de pessoas e professora de pós-graduação em gestão do endomarketing e employer branding da Unyleya. “O aspecto técnico pode ser aprendido rapidamente, já o emocional, leva um tempo muito maior para ser aprimorado”, explica.
A valorização humana vinda com a expansão tech
Principalmente após a expansão da Covid-19, o mercado de trabalho tem passado por um grande avanço de digitalização, com a criação de novos softwares, Inteligência Artificial e, mais recentemente, o ChatGPT. Diante dessa transformação, porém, relações humanizadas têm recebido cada vez mais atenção e destaque. Nesse sentido, em um mundo gradativamente dominado pela tecnologia, as soft skills são super valorizadas.
O tema começou a ser debatido por meio do Fórum Econômico Mundial, o qual lançou, no início dos anos 2000, um estudo chamado World of Talent. Ele era advertindo para o crescimento acelerado da economia e para uma possível ‘guerra de talentos’ possivelmente enfrentada pelas companhias, principalmente diante de um apagão profissional em determinadas áreas.
Em meio à divulgação da análise, a entidade também alertava sobre a falta de preparação vinda de muitos indivíduos para os impasses tech iminentes, destacando o crescimento da IA. Além disso, frisava como muitos governos e associações demonstraram preocupação em listar as capacitações necessárias para um papel social mais presente por parte das firmas, visando um âmbito interno, como treinamentos corporativos. “As empresas precisam preparar sua força de trabalho para os desafios os quais estão por vir. Hoje, existem três grandes inteligências na área, destacando a importância da resiliência, agilidade e flexibilidade dos colaboradores no campo de atuação”, comenta Alejandra Nadruz, diretora de gente e cultura da Softplan.
Outro conceito se adaptando ao meio organizacional é a parte da motivação começar dentro do contratado e não mais apenas receber incentivos de fora, a partir da liderança. “Os intelectos devem começar a partir do liderado, refletindo sobre como ser mais eficiente a partir de uma autogestão aliada ao pensamento analítico”, afirma a especialista.
Todas essas sapiências remetem a uma execução de demandas com vistas a melhorar a performance em termos de negócio. As vantagens aliadas a isso são inúmeras, podendo sair na frente em relação aos concorrentes e, principalmente, contar com uma execução de tarefas bem alinhada diante do planejamento estratégico.
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