Mesmo com todos os esforços por mais protagonismo e empoderamento das mulheres no mercado de trabalho, muitas empresas ainda enfrentam dificuldades para reter talentos e garantir um ambiente positivo para todos. A razão disso varia e diversos pontos de atenção são um destaque nesse cenário alarmante. Logo, é de suma relevância uma tomada de atitude para melhorar a vivência delas no ambiente corporativo. Aprenda mais sobre esse percurso e como aprimorá-lo.
A realidade das mulheres economicamente ativas
Apesar da maioria das companhias (86%) estar mensurando a equidade entre homens e mulheres em algum aspecto, segundo o relatório #BreakTheBias - Gender Equity at Work, do ManpowerGroup, menos de um quarto das organizações têm dados sobre elas em posições de liderança, seus diferentes backgrounds e experiências.
A falta de informações sobre o assunto dificulta um direcionamento de esforços do setor de recursos humanos para resolver questões relacionadas. Um estudo feito pela consultoria Indique Uma Preta e pela empresa Box1824, em 2020, apontou como apenas 8% das negras estão em cargos de gerência, diretoria ou são sócias de negócios. Logo, não basta apenas promover ações afirmativas e traçar indicadores para serem mensurados e acompanhados, é imprescindível criar propostas de valor para atraí-las e retê-las.
Retorne ao serviço com sucesso após dar à luz
Fazer uma rede de comunicação é uma ferramenta fundamental quando se trata de conseguir possibilidade no local laboral. O recurso pode ser definido como uma forma de cultivar relacionamentos em ambientes distintos e utilizar essa relação para troca de histórias. Contudo, realizar esse tipo de ação quando se está parado é complexo, principalmente quando essa parte da vida deixou de ser prioridade por um tempo em razão da chegada da maternidade. “Todas as relações cultivadas ao longo da sua trajetória são importantes. Sempre nos aproximamos de pessoas até então desconhecidas, seja em curso, viagem, faculdade. Esses contatos devem ser retomados quando uma mãe quer voltar ao mercado e fazer networking é essencial”, explica Brunna Duarte, head de marketing e uma das fundadoras do Do It Girls Club.
Todavia, para alcançar os propósitos, além de retomar antigas parcerias, fazer networking visando buscar chances e se preparar, pesquisando grupos on-line e eventos com o foco de interesse é uma excelente alternativa. “Você pode começar, por exemplo, enviando uma mensagem para familiares, amigos e ex-colegas de trabalho explicando seu momento”, indica a especialista.
Outra sugestão fundamental é a atualização. “É essencial se preocupar em oferecer o desejado pelo mercado, seja realizando um curso, assistindo a lives ou lendo informações especializadas. Esse tipo de atividade também abre portas”, explica Adriana Tavares, head de finanças e gestão do Do It Girls Club. Nesse quesito, organizar um bom CV (curriculum vitae) e compartilhá-lo com setores na mesma vertente procurada é uma ótima escolha. “Dessa forma, caso uma oportunidade apareça, o currículo poderá ser encaminhado”, finaliza Brunna.
Cinco dicas para tornar uma empresa bem vista por elas
De acordo com Wilma da Col, Diretora de Gestão Estratégica de Pessoas e responsável pela Gestão de Talentos do ManpowerGroup Brasil, cinco dicas são cruciais para incentivar e manter talentos nas empresas. Isso garante um ambiente propício para o desenvolvimento e crescimento das lideranças com diversidade.
1- Flexibilidade no ofício: muitas vezes, elas tendem a equilibrar a carreira com as responsabilidades familiares. Por isso, oferecer uma maleabilidade nos horários e no local de ocupação pode ser significativo. A medida também mostra como a administração está atenta às funcionárias e poderá dar o devido apoio quando necessário. “Não basta equalizar quantitativamente, é central pensar na experiência delas, na rede, no suporte, no acolhimento e na inclusão”, diz a diretora.
2- Licença parental: a tarefa de cuidar do lar é quase sempre atribuída a elas, fortalecendo a relação equivocada entre maternidade e baixo desempenho por não ter tanta disponibilidade quanto os homens. Nesse contexto, é crucial um entendimento geral de se tratar uma atividade para ambos os sexos. As organizações, então, precisam dar o devido tempo de cuidado para mães e pais de famílias crescendo.
3- Equidade salarial: apesar de ser uma questão prevista por Lei, conforme artigo 461 da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), esse tópico nem sempre é posto em prática em muitas organizações. Diante disso, uma forma de eliminar as diferenças é a criação de uma política específica para o assunto. O primeiro passo é a realização de um levantamento interno para a análise de salários, cargos e funções, por exemplo, para uma comparação com os vencimentos do mercado. Ciente da situação e com os elementos em mãos, se consegue corrigir qualquer discrepância nas remunerações e impedir ser uma situação corriqueira.
4- Ambiente inclusivo e representativo: ter gestoras aumenta o lucro das companhias, segundo estudo feito na América Latina pela consultoria McKinsey. Ademais, pode inspirar outras, demonstrando como a entidade valoriza essa presença. “As organizações devem rever seus pipelines de liderança e oferecer suporte com equidade para avançarem em suas carreiras, incluindo mentorias, coaching e aprimoramento de habilidades técnicas e interpessoais”, explica Wilma.
5- Desenvolvimento profissional: no estudo “What Women Want (At Work)”, realizado pelo ManpowerGroup, 70% delas afirmaram sonharem com oportunidades para desenvolver suas carreiras. Ou seja, investir no desenvolvimento desse público é um item primordial para reter prodígios, manter uma motivação e engajamento. Oferecer treinamentos e chances pode ser uma forma de reconhecer o potencial e garantir a permanência.
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