Cada vez mais, a personalidade dos indivíduos se transforma e, com isso, surgem novos desejos e exigências. Principalmente após a pandemia, isso ficou bastante evidente, fomentando uma mudança na maneira de agir dos gestores. Nesse sentido, os comandantes devem ficar ligados e atualizados nas tendências corporativas para extrair o melhor de sua equipe.
Quais práticas podem ser utilizadas?
Gerir os colaboradores, garantir engajamento e motivação para desempenhar suas funções continua sendo um desafio para as empresas, ainda mais após uma pandemia e a rápida digitalização. As organizações precisam se ajustar de forma rápida e eficiente no cenário de negócios e transformar as expectativas de trabalho para si e para os funcionários.
Para a diretora de marketing e pessoas da DM, Sandra Castello, uma boa gestão de pessoas envolve uma série de práticas para animar o time, aprimorando a relação entre todos. “Além disso, é essencial fornecer um ambiente seguro, saudável e inclusivo, promovendo a diversidade e a igualdade de oportunidades”, diz.
Algumas soluções são mais comuns, como um local confortável para descanso e opções de lazer com os colegas. Nos últimos anos, novos benefícios surgiram, como o auxílio home office, para pagar Internet ou comprar equipamentos, por exemplo. Premiações, folgas e realização de happy hours também são interessantes. Afinal, o incentivo e o equilíbrio entre o trabalho e o relaxamento ganharam papel relevante para a sociedade.
Criar um ambiente positivo e colaborativo, onde os integrantes se sintam motivados a atuar juntos em prol dos objetivos da corporação é essencial. "Sabemos da importância do colaborador se sentir bem para produzir melhor e isso inclui tempo de qualidade com a família e amigos, por exemplo. Por esse motivo, seguindo as novas tendências do mercado, também implementamos o Short Day. Assim, os membros podem sair mais cedo às sextas-feiras ou flexibilizar essas horas em outros dias da semana”, comenta a diretora.
Segundo Sandra, o rendimento aumenta ao oferecer bolsa para quem deseja cursar um MBA, convênio médico sem taxa, plano odontológico, Gympass, entre outros. “Realizamos também ações como ginástica laboral, sorteio de camisas de times de futebol e ingressos para jogos. Com isso, garantimos relações humanizadas e diferentes áreas da vida do colaborador são amparadas”.
Como lidar com o choque de gerações?
O mundo empresarial passa por uma mudança significativa com a mistura de diferentes faixas etárias e a ampliação da expectativa de vida das pessoas. Esse fenômeno é conhecido como "gap geracional" e, se não for gerenciado adequadamente, pode resultar em conflitos, baixa produtividade e até mesmo rotatividade de colaboradores.
Cada vez mais, o aumento da participação de pessoas mais velhas no mercado de trabalho é colocado em pauta. Segundo o Bureau of Labor Statistics, dos Estados Unidos, a taxa de participação de profissionais com 65 anos ou mais passou de 12,1% em 1990 para 19,3% em 2020.
De acordo com pesquisa da McKinsey, a pluralidade de idades resulta em um desempenho financeiro melhor. Portanto, é essencial garantir a absorção da diversidade em termos de “Há três pilares fundamentais para englobar todas as gerações e backgrounds: encontrar talentos com sinergia com o seu propósito; adaptar a cultura da empresa para receber diferentes gerações e com aspectos culturais regionais diversos e, acima de tudo, proporcionar um clima seguro, onde pontos de vistas diferentes e complementares sejam estimulados e aceitos”, explica a CHRO da Adeste, Cristina Varella Amorim.
Os cidadãos são diferentes em todos os quesitos: cultural, étnico, regional, geracional, educacional, familiar e, sobretudo, de opiniões. Saber ouvir diferentes argumentos, acolhê-los, sem julgamentos, complementá-los e construir conjuntamente é um desafio. “Assim como muitos outros líderes da minha época, fui catequizada a não errar. Desta forma, surge a dificuldade de testar ou inovar, dado o risco inerente a esses movimentos. Para nós, é também um exercício diário ouvir os mais novos e criar rapidamente laços de confiança para atuarmos em sintonia. Se a gente não abre a cabeça, o negócio está fadado ao fracasso”, destaca a executiva.
O gap geracional traz ainda desafios relevantes em termos de engajamento de funcionários. Por exemplo, alguns Millennials (nascidos entre 1981 e 2000) podem não se sentir acolhidos pelos mais experientes, enquanto os Baby Boomers (nascidos entre 1945 e 1964) se sentem ameaçados pela tecnologia e as alterações no universo laboral. É fundamental promover a inclusão, para todos serem valorizados e respeitados.
Saber liderar um time assim, é preciso assumir suas vulnerabilidades. Os Millennials, por exemplo, gostam da flexibilidade de horários, trabalho remoto, participação em projetos multidisciplinares e precisam estar alinhados com os valores da organização. Os Baby Boomers, por sua vez, podem preferir o reconhecimento pela sua sabedoria e experiência, benefícios financeiros e terem sua opinião considerada em situações de risco.
As companhias devem levar em consideração a relevância das diferenças e encontrar um balanço entre elas, de forma a buscar a harmonia discordante e criar um local construtivo. Afinal, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial - Aberje, os principais desafios em 2023, são: engajar as lideranças (74%), fazer a comunicação chegar ao público operacional (55%), expressar a estratégia (54%) e gerenciar o excesso de informações (51%). Ou seja, para influenciar todo o grupo, o primeiro passo é contar com a alta cúpula atualizada e com vontade de sucesso.
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