Nos últimos tempos, debates sobre saúde mental estão cada vez mais em pauta e levados em consideração pelas empresas. No geral, uma preocupação com os recursos humanos nesse ambiente sempre foi visto como uma prioridade das organizações. No entanto, com o pós pandemia, a discussão se acentuou devido ao impacto emocional e psicológico causado pelo isolamento social e tantas mudanças impostas. Diante desse cenário alarmante, indagações vindas dos trabalhadores sobre suas escolhas de vida e carreira tornaram-se frequentes. Entenda mais sobre o significado de felicidade corporativa e sua relevância.
O que leva a felicidade no trabalho?
Conforme um estudo realizado por pesquisadores do COPPEAD, da UFRJ, apontou, um ambiente de trabalho seguro, onde as pessoas se sentem valorizadas e respeitadas, traz felicidade e esse sentimento se traduz em melhores serviços prestados, além de empatia com os clientes. Com isso, o resultado são fregueses mais satisfeitos e leais, gerando bons frutos à marca. “É importante salientar como a alegria não vem só do valor do salário. Isso é necessário, mas não é suficiente para se sentirem dispostas na organização. Uma contraprestação digna deve vir acompanhada de outros atributos proporcionando ao cidadão dignidade”, alerta Cláudia Araújo, responsável pelo Centro de Estudos em Gestão de Serviços de Saúde do COPPEAD.
Nesse sentido, essa sensação seria composta por várias dimensões, como bem-estar psicológico, saúde, cultura, lazer, educação, meio ambiente, segurança, padrão de vida, entre outros. Para a especialista, todas essas questões envolvem, de algum modo, o dinheiro, ou seja, o padrão de sobrevivência depende dos recursos financeiros, pois tudo de certa forma, está atrelado a isso.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a seguridade social é um fator imprescindível para esse sentimento pleno. Isso envolve políticas públicas, de acesso a saúde, a educação, cultura, segurança e transporte de qualidade. Em um território tão desigual como o Brasil, com tantos desafios, isso é uma dificuldade. “Em alguns países o índice de Felicidade Interna Bruta (FIB) está sendo analisado com tanto cuidado quanto o PIB (Produto Interno Bruto) gerado pela nação. A FIB tem sido usada para medir o grau de desenvolvimento”, esclarece a coordenadora.
Contudo, qual o real segredo para se sentir bem e estável atuando no mercado? A resposta pode ser simples e clichê: atue no setor o qual envolva gosto e paixão pela demanda, algo motivador todos os dias. “Se ganhar o salário para sustentar a família é o seu propósito, provavelmente não há contentamento. O alinhamento dos valores da pessoa com os da organização gera orgulho de pertencer àquela empresa e ajuda na animação. Se somamos a isso o prazer de trabalhar com a área dos sonhos, temos alguém feliz”, conclui Cláudia.
Gestores: aprendam a ouvir a sua equipe e valorizá-la
No cenário atual existe grande procura por empresas valorizando os funcionários e buscando entender necessidades e valores. Por meio de pesquisas organizacionais, principalmente referentes ao clima, e conversas individuais, essas companhias se destacam e aumentam sua visibilidade no mercado a partir das recomendações dos contratados. Isso tende a gerar uma relação mais próxima com esse membro da equipe, o qual se sente ouvido e levado em consideração, como uma parte de fato efetiva do meio.
Uma das métricas usadas para medir o sucesso dessa estratégia é o eNPS (Employee Net Promoter Score). O termo analisa o nível de satisfação dos funcionários. Muitos locais laborais costumam usar do NPS apenas. Nesse caso, a pesquisa é feita para o público externo, ou seja, clientes, parceiros, frequentadores e fornecedores, tendo em vista saber como é a avaliação desses sujeitos sobre a marca e como foi a sua experiência. Ciente disso, é significativo saber como o eNPS é feito, levando em conta como a métrica é baseada justamente no Net Promoter Score de cada local, mensurando a probabilidade de cada stakeholder em contato indicar a sua vivência para outras pessoas.
Quais os proveitos e bons frutos trazidos com a aplicação do eNPS?
Uma pesquisa voltada para o setor interno ainda não é tão usada no Brasil, mas parte das companhias de inovação tem recorrido a essa ferramenta com maior frequência para valorizar os subalternos e reter os talentos. “Considerando nosso contexto super acelerado, o eNPS se mostrou o método mais transparente e efetivo para ação imediata em resposta à visão dos funcionários sobre o desempenho do negócio e o ambiente de trabalho. Trazendo, dessa forma, ajustes contínuos, sem a precisão de interrupções eventuais e longas para acomodação de processos”, analisa Ana Carolina Cinquepalmi, gerente regional de pessoas da Nowports Brasil e Uruguai
Esse artifício também serve como termômetro para recomendarem a marca para outros estabelecimentos e pessoas, em seu círculo pessoal, social e principalmente profissional. contudo, essa ferramenta não deve substituir os diálogos individuais com cada um, ou seja, é um complemento moldado para ter em mente o nível de satisfação e as mudanças a serem promovidas para manter uma motivação. “A base dessas informações melhora consideravelmente a qualidade do trabalho e o clima organizacional, refletindo diretamente na produtividade”, acrescenta Ana Carolina.
Assim, a investigação é aplicada de forma simples, com perguntas objetivas voltadas para três segmentos: entidade, liderança e produto. Os participantes não precisam se identificar, algo o qual traz segurança para darem feedbacks sinceros e assertivos. Pela visão dos líderes, os frutos recolhidos dessa ação permitem uma tomada de decisão mais rápida e precisa, pois elenca os pontos principais de cada problema e como priorizá-los para corrigi-los.
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