Com as transformações na sociedade e mudanças no pensamento da população nos últimos anos, as empresas buscam inovar para aplicar novidades em sua maneira de atuar e, consequentemente, aumentar a produtividade da sua equipe. Atualmente, surgem diversas ideias no meio corporativo e algumas corporações já adotam algumas delas. No entanto, cada empreendimento tem suas particularidades e o gestor deve decidir qual alternativa se encaixa melhor para elevar os resultados.
Felicidade no trabalho impacta diretamente na produtividade
De acordo com a 23ª edição do Índice de Confiança Robert Half, 89% das companhias já reconhecem a relação direta entre o sucesso e a felicidade dos colaboradores. Sendo assim, o tema ganha cada vez mais espaço no mercado de trabalho. Segundo o estudo, 79% dos profissionais se sentem, de modo geral, felizes com o emprego. Os cinco principais fatores para promover esse sentimento, são: gostar muito da profissão (69%), bom equilíbrio com a vida pessoal (62%), ser tratado com igualdade e respeito (58%), ter orgulho da organização (53%) e sentir-se realizado (51%).
Na contramão, quem não está satisfeito sente as consequências no dia a dia. Na percepção deles, os principais impactos são: falta de motivação (100%), implicações psicológicas (87%), forte abertura a novas oportunidades de trabalho (81%), baixa proatividade (72%) e postura pouco empática com colegas de equipe (58%).
Ainda, 31% dos desempregados indicaram a saída do último posto de forma voluntária. Entre os aspectos motivadores do pedido de demissão, eles destacaram a ausência de alegria (58%), a pouca perspectiva de crescimento (58%), a busca por novos desafios (55%) e a ausência de reconhecimento (44%). Além disso, os recrutadores ouvidos pelo levantamento apontaram os principais benefícios gerados por um time feliz. De acordo com eles, são mais produtivos (89%), inovadores e criativos (74%), cooperativos com colegas (73%), leais à organização (66%) e costumam superar as expectativas e metas estabelecidas (63%).
Ademais, os contratantes elencaram quais seriam os cinco aspectos fundamentais para gerar o sentimento positivo no ambiente: perspectivas bem alinhadas entre profissional e companhia (73%), equilíbrio com a vida pessoal (68%), líderes abertos a auxiliar e apoiar os colaboradores quando necessário (66%), flexibilidade (60%) e perspectivas de crescimento (56%).
A semana de quatro dias é uma boa opção?
A organização de pesquisas Autonomy realizou um estudo em conjunto com um grupo de acadêmicos e da instituição 4 Day Week Global. Nele, foram analisadas 61 instituições de diversos setores do Reino Unido com a jornada de trabalho semanal dos funcionários reduzida para quatro dias. Como resultado, a produtividade foi mantida e aumentou a qualidade de vida das pessoas.
Os dados também indicaram a elevação no bem-estar do grupo, além de reduzir a intenção de deixar o cargo em 92% dos locais. De acordo com o mentor empresarial e especialista em neurolinguística, Gustavo Medeiros, o novo modelo é promissor, mas são necessários alguns cuidados. “Essa prática pode ser positiva por possibilitar uma melhor divisão do tempo de cada um, mas esse cenário exige um planejamento eficiente para ser realmente benéfico”.
Ainda, para Medeiros, “o trabalho realizado anteriormente em cinco dias foi condensado em apenas quatro. Isso envolve metas e atividades muito bem definidas, caso tudo seja feito corretamente, a modificação pode realmente se tornar vantajosa”. Dentre as 61 empresas entrevistadas, 18 manteriam a novidade permanentemente e as demais continuariam temporariamente.
O trabalho remoto tem muito valor no mercado
Normalmente, o home office é visto como um benefício para os subordinados. No entanto, ele também é algo a ser pensado pelos gestores de maneira estratégica. “O transporte nas cidades brasileiras é caótico. Algumas pessoas perdem cinco horas no trânsito para ir e voltar do escritório. Ao meu ver, fica difícil entregar o seu máximo potencial tendo essa rotina”, comenta o diretor comercial da B&T Câmbio, Tulio Portella.
Esse tempo poderia ser melhor utilizado para prática de esportes, jantar com a família, se capacitar ou apenas descansar e evitar o estresse de deslocamentos monumentais. Mergulhar na ineficiência logística não combina com uma sociedade alinhada em seus propósitos, pensando juntos em valores, crenças e sustentabilidade. Em uma realidade na qual pregamos o uso inteligente de dados e recursos, não dá para continuar a tratar assim nossos valiosos minutos”, complementa o especialista.
A inovação hoje é muito rápida para perdermos instantes em uma longa fila de automóveis. Segundo o Instituto Ipsos, o brasileiro espera 32 dias por ano no trânsito. “A pandemia nos trouxe inúmeras marcas e tristezas, mas também consolidou o formato remoto como uma solução para a saúde mental. Logo, todos saem ganhando”, explica Portella. Em 2021, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), 22% das organizações tiveram melhor rendimento atuando a distância. No ano seguinte, o percentual subiu para 30%.
Essa opção prepara as empresas para as vulnerabilidades do mundo. Conforme são constituídas de pessoas espalhadas pelo globo, tornam-se menos suscetíveis a panes regionais, instabilidades políticas e climáticas. “Uma equipe pulverizada facilita a exploração de novos mercados e a abertura de unidades no exterior, protegendo contra o risco de variações cambiais e crises econômicas. A possibilidade de contratação de times compostos por profissionais de cidades ou até países diferentes contribui para uma diversidade irrestrita”, acrescenta o diretor comercial.
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