Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os adultos têm a necessidade de um descanso de, no mínimo, 6h por dia, tanto para o bem estar do corpo quanto da mente. Apesar do fato de acordar mal disposto estar associado com o curto período de sono, existem outras causas. Nesse sentido, a ansiedade, o estresse e as preocupações do dia a dia interferem diretamente também. Logo, algumas ações, quando bem combinadas, podem auxiliar em uma melhor condição de saúde e melhora na produtividade. Conheça formas de se desenvolver mais nesse campo.
A produtividade em queda
Segundo um levantamento do Anuário Mundial de Competitividade, divulgado em 2022, o Brasil caiu para a posição número 59 no ranking de competitividade, responsável por avaliar a capacidade de crescimento a longo prazo dos países.
Há pelo menos uma década, a nação mostra uma tendência de queda e, atualmente, está à frente somente da África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela. Com esses números em mente, pesquisadores avaliaram o desempenho da economia, infraestrutura, eficiência do governo e dos negócios. No território brasileiro, a principal questão tem a ver com a produtividade da força de trabalho, umas das menores se comparada com padrões internacionais.
A procrastinação tem influência direta no estado físico de uma pessoa e tende a gerar certo nervosismo com o acúmulo de tarefas. Por outro lado, o volume de demandas individuais cresce de maneira contínua e a luta é justamente para conseguir atender a todos os compromissos em determinado período de tempo.
Para o psicólogo Lucas Freire, é impossível não adiar a entrega das atividades destinadas, especialmente se levarmos em conta o fato da busca por rendimento de alta performance só aumentar. Todavia, existe um ideal em meio a sociedade o qual cria a necessidade, em um senso comum, de sempre dar conta de tudo, resultando em uma sobrecarga e decepção gerais. A consequência disso são colaboradores insatisfeitos com a sua realidade e frustrados com o próprio desempenho, gerando uma instabilidade mental.
A ansiedade na rotina da população
De acordo com um levantamento da OMS de 2019, 18,6 milhões de brasileiros eram detentores de ansiedade patológica, representando aproximadamente 9,3% da população geral. A razão disso? Varia bastante, mas o excesso de horas de ofício, instabilidade financeira, altas taxas de desemprego, violência, poucas perspectivas de futuro e dificuldades de acesso aos serviços de saúde são tópicos de relevância, principalmente por criarem situações de medo, angústia e desesperança.
No geral, o transtorno engloba sintomas como preocupação excessiva, dificuldade de concentração, distúrbios do sono, palpitações, tonturas, taquicardia e empasses de aprendizagem, mas vai muito de cada um. “Considera-se ansiedade patológica quando resulta em sofrimento ou prejuízo funcional, importantes na vida da pessoa”, explica a psicóloga Maria Teresa de Almeida Fernandez.
Quando o indivíduo se vê obrigado a conviver com esse tipo de sensação constantemente, fica visível a piora no quadro de produtividade, tendo em vista como a mente funciona de forma mais propícia a resultados negativos e mal estar psicológico. Assim sendo, é interessante trabalhar com prioridades, concentrar-se no momento presente, manter uma regularidade e valorizar os momentos de lazer, visando controlar e evitar esse tipo de empecilho.
Dicas para melhorar a qualidade do sono
Pensando em contribuir para o bem-estar ao acordar, Pedro Coelho, profissional de Educação Física da TotalPass, elencou seis dicas essenciais para um melhor repouso.
- Manter uma alimentação saudável: muitos sujeitos, devido a correria da rotina, optam por alimentos ultraprocessados e fast food ao decorrer da semana. Contudo, essa é uma péssima escolha tendo em vista a quantidade de nutrientes e os valores nutricionais. “O ideal é substituir isso por refeições valorizando os diferentes grupos, como frutas, legumes, verduras, grãos, proteínas magras e gorduras boas, optando sempre por in natura. Isso garante, além da melhora na qualidade sono, o aumento de bem-estar e da imunidade”, explica.
- Evitar dormir logo após a janta: “é recomendado fazer refeições mais leves durante a noite, aproximadamente três horas antes de dormir, para evitar qualquer tipo de problema antes ou enquanto descansa”, pontua Coelho.
- Incluir atividades físicas na rotina: pode parecer um discurso feito, mas de fato os resultados adquiridos com o estímulo muscular recorrente são significativamente positivos. “Com a prática de exercícios físicos o corpo fica mais cansado, ajudando a relaxar mais, sendo uma ótima opção para quem tem dificuldade, principalmente devido à insônia”, explica o profissional. Assim, a partir dessa atitude, equilibra-se os hormônios como a melatonina.
- Distanciar-se de telas antes de deitar: “as redes sociais ganham cada vez mais tempo no cotidiano, sendo um hábito de distração, principalmente no período da noite. Esse uso de telas antes de deitar contribui para a mente ficar acordada por mais tempo”, pontua. Esse problema ocorre devido a presença de luz azul, a qual atrapalha a produção de melatonina. “Por esse motivo, é importante tentar desligar qualquer tipo de aparelho de 30 minutos a uma hora antes”, ressalta o profissional.
- Diminuir o consumo de café: “durante a noite, é recomendável consumir bebidas sem cafeína, como chás e refrigerantes”, afirma Coelho. Ademais, manter a hidratação regular também é um ponto de destaque.
- Cuidar da saúde mental: responsabilidades e obrigações cotidianas tendem a gerar abalos psicológicos. “Quando essas situações surgem com o risco de causar danos à saúde mental e emocional, a meditação ou yoga podem ser aliadas para amenizar os sentimentos desconfortáveis. Além disso, procurar por um psicólogo ajudando na identificação das emoções sobre os desafios vivenciados tem ação benéfica para diversas áreas da vida”, finaliza.
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