O aumento da expectativa de vida trouxe um novo panorama para a sociedade. Com mais pessoas acima dos 45 anos empregadas, um certo tipo de preconceito ganhou mais força nos corredores das empresas: o etarismo. Esse é um problema visto já a algum tempo, mas tende a crescer gradativamente com a participação maior desse público no mercado. Contudo, é interessante analisar a relevância de deter colaboradores de idades distintas, apresentando ideias e visões diferentes de um mesmo assunto. Conheça mais sobre o tema e seu impacto!
O etarismo em números: definição e realidade
Também conhecido como idadismo ou ageísmo, tais sinônimos tem como definição o preconceito baseado na faixa etária do indivíduo, mais comumente destinado a idosos. Essa é uma das razões responsáveis pela alta taxa de depressão da população na faixa de 60 anos ou mais, além de suportar preconceitos acerca do público maduro. Segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a doença atinge cerca de 13% dessa parcela social, ocupando o primeiro lugar no ranking de casos. Ao redor do mundo, o transtorno afeta, em média, 264 milhões de indivíduos.
Segundo a mesma instituição, aproximadamente 13% dos residentes do território brasileiro são desse coletivo, e a previsão é de, em 2031, o país ter até mesmo mais idosos em comparação com jovens e adolescentes. Analisando algum tempo atrás, o aumento da expectativa de vida impressiona: em 1940, era de 45,5 anos, enquanto, em 2020, já havia saltado para 76,8 anos. “O país está ficando cada vez mais velho e, embora vejamos o preconceito crescer no mercado de trabalho, a neurociência nos mostra como a presença de pessoas com mais bagagem é positiva para as empresas. Estudos comprovam o aprendizado constante moldando o cérebro a partir da neuroplasticidade cerebral, ou seja, quanto mais exercitamos as nossas funções cognitivas, mais capazes nos tornamos de lidar com as situações do dia a dia”, comenta Luiz França, especialista em Gestão de Pessoas.
A saúde mental em pauta
As discussões sobre saúde mental ganharam força nos últimos anos e têm feito setores da sociedade se mobilizarem por ações de enfrentamento aos prejuízos causados. Dados do Relatório Mundial de Saúde Mental, publicado em junho de 2022 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram 15% da população economicamente ativa sofrendo com algum tipo de transtorno. De acordo com o relatório, o local de ofício amplifica questões sociais como a desigualdade social e a discriminação. Bullying e assédio moral, por exemplo, são práticas recorrentes as quais agravam essas condições, contribuindo para a insalubridade, impactando os índices de produtividade e aumentando a rotatividade dos contratados.
Para reverter este quadro, muitas entidades têm se mobilizado para incorporar no dia a dia medidas favoráveis à mudança de mentalidade e perspectiva, além de engajar as equipes para tornar o lugar mais acolhedor. “Constantemente revisamos nossos processos para garantir às pessoas reportarem toda e qualquer intercorrência, tornando nossos ambientes seguros para os pacientes, onde as pessoas se sintam confortáveis para compartilharem experiências e ideias”, pontua Ricardo Salem, médico e diretor-executivo da Care Plus.
Quando se trata da terceira idade, o cuidado com o bem estar psicológico é fundamental e envolve intervenções específicas para não negligenciar indícios de doenças associadas ao envelhecimento. Nessa fase, a perda da autonomia, a solidão, o medo e outras limitações interferem negativamente e geram problemas como fobias e insônia crônica.
Assim sendo, atentar-se a certos sintomas são cruciais para saber qual o nível e se existe certa anormalidade no quadro. São eles: choro constante; tristeza profunda; sinais de depressão; negligência com higiene pessoal; irritabilidade e queixas sem motivo; mania de doenças sem causa aparente; recusa a se levantar da cama pela manhã; mau humor e atitudes de grosseria sem justificativas. Pensando por esse lado, é interessante analisar como seniors atuantes no mercado, com bom funcionamento corporal, cerebral e disposição para continuar ativo, precisam ser valorizados e reconhecidos.
O futuro do mercado é diverso em gerações
Assim como há o envelhecimento dos trabalhadores, o mundo corporativo também tem de lidar com o estabelecimento da Geração Y e com a chegada da Geração Z, para a qual, de modo geral, também não está preparado. Marcada pelo modernismo, protagonismo e espírito empreendedor, essa última era tem sede de alcançar lugar de destaque nas corporações, além de transformar o ambiente laboral por não aceitar horários rígidos nem ambientes com formatos ultrapassados. “Não existe empresa sem pessoas, por isso digo: o melhor caminho para seguir é a união das gerações. A idade permite você construir competências, o amadurecimento traz experiências e resiliência, a pessoa mais velha carrega consigo o networking natural e o conhecimento adquirido ao longo da vida. Já o jovem tem a modernidade, a facilidade de se comunicar, busca autonomia, é entusiasta e desapegado, ao mesmo tempo mantendo os pés no chão”, indica o executivo.
Logo, fica claro como a diversidade tão sonhada e buscada dentro desse cenário organizacional precisa ultrapassar essa barreira de anos. Sujeitos diferentes promovem ideias, pensamentos e experiências também distintas. “Fica cada vez mais evidente como a formação de times múltiplos, com perfis, gêneros, orientações sexuais, raças e faixas etárias variadas, gera melhores resultados e entregas mais completas. Estamos caminhando para uma mudança total nos modelos de trabalho e na forma de olhar para a sociedade e ainda teremos uma grande aceleração nessa tomada de consciência”, prevê o especialista.
Então, visando um propósito inovador, de inclusão e apreciação pela vivência de cada um, os mais novos podem e devem aprender constantemente com os mais velhos, e o contrário também ocorre. Promover a integração e o convívio de ambos é a solução para acabar o etarismo, a única forma de os líderes extinguirem com essa discriminação.
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