Por soft skills podemos entender as habilidades humanas as quais favorecem a nossa conexão com outras pessoas, como flexibilidade, comunicação, trabalho em equipe e gestão de tempo. Isso tudo, quando bem trabalhado e incentivado no ambiente de trabalho, promove um espaço de segurança psicológica onde os indivíduos se sentem aceitos, inclusos e escutados, facilitando a convivência. No entanto, para colocá-las em prática é preciso ir muito além do discurso. São necessários estudos, esforços e dedicação para adotar esse conceito junto à cultura corporativa de uma organização, mas vale a pena. Conheça melhor o termo e como inseri-lo ao cotidiano da sua entidade.
A implementação de soft skills nos dias de hoje
Com a adoção dos novos modelos de trabalho e toda a transformação vivenciada pelo mundo corporativo nos últimos anos, habilidades indo além do conhecimento técnico, formação e operacional, adquiridas por experiências anteriores, passaram a ser igualmente avaliadas pelas companhias. Nesse sentido, as capacidades interpessoais já são consideradas tão ou mais importantes se comparadas às demais (hard skills) por 92% dos recrutadores, conforme o relatório Global Trends Report, feito pelo Linkedin. Ainda de acordo com o estudo, 89% das contratações sem sucesso atribuem-se à ausência das características comportamentais e emocionais adequadas.
Especialmente aos profissionais com o desejo de evoluir em suas carreiras e chegar aos altos cargos, essas qualidades tornaram-se preditivas para a jornada. Logo, a capacidade de liderança envolve competências como a empatia, inteligência emocional, comunicação eficiente e objetiva, flexibilidade, criatividade, resiliência, e espírito de equipe. Isso, atrelado a toda a bagagem de conhecimento prático, formam um conjunto de pré-requisitos necessários a quem pretende alcançar posições de destaque nas companhias.
Uma pesquisa realizada no Brasil por Andrea Lorio, palestrante e escritor best-seller sobre liderança e transformação digital, aponta como 93% das entidades participantes dão preferência para quem apresenta deter soft skills, mesmo se, às vezes, serem detentores de menos práticas. Do total de ouvintes no estudo, 75% ainda declararam como, nos próximos dois anos, proporcionar treinamentos nesse segmento é uma prioridade.
Dentre desse ramo, algo em evidência é a comunicabilidade, pois, a partir dela as ações empresariais são colocadas em execução. Todavia, para alcançar bons resultados é necessário primeiramente uma aprimoração nesse sentido, como a escuta ativa, a consciência da linguagem corporal e a clareza ao se pronunciar. O bom uso da mesma torna o contato mais fluido, além de contribuir para a melhoria das relações, diminuindo as chances de mal-entendidos.
Saber trabalhar em equipe é fundamental atualmente
Como um todo, a capacidade de atuar dentro de um grupo de serviço é crucial, principalmente porque ao chegar em determina colocação, gerenciar pessoas será uma responsabilidade, assim como traçar grandes estratégias, saber ouvir e dar feedbacks construtivos, além de abraçar a diversidade, cada vez mais presente no mundo corporativo.
“Saber trabalhar em equipe é o melhor caminho. Cada pessoa tem um jeito especial, particular e impressionante de resolver de diferentes maneiras o mesmo problema, e isso se torna ainda mais evidente em times diversos. É preciso ter abertura para novas ideias, tranquilidade para entrega, espírito de colaboração, sagacidade, vontade de ver o divergente, disponibilidade de ouvir, coragem de falar e se posicionar, explicar pontos de vista, e equilibrar todas as ideias”, explica Heloísa Capelas, especialista em autoconhecimento e inteligência emocional.
Adquira essa habilidade com sucesso
Adquirir tais maestrias demandam dedicação e exercício, antes de tudo, de autoconhecimento e aprimoramento do controle das emoções. Deve-se conhecer a si, seus objetivos, onde quer chegar, e entender todas as expectativas inerentes às contribuições pessoais.
“Somos tudo aquilo o qual acreditamos ser e trazemos essas crenças, várias vezes, sem perceber. Pessoas muito críticas, julgadoras e competitivas, por exemplo, serão primeiramente dessa forma com elas mesmas, para depois serem com os outros. Para desenvolver-se como a colaboração, é preciso modificar a ideia de se fazer melhor quando sozinho. Antes de ouvir com atenção, mude o imaginário dos sujeitos não terem nada a acrescentar, onde você conhece mais em comparação a maioria dos seus colegas. Assim vamos criando essas noções, olhando para nossas convicções e analisando se aquilo realmente faz sentido. Quando você crê, o treino é a única maneira de acertar, afinal, a constância gera sucesso. Por isso, a grande pergunta é, em que você acredita?”, conclui Heloísa.
As human skills nesse cenário de necessidade
No caso das human skills, ou habilidades humanas socioambientais, são qualidades importantes com o poder de transformar a administração. Elas incluem: inteligência emocional, empatia, consciência da linguagem corporal, resolução de conflitos, vulnerabilidade e autoconsciência para compreender as próprias emoções e de quem está ao redor.
Para desenvolvê-las é necessário se atentar a alguns pontos. O primeiro diz respeito ao autoconhecimento, analisar as próprias questões fortes e fracas, tendo consciência de onde ainda precisa ser melhorado. Ademais, alguns hábitos diários podem ajudar, como questionar-se sobre as atitudes e reações, ter a mente aberta, principalmente na divergência de ideias, entender quais são os seus propósitos e reconhecer os limites.
Hoje, o mercado já oferece cursos, treinamentos e workshops sobre o tema. Falta é valorização e reconhecimento sobre como isso pode agregar bem-estar e motivação. “O ideal é os treinamentos iniciarem pelas pessoas ocupando os cargos mais altos. Assim, a transformação no ambiente corporativo se torna mais natural e efetiva, tendo em vista como eles podem contribuir para a mudança no comportamento de colaboradores”, pontua Cris Kerr, CEO da CKZ Diversidade
“O desenvolvimento das human skills é o primeiro passo nessa jornada e esse aprendizado trará inúmeros benefícios a todos, pois quanto mais feliz estiverem, maior será o engajamento, a produtividade e, consequentemente, o resultado da corporação”, finaliza a executiva.
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