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A influência de tendências mundiais no RH das empresas 

Notícia | 26/01/2023

Carolina Amaral

Nos últimos anos, a sociedade vivenciou diversas mudanças, causadas, em sua grande maioria, pela pandemia da Covid-19. Com isso, criou-se uma nova realidade onde tudo ligado a população teve de se reinventar. Nesse cenário, alguns pontos devem ter destaque na mentalidade de um líder, seja ele de recursos humanos ou outras áreas, para alcançar o objetivo de atrair e reter os melhores talentos. Nesse sentido, estar ciente das tendências de mercado, nacionais e internacionais, é crucial para ter uma boa atuação. A seguir, mantenha-se a par dessas novidades.

 

As tendência para o RH em 2023

Conforme estudo da consultoria de mercado Gartner, conduzido com cerca de 850 líderes de RH, em mais de 60 países ao redor do mundo, 60% dos respondentes apontaram como, para 2023, a principal predisposição se liga à eficiência dos postos de poder dentro das companhias. Assim, é importante ressignificar a rotina, ambiente e procedimentos ao construir um relacionamento corporativo emblemático. Nessas circunstâncias, a incerteza é um grande impasse para a gestão de pessoas e conhecer os movimentos em alta é essencial.

No geral, atrair os melhores profissionais e promover uma marca empregadora forte já é um enorme desafio. Isso, devido ao fato da transformação digital ter afetado diretamente o modo como o trabalho é visto e funciona. Hoje, ele não se resume somente a um universo de possibilidades de firmas, mas também de funções. Da mesma forma, empreendedorismo é uma palavra em alta, principalmente entre os mais jovens. Assim, uma entidade deve oferecer mais vantagens e alguma, ou muita, flexibilidade de locais, horários e maneiras de entrega. Nesse sentido, formatos híbridos ou home office se destacam.

O estado psicológico dos contratados também é um tema relevante. “É necessário falar sobre saúde mental no ofício de forma aberta e transparente, pois a crise sanitária do coronavírus tornou essa necessidade urgente. Apesar dessa preocupação não estar restrita à pandemia ou ser um tema novo, os últimos anos e acontecimentos, colocaram o problema no foco dos RHs. Em linha com isso, recentemente em janeiro de 2022, a Síndrome de Burnout foi incluída na 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11)”, explica Fabiana Galetol, diretora executiva de Pessoas na Sodexo Benefícios e Incentivos. 

No mais, oferecer benefícios flexíveis auxiliam no processo de retenção e engajamento. “O foco está principalmente nos babies zoomers, acostumados com rotinas on-line e, por isso, representam um grande desafio. São profissionais da chamada Geração Z e em início de carreira. No entanto, o termo também se aplica para quem mudou de área durante e, por isso, teve grande parte de sua atuação realizada de maneira não presencial, acostumado apenas às interações digitais. Com o novo cenário de retorno, eles devem ser inseridos em atividades atualizadas para promover comprometimento, interações com outros funcionários, além de adaptação aos códigos e cultura”, esclarece a gestora.

 

O bem estar dos colaboradores como fundamental

Hoje em dia, alguns movimentos também entraram em ‘moda’, como o Quiet Quitting e atuação híbrida, além da ênfase em assuntos como diversidade, equidade e inclusão. Como um todo, eles se unem em um mesmo objetivo: a busca cada vez mais frequente por uma vida profissional equilibrada com os propósitos de cada um. Com esse propósito alcançado, torna-se uma via de mão dupla, onde o bem estar da mão de obra faz a companhia prosperar com melhores resultados.  “É preciso as pessoas se sentirem respeitadas e valorizadas por seus times e gestores. Dessa forma, todos ganham com comprovado aumento de produtividade e menor turnround”, pontua Eliezer Leal, sócio-fundador da Singuê.

De acordo com a pesquisa “Cultura inclusiva como mola propulsora para a diversidade”, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Associação Brasileira de Recursos Humanos - ABRH, 64% dos empregados apontaram as instituições onde estão inseridos lidando com políticas de diversidade e inclusão (D&I). Porém, a respeito dos planos de sucessão com foco em grupos minorizados, como mulheres, pessoas negras, com deficiência, LGBTQIAP+ ou indígenas, somente 18% afirmaram terem essa prática. “É necessário avançar para estratégias indo além das vagas afirmativas na base. Para tanto, é preciso criar ambientes os quais priorizem a inclusão de maneira estruturada com políticas e planos a serem inseridos”, comenta a especialista.

Infografico sobre a realidade dos novos formatos trabalho no Brasil

Conforme a consultoria de mercado IDC, 56% dos trabalhadores do Brasil apontam atuar em um formato onde parte dos dias estão em casa e outro na sede. O dado apresenta aumento de 12 pontos percentuais quando comparado com a mesma pesquisa, chamada “O Futuro do Trabalho no Brasil”, realizada em 2021. Os números apontam ainda uma vontade de mudar de carreira para adotar esse método (65%) e, entre quem já está habituado a ele, 73% o definiram como a melhor alternativa. Além disso, 53% das pessoas consideram as entregas melhores no teletrabalho, 52% afirmam ser mais produtivos e 67% sentem maior engajamento, segundo a pesquisa O Futuro da Vida no Trabalho, realizada pelo Sodexo Insights em parceria com a empresa de pesquisa e análise Harris Interactive.

 

Saúde mental e suas implicações práticas

Saúde mental é uma das maiores preocupações dentro dos estabelecimentos. Um levantamento realizado pela Ipsos em 34 países mostra como assuntos relacionados a esse tema aumentaram exponencialmente nos locais analisados. Apenas no Brasil, em 2018, 18% dos entrevistados relataram depressão e ansiedade como fontes de inquietude. Em 2022 o mesmo índice chegou a 49%. Em setembro do ano passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) recomendaram uma ação concreta para lidar com essas questões na população ativa.

Em meio a tantas mudanças e às regras de distanciamento social, as inovações tecnológicas e o uso de dispositivos eletrônicos assumiram um papel chamativo na rotina corporativa. A partir disso, ferramentas para reuniões virtuais e acompanhamento do labutador, por exemplo, tendem a ganhar mais força a médio e longo prazos.

Já a jornada de trabalho de quatro dias na semana é realidade em alguns locais pelo mundo. “É importante os RHs acompanharem este movimento. A mudança já ocorre no mercado internacional e é preciso entender não só a viabilidade, mas também os impactos econômicos, de produtividade e engajamento gerados pela mudança. Assim, todos estarão preparados para o modelo ganhar força no Brasil”, finaliza Leal.

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