Durante o decorrer de 2022, um relatório global da consultoria de mercado GfK previu o mercado de tecnologia e bens de consumo sofrendo com uma desaceleração em mais de cinco vezes no Brasil. Isso porque, a população estaria sentindo os efeitos da inflação e tendendo a equipar a casa com outros produtos menores e mais baratos. Logo, a previsão de crescimento era de apenas 2% em comparação com um aumento de 12% em vendas em 2021. Contudo, cinco tendências em específico chamaram a atenção no último ano e novas estão para causar destaque em 2023. Nesse sentido, estar ciente dessas novidades e suas aplicações é fundamental para não ficar desatualizado.
As tendências de 2022
Apesar dos últimos 365 dias não terem entregado carros voadores como era mostrado nos desenhos animados, houveram muitas razões para celebrar, como a chegada do 5G, a evolução na mobilidade de veículos e pessoas, a revolução da telemedicina e as operações dos super apps.
Com a implementação do 5G, essa conexão ficou ainda mais rápida e segura. Isso porque ele é capaz de fornecer a velocidade necessária para fazer avançar projetos nas áreas de Internet das Coisas (IoT), automação de dispositivos e Inteligência Artificial (IA).
O próprio home office, desencadeado pelo isolamento social da pandemia, ou o regime híbrido, também entram no grupo de inovações. Tal mudança tornou-se possível, em grande parte, graças a conexões melhores, mentalidade inovadora e, claro, flexibilidade da parte de empregadores e empregados. Ademais, o Metaverso entra em cena nessa circunstância, assim como em diversas outras, oferecendo um ambiente virtual imersivo, coletivo e hiper-realista, onde as pessoas poderão conviver usando avatares customizados em 3D.
No setor da saúde, a modernização não ficou de fora, principalmente com o avanço da Covid-19 e a necessidade de contenção ao vírus frente à crise sanitária mundial. Assim, a prática da telemedicina ganhou força. De acordo com um levantamento realizado pela plataforma Sling Hub, houve um crescimento de mais de 50% em 2021 na quantidade de health techs, startups focadas em soluções médicas, operando no país. O número passou de 542, em 2020, para 1.158, em 2021, aumentando ainda mais em 2022.
Essas foram apenas algumas das novidades do âmbito no Brasil, mas 2023 ainda promete mais. O retorno em 2022 do “Fire Festival”, um dos maiores festivais de empreendedorismo digital, marketing, tecnologia e inovação da América Latina, foi o cenário perfeito para a efervescência de tendências desse mercado. Lá, foi viável perceber quais as predisposições futuras, a partir das mais comentadas e, provavelmente, em alta.
O que será promissor para esse novo ano?
Dentre tantas incertezas desse campo, uma coisa é certa: a Creator Economy (ou Economia Criativa) veio para ficar. Em uma pesquisa da First Choice de 2021, 75% das crianças do Reino Unido afirmaram ter o desejo de trabalhar com produção de vídeo on-line. A Economia Criativa se baseia justamente na profissionalização e monetização de criadores de conteúdo. Segundo levantamento da consultoria SignalFire, existem mais de 50 milhões de talentos desses no mundo, no entanto, somente 2 milhões vivem disso, isto é; atuam como carreira. Para tanto, é preciso investir no planejamento estratégico, diversificação de públicos e receitas, controle de cursos e mensuração da performance.
“Hoje há um estereótipo do influenciador de ‘recebidos’, mimos e fotos nas Maldivas, mas não é sobre isso. É preciso um resgate de como, para seguir esse caminho, você de fato tem de sugestionar alguém e de forma responsável. Para mim, a gente está na terceira era deste mercado, em um momento muito bacana de ter um nome e um sistema sustentando a Creator Economy”, comentou no festival a fundadora e CCO da YOUPIX, Bia Granja.
Outro tema de destaque foi o marketing de influência, uma ferramenta consolidada entre marcas e suas comunidades. Em 2018, houve o início de um movimento liderado pelas influencers de moda e beleza, as quais lançaram produtos com negócios próprios. O pensamento deles não precisarem necessariamente de companhias tradicionais para lançarem artigos iniciou uma grande transformação. Deve, então, haver uma produção em conjunto de ambos os lados. “Todo mundo quer cocriar, mas nem todos estão dispostos a ouvir e a se doar. A marca precisa aprender a escutar e o profissional necessita se entregar nessa dinâmica também”, destacou Flávio Santos, CEO da MField.
As soft skills como fundamentais
O termo “soft skill” compreende, em inglês, as competências comportamentais. Estamos mais acostumados a associá-la com usuários com muitos seguidores, mas ela também é importante dentro das corporações, entre os seus funcionários e suas microcomunidades.
Incentivar os colaboradores a serem referências internas e motivadores das suas equipes é um reforço estratégico ganhando cada vez mais relevância, sendo um investimento na formação de lideranças. A iniciativa motiva o labutador e o empreendimento a entenderem o poder e a responsabilidade de sua atuação, vendo-a como um negócio, além de agregar valor à sua formação e a utilizar as redes sociais de forma criativa. Em termos de empregador, o contratado ainda ajuda no aumento da visibilidade, além da atração de talentos.
A tecnologia nesse novo ano
A pandemia acelerou a necessidade de um ambiente digital resolvendo a vida dos consumidores de forma rápida e eficiente. O Marketing 5.0, pautado pela combinação entre o mundo tech e o fator humano para atrair, conquistar e ganhar a lealdade dos clientes, se propõe a resolver essa questão ao entregar valor durante toda a jornada dele com informação, gestão de dados e humanização.
Isso é fruto da soma dos avanços, do comportamento das novas gerações e modelos de negócios surgidos com a hiperdigitalização. A Internet se popularizou e aproximou corporações e consumidores de uma forma irreversível. Com isso, ele traz benefícios como o engajamento, experiências inesquecíveis e compartilháveis e debates sobre as causas atuais com legitimidade e lugar de fala.
No geral, atentar-se ao novo é essencial, principalmente para quem trabalha diretamente com a esfera. Para os próximos anos, algumas delas deverão estar em voga no ambiente digital e dos principais de marketing e a primeira é a Web 3.0. Trata-se não só da criação, mas de ser proprietário do conteúdo. Seja para a monetização ou comercialização de algo. Ela se baseia em três pilares: descentralização com locais mais democráticos e abertos; maior privacidade dos usuários; e recursos personalizados por meio da inteligência artificial e machine learning.
Junto com ela, surgem outras possibilidades. A primeira delas é o NFT, ou token não fungível, um ativo para identidade digital de um item, não sendo único. Ele pode ser multimídia, texto ou vídeo e ainda servir como uma moeda em transações digitais. Alguns estabelecimentos já começaram a explorar o formato, seja em versões virtuais ou como algo extra. Já o Metaverso, é um conjunto de meios informáticos com o poder de mudar a forma interativa com a web.. A proposta é melhorar o senso de presença, sem ser fisicamente. Isso inclui desde a ida ao escritório até mesmo aplicações para saúde.
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