Com os últimos meses do ano, chegam os vestibulares e indagações pessoais a respeito de escolhas futuras. Essa pode ser uma determinação política, econômica, social, familiar ou psicológica e, por conta dessas questões, ainda é muito difícil para os jovens escolher a carreira a seguir. Em um levantamento realizado pela plataforma Cmov, 82% dos mais de 2 mil entrevistados, em 2021, revelaram não saber ou ter dúvidas na hora de definir isso. Entretanto, é possível perceber uma mudança desse cenário nos últimos anos, principalmente com a aceleração do trabalho remoto causado pela pandemia da Covid-19. Veja mais sobre o tema!
Novas mudanças nesse cenário
As diversificações geradas pela globalização, a expansão de mercado e os avanços tecnológicos refletem diretamente nas decisões dos jovens gerenciando suas prioridades e interesses na busca do autodesenvolvimento com mais autonomia e mobilidade. Por conta disso, a escolha da carreira ao sair do ensino médio já não tem mais o mesmo peso como tinha nas décadas passadas, de acordo com a professora do Colégio Positivo, Micheline Castelli de Souza. “Alguns elementos, como satisfação pessoal e auto realização, surgem com muita importância, além do status social e do salário. Isso é observado na sociedade e traz menos pressão a fazer uma escolha única e assertiva em sua vida, podendo levar em consideração as inúmeras variáveis e oportunidades”, revela.
Micheline explica como isso ocorre graças à evolução do próprio conceito de carreira, influenciadas pelas novas configurações de atividades vivenciadas no dia a dia. “Quando a sociedade evolui, esse contexto adquire novas estruturas geradas a partir dos processos sociais, econômicos e culturais. Nota-se uma necessidade maior de adaptação às adversidades de cenários cada vez mais rápidas, alterando diretamente as relações de trabalho entre os indivíduos e as organizações”, completa a professora, ressaltando como, atualmente, não há uma limitação de trajetória única, pois se dá maior relevância às chances ao longo do percurso, levando-as a buscar opções menos lineares e mais diversificadas.
Há uma pressão menor atualmente se comparado com antes?
Na atualidade a ideia de ter uma ocupação vertical já não é mais tão envolvente quanto já foi no passado. A educadora destaca como essa noção ainda é muito válida para quem quer desenvolver-se no campo onde já trabalha, porém, não para os com desejo de adquirir conhecimento em diferentes vertentes de atuação. “A priorização de crescimento foca mais na retenção de talentos, porém nota-se uma grande movimentação das novas gerações com foco horizontal. Ao contrário dos pais e avós, o jovem de hoje não vê problema em trocar de emprego”, explica.
Além disso, o crescimento do teletrabalho trouxe a liberdade de escolher o modelo a qual mais atende ao perfil de cada um. “A idealização do sucesso rápido no empreendedorismo, a discussão e a ampliação dos estudos em investimentos financeiros levam ao desejo de uma carreira solo e não necessariamente em um só âmbito”, opina o coordenador do ensino médio do Colégio Positivo, Tarsis Prado.
Por conta dessa horizontalidade, tanto a troca de empresa quanto a de ofício são mais aceitos hoje em dia. “Mudar de ocupação exige um planejamento detalhado. É fundamental entender como esse novo olhar funciona e, principalmente, definir o motivo de querer tomar essa decisão, refletindo sobre fatores como flexibilidade de horários, potencial de aprendizado e crescimento, além do propósito pessoal estar alinhado à transição”, pondera Micheline.
A introdução de novas carreiras no mercado
Além de todas essas questões, deve-se levar em conta também a introdução e popularização das carreiras digitais, como influenciador e criador de conteúdo, por exemplo. Uma pesquisa realizada por Elizabeth Saad, da Universidade de São Paulo (USP), revelou como, em 2021, o Brasil foi o país com o maior número de consumidores impactados por esses influencers. “Nas décadas de 1980 e 1990, esses modelos eram as engenharias, a medicina e o direito. No momento atual, esses novos serviços tornaram-se o exemplo e a concretização dos anseios da nova geração”, justifica Prado.
Por serem profissões altamente concorridas, já não basta ter muitos seguidores, é preciso ter planejamento estratégico e consistência de conteúdo. “Esses novos trabalhadores enfrentam também desafios. Apesar de ainda não regulamentada, tais tarefas estão em destaque como o sonho de muitos brasileiros, pela possibilidade de fama e alta remuneração em curto período de tempo”, finaliza Micheline.
Dicas para se sair bem em exames e vestibulares
A reta final de vestibulares de várias outras instituições, como as privadas ou os colégios militares, assim como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), são momentos de estresse e ansiedade. Um dos maiores desafios dos estudantes neste momento é lidar com a pressão antes das provas. A competição inerente à seleção, a quantidade de matéria cobrada e a performance entre as difíceis questões tornam o procedimento ainda mais angustiante, visto como definirá a possibilidade de ingresso na graduação. Logo, preservar a saúde mental é fundamental.
O pilar socioemocional é de grande importância e requer atenção e cuidado. Publicado em 2020, o artigo "Transtorno de ansiedade generalizado entre estudantes de cursos de pré-vestibular" apontou a taxa de prevalência de sintomas relacionados ao Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG) sendo de 41,4%, com 137 participantes do estudo. "As questões emocionais devem ser consideradas tanto quanto os conteúdos técnicos cognitivos, pois somente o aprendizado teórico não irá levar o jovem ao seu objetivo", explica a psicóloga Gardinalle Bezerra de Sousa.
Assim, para se dar bem nessa fase, a especialista destaca cinco pontos para manter o bem estar. Desenvolver autoconfiança é crucial, assim como compreender existirem diversas possibilidades para se chegar ao mesmo propósito. Não exagerar na autocobrança e nem se esquecer da saúde física do corpo também se mostram atitudes essenciais. No mais, é relevante lembrar como a vida continua após uma prova, caso os resultados não correspondam com as expectativas, busque aprender com isso, melhorando a preparação para os próximos.
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