Uma coisa é certa: as pessoas querem iniciar um empreendimento por diversos motivos, seja para ter mais autonomia, flexibilidade, realização pessoal, etc. Entretanto, é preciso ter coragem para enfrentar uma série de desafios nessa jornada. Nesse sentido, o Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios realizou um levantamento em seu site, entre 24 de outubro e quatro de novembro, contando com a participação de 17.483 jovens de 15 a 29 anos, perguntando: “você sonha em ter o seu próprio negócio?”. Como resultado, foi analisada uma tendência para o futuro do Brasil.
As métricas demonstram intenções entre os jovens para iniciar uma empresa
Conforme o levantamento, 14,57% dos respondentes, ou 2.548, querem ser seu próprio patrão e idealizam não trabalhar para ninguém. Segundo Yolanda Brandão, gerente de treinamentos do Nube, existem inúmeras razões para levar um profissional a esse desejo. “Em um cenário de crise e alta taxa de desemprego, empreender é considerado um meio para contornar a situação. No começo, pode ser temporário até uma recolocação no mercado formal. Contudo, por vezes, o negócio se torna um projeto de vida”, afirma.
Além disso, é uma opção considerada precursora de novas perspectivas. Por isso, 17,53%, ou 3.064, dos participantes também o consideram viável, pois buscam mais tranquilidade e controle. “O empreendedorismo é entendido como uma possibilidade de maior liberdade e prosperidade. Isso porque o mercado sofreu sensíveis mudanças nas últimas décadas e seguir uma carreira ficou mais instável. Por isso, essa alternativa passou a ser considerada como uma chance para mais profissionais”, comenta Yolanda.
Ademais, mais da metade das respostas, 52,97%, ou 9.260, dos indivíduos consideram como uma probabilidade para o futuro. Isso porque estão em busca de mais experiência antes de embarcar nessa jornada. Tendo em vista o quanto construir uma marca requer o exercício constante de competências vitais e ainda diz respeito a conseguir ajudar mais pessoas, empregando-as.
Todavia, ser contratado e efetivado é o sonho de muitos estagiários, por exemplo. Por isso, segundo 11,02% ou 1.926 dos votos, ser um executivo não é uma aspiração, pois se consideram mais felizes fazendo parte de uma organização já consolidada e estruturada. Consoante à Yolanda, “a carreira na instituição pode trazer inúmeros proveitos, como segurança financeira, benefícios, contatos profissionais para, inclusive, ajudar em uma próxima etapa”, salienta. Ou seja, é uma maneira confiável de permanecer ativo na dimensão corporativa.
Quais as dicas para quem quer abrir o próprio negócio e superar os desafios do empreendedorismo?
De acordo com Yolanda, é normal ter um certo receio quando se trata de iniciar algo ainda inexplorado. Esse é um ponto visto na escolha de 685 pessoas, ou 3,92%, quando afirmam saber os riscos e preferirem ter paz e sossego. “Qualquer projeto novo gera insegurança e existem algumas estratégias para lidar com isso”, expõe. Nesse sentido, a especialista elencou alguns tópicos para quem tem o interesse de seguir esse caminho. Confira:
- Faça um bom planejamento:
“Para mitigar o medo, é necessário planejamento. Ou seja, estudar o mercado, conceitos de administração e gestão, marketing, entre outros”, recomenda Yolanda. Logo, busque todas as informações relativas ao negócio e entenda quais as dores e urgências do seu público, para ser mais assertivo e eficiente quanto precisar chegar até ele. “Se atualize sobre tudo envolvido na administração de uma companhia, mesmo se ela tiver apenas você”.
- Tenha atenção à sua saúde:
É fundamental estar bem consigo mesmo antes de desenvolver um CNPJ (Cadastro de Pessoa Jurídica), expressão responsável por impactar todas as áreas da existência. “Cuidar da sua saúde mental também requer lidar com medos e questões íntimas e pessoais. Se necessário e possível, procure ajuda profissional para lidar com a ansiedade patológica”, recomenda a gerente de treinamentos do Nube.
- Compartilhe a experiência:
Enfim, é essencial criar e manter uma rede de contatos. “Empreender pode ser uma tarefa bastante solitária. Por isso, busque grupos sobre o tema, encontre um mentor ou uma mentora. Isso poderá ajudar em diversos ambitos”, indica Yolanda. Além disso, é uma maneira eficaz de fazer networking, entendendo as vivências alheias para agregar em suas próprias. Vale ressaltar: nenhuma corporação de sucesso chegou ao topo sozinha.
- Busque a inovação:
Principalmente com a transformação digital impulsionada pelo isolamento social, abrir uma instituição tornou- se mais fácil. Por isso, é essencial buscar a inovação, uma maneira de se destacar da concorrência e obter êxito perante os consumidores. “Fique atento às movimentações do mercado”, ressalta Yolanda. Afinal, quem não se adapta às tendências acaba sendo deixado de lado, se torna obsoleto e perde espaço.
O desejo de empreender é uma tendência entre os jovens
Por fim, Yolanda pontua como esse tem sido um discurso recorrente para a juventude, principalmente entre a Geração Z, os quais estão abertos a mais perspectivas e andam revolucionando as relações laborais. “Nem sempre como uma única possibilidade de carreira, mas atrelado a outras trajetórias profissionais, como um estágio, por exemplo”, finaliza.
Contudo, segundo Jorge Martins, sócio fundador da Bullseye Executive Search, a parte mais difícil é dar o primeiro passo. “Pode ser óbvio, mas digo isso porque quando você está em uma grande corporação e coloca na balança os prós e contras, inicialmente é mais fácil o peso parecer maior para o lado de continuar onde está. Afinal, é uma posição já estruturada, a entidade tem um nome no mercado”, comenta.
Entretanto, é necessário elencar todos os itens com seriedade e sem pressão. "Quem está com essa dúvida esquece de colocar do outro lado, os aspectos positivos de ter seu próprio negócio”, acrescenta Martins. Entre eles, o expert lista: potencializar os ganhos mensais, tocar as iniciativas com seu jeito, construir um empreendimento a partir dos seus princípios, desenvolver coisas novas sem pedir autorização e, o mais importante, investir em seu próprio sonho. “Em linhas gerais, você pode criar as suas regras e jogar por elas”, conclui.
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