Os gestores da sua empresa tem se atualizado às tendências de liderança do mercado? O tempo quando o chefe mandava e o restante, simplesmente, abaixava a cabeça e executava já se foi – ou, pelo menos, deveria. O mundo empresarial sofreu inúmeras mudanças, tanto estruturais quanto em relação ao seu público integrante. Resultado da insurgência da Covid-19, todo um ecossistema se viu forçado a migrar para o universo remoto. Nesse período de transição, uma nova geração adentrou ao mercado e passou a ocupar os mais variados cargos. Quer entender como se alinhar às transformações recentes e mirar o futuro? Acompanhe a matéria a seguir e confira!
Contexto de lideranças pós-pandêmicas
Entre o apagar das luzes, em março de 2020, e seu retorno, recentemente com a disponibilização das doses da vacina, muita coisa mudou. Dentre elas, a relação dos indivíduos com o trabalho é um dos principais motivos de debate. Além de passarem a se relacionar de maneira assíncrona ao passado, agora, os métodos de conexão foram jogados para cima e substituídos. “Videochamadas, conversas por WhatsApp, boards digitais e arquivos compartilhados na nuvem são apenas alguns dos exemplos. A presença da tecnologia nas corporações veio para ficar”, aponta o sócio-diretor da Stratlab, Cristovão Wanderley.
Perante esse contexto de transformações basilares, não apenas as tecnologias tornaram-se protagonistas. Pelo fato dos colaboradores terem alterado a maneira como se enxergam nos empreendimentos, os comandantes também não puderam ficar parados. Precisou-se entender como ser um líder não é, apenas estar no comando, mas sim tomar conta de quem encontra-se sob sua responsabilidade. Além disso, antes de qualquer coisa, é de grande importância ter consciência, autoconhecimento e controle para dar o próximo passo”, indica o co-fundador da Start Empreendedor, Fernando Senna.
A época quando números e resultados despontavam como os únicos guias de uma equipe já ficou para trás. O reconhecimento de um bom coordenador não se restringe mais somente a esses tópicos. Atualmente, demonstrar resiliência, empatia e humanização são algumas particularidades muito bem vistas pelo meio organizacional. Essas características têm adquirido prestígio, pois afetam positivamente o desempenho dos funcionários. Logo, trata-se de uma reação em cadeia pautada pela generosidade. A tendência, portanto, é se atentar às pessoas, encaixá-las em ambientes adequados, investir em inovações capazes de facilitar sua rotina e mirar o sucesso.
Competências exigidas para um líder
Tendo em vista os requisitos da contemporaneidade, é preciso sacrificar-se um pouco para se endireitar ao usual. Desenraizar os pés do passado e abraçar a dinamicidade do presente é um atributo fundamental para propulsionar essa mudança. “Os dirigentes não são apenas quem ocupam os mais altos cargos. Porém, aqueles corajosos, dispostos a tomar riscos e servir de exemplos para os demais”, complementa Senna. Para exercer essa nova faceta da liderança é preciso – é claro – cultivar alguns hábitos tradicionais, todavia, também adicionar algumas competências intrínsecas à atualidade. Veja a lista abaixo:
Gestão: esse é um clássico. Para se tornar um bom chefe, independentemente do período histórico retratado, é preciso saber gerir pessoas. Caso contrário, cria-se um clima pesado, o qual desanima, desengaja e diminui a produção. Atualmente, essa característica se tornou ainda mais crucial, visto a crescente de pautas acerca de saúde mental e bem-estar no trabalho. Deve-se, portanto, saber cuidar de todos, alertar problemas e traçar soluções. Todos os itens com – na medida do possível – cautela e empatia. “Lidar com as expectativas e as frustrações de cada um, identificar rapidamente quem não está no mesmo barco e encontrar um bom work-life balance, são alguns dos principais desafios para se preocupar”, destaca o co-fundador da Start Empreendedor.
Coragem: encarar um papel diretório não é para qualquer um. Além de apresentar uma boa comunicabilidade com o grupo, é preciso ter estômago. Enquanto empregado, as demandas chegam de forma filtrada até você. Antes dessa entrega, obrigatoriamente, passaram por um crivo do gestor, o qual precisou reter os ânimos e tomar a decisão acertada. Por conta disso, traçar prioridades é uma competência essencial a qualquer um nesse posto. No entanto, as adversidades não param por aí. Após delegar tarefas e determinar funções, é preciso estar disposto a enfrentar todo e qualquer percalço pelo caminho. Os medos e as falhas de um time reverberam, sempre, em quem os comanda.
Disponibilidade: viver com e-mail e agenda lotados é um pré-requisito para exercer a labuta. Quanto mais indivíduos debaixo de suas asas, maior será a responsabilidade. No entanto, o aumento de número jamais poderá implicar no abandono dessa figura. Não à toa, esse cargo recebe o mesmo nome dado aos pilotos de navio e avião. Sem sua presença, a tripulação pode se sentir perdida e ameaçada. Assim como nas embarcações, é o líder quem deve manter-se firme até a saída de seu último integrante. Conectar-se uns aos outros e entender as dores do próximo são o manual para fazer do nau mais eficiente.
Transparência: o chefe precisa ser uma vitrine de seus encarregados. Logo, a transparência de seu vidro é tão essencial quanto sua própria existência. Com honestidade e empatia, mantém-se todos os colaboradores na mesma página, alinhados ao propósito da instituição. Além disso, transparecer como são tratadas as carreiras de um estagiário, por exemplo, incentiva a busca por resultados e pelo aprimoramento. “Lembre-se: a forma como você faz qualquer coisa, é a maneira pela qual você realiza tudo. Integridade e ética são inegociáveis para a sua organização”, delimita Senna.
Vulnerabilidade: sim, ter essa característica como um fator intrínseco ao seu comportamento é um item extremamente positivo – não apenas para o meio empregatício. Vulnerável não significa estar indefeso. Trata-se, na verdade, de estar aberto para mais amor, experiências e desafios. Dessa forma, funciona como uma via de mão dupla, uma maneira genuína de desenvolver relações verdadeiras com o outro.
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