A síndrome do esgotamento profissional, mais conhecida como Burnout, afeta milhões de pessoas pelo mundo e é reconhecida como doença ocupacional pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Para os gestores de empresas, é fundamental entender e saber identificar essa enfermidade para garantir um melhor ambiente de trabalho e o bem-estar dos funcionários. Para isso, é preciso compreender a enfermidade, suas causas e indícios para saber bem sobre o assunto delicado a qual estamos lidando. Veja mais sobre isso agora.
O que é Burnout e como perceber sua presença?
O Ministério da Saúde descreve esse problema como um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de ofício desgastante, demandando muita competitividade ou responsabilidade. De acordo com ele, a principal causa é justamente o excesso de trabalho. Essa síndrome é comum em profissionais atuantes diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, dentre outros.
“Como podemos contribuir para evitar o Burnout? A boa notícia é: aprender os sinais mais sensíveis dessa doença, muito antes do quadro se agravar. Dessa forma, temos a chance de alertar líderes na empresa, familiares e amigos para encaminhar o caso, quando necessário, a especialistas como psicólogos e psiquiatras”, afirma o psicólogo Luiz Edmundo Rosa, diretor da ABRH Brasil, com foco em Saúde Corporativa.
A doença pode causar sérios danos psíquicos e sociais, difíceis de serem resolvidos, tanto pelo paciente, como por todos de sua convivência. Se a crise eclodir, o tratamento pode ser longo e com um elevado custo emocional e financeiro. Os indicativos antecedentes podem ser identificados numa escala de gravidade, medida pelo aprofundamento do quadro, agregando uma seriedade maior. “Alguns sinais são mais fáceis de serem percebidos. Outros, entretanto, são mais difíceis de detectar e a pessoa afetada pode não ter consciência desses acontecimentos, exigindo uma observação mais refinada, incluindo desde um diálogo amigável a uma consulta com um profissional”, explica Edmundo Rosa.
Sintomas para servir de alerta a esse problema
Traduzido do inglês, "burn" quer dizer queima e "out" exterior, o Burnout pode resultar em um estado de depressão profunda e por isso é essencial procurar apoio no surgimento dos primeiros sintomas, mas quais são eles? Esses indícios de alerta são dados de diversas formas e são divididos em “zonas” ao decorrer do tempo de adoecimento. De forma geral, as manifestações foram colocadas numa escala de risco, divididos nas cores amarelo (leve), laranja (moderado) e vermelho (grave), crescendo com a persistência, progressão e combinação desses indicativos.
Zona Amarela
Elevação da ansiedade: viver em ansiedade é algo normal no dia a dia, mas quando ela cresce em demasia e, assim permanece, é ruim.
Aumento da irritabilidade: a forma alterada das pessoas reagirem, fora do esperado, com respostas bruscas e agressivas.
Alteração do nível de energia: alguns passam a chamar a atenção pelo excesso de energia e agitação. Outros vivem o oposto, demonstrando cansaço e pouca motivação. Ficam mais quietos e isolados, rejeitando convites de amigos e colegas.
Falhas de memória: é o caso de pessoas começando a se esquecer de horários e compromissos anteriormente assumidos.
Zona Laranja
Transpiração excessiva: quando a transpiração ocorre acima do normal e se torna frequente, pode indicar um colaborador sob tensão. Ou seja, demonstra um nível elevado de estresse e dificuldade para relaxar.
Insônia crônica: a perda regular do sono é uma séria ameaça à saúde e precisa ser logo corrigida. Podemos perceber pelos sinais de cansaço, como olheiras, olhos avermelhados, bocejos constantes e irritabilidade.
Alteração de peso: algumas pessoas passam a comer descontroladamente e logo ganham peso. Contudo, outros perdem o apetite e emagrecem.
Taquicardia e pressão: sob forte tensão, os batimentos cardíacos e a pressão arterial se elevam a ponto de alguns registrarem taquicardias abruptas e desconfortáveis. Um dos indicadores é se sentir cansado e suar em demasia.
Zona Vermelha
Angústia profunda: indica desconforto generalizado e indefinido com a sensação de vazio ou de algo grave para acontecer. Respiração ofegante, falta de ar e calor.
Sentimento de desesperança: acontece quando alguém sofre de um conjunto de fatores negativos e persistentes, como angústia, insônia, estresse, sensação de cansaço e a desesperança se aprofunda.
Perda do sentido da vida: quando a autoestima cai, tudo pode parecer difícil e sem sentido. Em meio ao desânimo e à depressão, a pessoa muitas vezes verbaliza sua vida sem sentido.
Vontade de morrer: se a depressão atingir um grau máximo, aprofunda a sensação de estar sem saída, a não ser morrer. É um momento de exigência urgente de ajuda, com alto risco de vida.
O medo da demissão é um fato constante?
De forma geral, esse crescimento desenfreado da enfermidade não é um fenômeno surpreendente, é esperado, principalmente, tendo em vista os acontecimentos de 2020 e 2021. “Com o aumento da pressão a partir do contexto coronavírus, a capacidade de resistência, já bastante prejudicada, se mostra insuficiente para fazer frente às demandas ampliadas. Tais como: atividades de home office, as quais parecem simples, mas mudam o ambiente de trabalho, gerenciar famílias e relacionamentos, volta ao presencial, bem como algumas empresas exigindo esse regime full-time, cinco ou quatro dias na semana, depois uma nova saída para as variantes. Tudo isso reduz a nossa capacidade de gerenciamento de pressão, então a expectativa é, com o fim da pandemia, o nível de preocupação diminuir, mas os efeitos do impacto desse período de dois anos continua aparecendo", explica Roberto Aylmer, médico psiquiatra, PhD, professor e especialista em gestão de pessoas e saúde mental no trabalho.
Assim, muitos indivíduos acabam atuando em seus serviços mesmo não se sentindo bem dispostos, pois, no final das contas o medo da demissão é ainda maior. Logo, isso mostra como é um dever da instituição formar um ambiente propício ao diálogo, onde os empregados se sintam à vontade e seguros para se abrir e conversar com seus superiores sobre esse tipo de empecilho. Evitando, dessa forma, perdas tanto pessoais quanto corporativas.
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