Nos processos seletivos, existem dois conceitos muito utilizados para avaliar candidatos: soft skills e hard skills. Enquanto um engloba os conhecimentos adquiridos mediante cursos e treinamentos, o outro está mais direcionado para o entendimento comportamental e emocional. Essa é uma técnica utilizada pelos selecionadores na hora de identificar se o fit cultural é compatível com aquela vaga. Embora muitas pessoas priorizem somente a capacitação técnica de sua área de atuação, cada vez mais as qualificações socioemocionais passam a ser consideradas no meio corporativo. Isso porque aumentou nos últimos anos a preocupação com a humanização das relações, principalmente em um ambiente tão conflituoso como pode ser o trabalho. Nesse contexto, descubra a importância de estar devidamente preparado para o mercado.
As relações humanizadas no trabalho
A competitividade no mercado de trabalho é algo em constante crescimento. Atualmente, as pessoas se veem em uma constante corrida contra o tempo para dar conta de aprender e agir conforme a sua dinâmica. Para muitos, a incansável busca pela produtividade acaba trazendo questionamentos acerca do próprio potencial. Diariamente, desafios são enfrentados a fim de obter uma significativa melhora em alguma competência. No entanto, essa cultura de extrema exigência percebeu a necessidade de trabalhar também as expertises voltadas para a convivência coletiva.
De acordo com pesquisa realizada pelo Nube, 40,70% dos entrevistados acreditam ser importante ir além do proposto para se tornar um profissional do futuro. Para 30,86% dos participantes, o conhecimento de todas as áreas culmina em uma especialização completa. Outros 9,52% preferem ser melhor em uma capacidade ao invés de mediano em várias. Ademais, segundo o Fórum Econômico Mundial, até 2025, 80% das habilidades mais importantes para o mercado serão as socioemocionais.
As redes sociais se mostraram um bom espaço para levantar a necessidade de debater sobre bem-estar e qualidade da rotina, questões geralmente negligenciadas frente à esfera profissional. “São muitas as doenças da contemporaneidade relacionadas ao estresse e ao nosso estilo de vida, algumas das quais vem nos impactando física e emocionalmente, sendo preciso mais atenção com essas duas dimensões integradas. O autocuidado é uma questão de saúde individual, mas também coletiva”, comenta Rafael Ávila, professor e doutor da Qualifica Cursos.
Nessas condições, certas empresas já adotam uma postura mais colaborativa, seja por meio de cursos, livros, vídeos ou workshops a respeito das questões organizacionais. Consoante a Ávila, os bons hábitos devem estar alinhados entre o âmbito corporativo e pessoal para dar certo. “As práticas fomentadoras da saúde das pessoas e dos colaboradores, como a yoga e a meditação, a atenção à alimentação ou busca por melhores momentos para o lazer e o descanso são medidas positivas não somente nos processos de cura como também na prevenção dos problemas”, complementa.
Como estar devidamente preparado para o mercado?
Na atual conjuntura, observamos a gigantesca concorrência nos mais variados setores. Para lidar com essa realidade, é interessante pensar em como seguir alguns simples passos éticos e estratégicos podem nos ajudar. Pensando nisso, Juliana Scarpa, CEO e cofundadora da FRST, elencou algumas sugestões para triunfar em meio às novas tecnologias e geração de valor corporativo:
Seja um "problem solver": buscar o conhecimento em prol da construção do coletivo é um diferencial. “Na era pautada por problemas complexos, novas tecnologias aparecem a todo instante, ser um exímio solucionador de problemas é o caminho para se destacar no mercado. Visão sistêmica, análise crítica, foco em tomada de decisões baseada em dados e não ter medo de errar são algumas das condutas exigidas. Porém, antes de tudo, diante de uma adversidade, o mindset deve ser ‘existe uma solução e eu vou buscar o caminho’. Trazer a ajuda de times dentro e fora da organização, trabalhar em colaboração buscando diversidade de pensamento é fundamental”, afirma.
Mantenha uma jornada de aprendizado: é preciso estar atento ao novo e não ter medo do desconhecido. Compreender como nenhum conhecimento é eterno é necessário para continuar o processo de aprendizagem responsável por desconstruir crenças e formar novos caminhos. “Estamos na era da formação contínua. Não temos mais tempo para olhar o passado e aprender com quem já fez. Essa postura exige humildade e ao mesmo tempo ambição, pois aprender e desaprender é sem dúvidas um ‘super poder’”, acrescenta.
Seja flexível: é indispensável se adaptar nesse cenário repleto de transformações. “No mundo atual dos negócios onde a mudança é algo contínuo e o protagonismo é a grande chave para o sucesso, a flexibilidade é o começo de tudo, inclusive é chave para superar os desafios impostos pelo mercado. Isso torna a pessoa capaz de se adaptar aos mais diferentes cenários com facilidade e rapidez. Além disso, adequam-se às novas estratégias, são lifelong learnings e têm formação multidisciplinar, lhes permitindo atender às constantes demandas da era digital na qual estamos vivendo”, pontua.
Torna-se evidente, portanto, a importância de saber direcionar as suas metas corporativas. Tendo em vista o alto fluxo informacional nos tempos atuais, é indispensável saber se guiar nessa gama de possibilidades. “Quando estamos falando de processos de treinamento e desenvolvimento além de cursos de capacitação, é preciso ter objetivos claros, mudança na cultura organizacional e sobretudo critérios para sua escolha e implementação. É notório o quanto ainda a sociedade deve valorizar esses assuntos e o quanto o mercado de trabalho está necessitando de pessoas com qualificação para ministra-los”, finaliza Ávila.
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